Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

6 de jul. de 2023

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 Luiz Ribeiro

"Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida", disse uma vez Nelson Rodrigues

Fico pensando como Nelson ia odiar o futebol atual, cada vez mais vigilante, moralista e em busca da justiça, principalmente nos tempos de VAR. Aliás, odiar o VAR devia ser a única instituição de quem ama futebol.

Uma das coisas que faz o futebol tão fascinante é o fato dele ser muito injusto. De todos os esportes, o futebol é aquele em que é mais possível ser o pior e ainda assim ganhar. Talvez seja isso que faz ele tão popular: ele lembra muito a vida.

A graça do futebol está justamente na capacidade que ele tem de errar. De ser jogado com a falta de caráter, com a malandragem. O futebol pode ser vendido com os piores sentimentos, e isso é mágico.

O juiz, por outro lado, é um só e precisa cobrir aquele campo imenso com dois bandeirinhas só pra ajudar. O vôlei, por exemplo, tem um juiz pra cada linha. O basquete tem uma cúpula. O futebol americano é quase um tribunal do júri a céu aberto.

O desejo de justiça, de correção, não estraga só o futebol. Estraga a história do futebol. Maradona não teria feito a mão de Deus e nenhum golaço histórico impedido ou que a bola nem entrou teria acontecido. As melhores histórias do futebol estão em erros de juízes ou estratégias de jogadores pra enganar a regra.

O VAR é Foucault purinho: acreditar que mais câmera, mais juiz e mais vigilância vão tornar o mundo melhor. Pelo contrário, Nelson já dizia. Vai tornar o futebol moralista, chato, americano, vigilante, Zé regrinha e sem aquela coisa especial chamada injustiça. Roubo mesmo.

Imagina ninguém poder mandar o juiz pra put* que pariu e alegar ter sido roubado mesmo não tendo nenhuma prova? Estar errado e reclamar é uma instituição a ser preservada no futebol. É o único negacionismo incentivável.

Por isso, passou da hora de parar de insistir na ideia do VAR.


8 lindas ilustrações da adaptação O Pequeno Príncipe para a literatura de cordel


A ideia é simples: adaptar a história de O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry para o universo do cordel. Como toda ideia genial, a simplicidade se transforma em riqueza. Josué Limeira escreveu, Vladimir Barros ilustrou e, juntos, pegaram o príncipe e colocaram a cor do sertanejo, transformaram seu planeta em um cangaço e transpuseram todas as viagens do menino aviador de pássaros para lugares áridos, secos, de vida difícil. Há, inclusive, um rei inspirado nos monarcas e coronéis nordestinos. E claro, como todo cordel, eles mantiveram os versos breves, as rimas simples e toda a ingenuidade, ironia e inteligência que só o cordel tem.

“A gente conseguiu trazer Exupéry para o nosso quintal. Foi uma grande responsabilidade transpor isso, mas mantivemos a filosofia e poesia que ele botou no livro. É uma homenagem que Pernambuco e o Nordeste fazem a esse aviador e escritor fantástico. Exupéry é um pouco o Pequeno Príncipe que ele mesmo criou, alguém que até continua a iluminar o céu.”, afirmou Josué Limeira.

Confira algumas ilustrações da obra:


29 de jun. de 2023

REPORTAGEM - BLOG DA LÚCIA HELENA

 


-  Hiperplasia da próstata: cirurgia que usa vapor não atrapalha a ejaculação




Ninguém sai falando do assunto e os números dão a dimensão do tabu: praticamente nove em cada dez homens que se submetem a uma cirurgia para tratar a hiperplasia benigna da próstata passam a ter orgasmos secos. Gozam, mas sem jorrar uma única gota visível de esperma. Ou melhor, na hora do prazer, o líquido é lançado na direção contrária à da saída do corpo. Sobe para a bexiga. É o que os médicos chamam de ejaculação retrógrada.
 
Raspagens convencionais, técnicas a laser, cirurgias robóticas — enfim, todos os procedimentos para corrigir o crescimento dessa glândula masculina que já existiam entre nós, por mais bem realizados que sejam, oferecem um risco elevado de a ejaculação engatar ré.

Daí uma das vantagens de uma nova cirurgia que usa vapor de água destilada na escaldante temperatura de 100 ºC para fazer a glândula se retrair, diminuindo em até 48% o seu volume. Com a vaporização, o perigo de alguém ficar com ejaculação retrógrada é pequeno — apenas um em cada dez homens vai apresentar essa queixa.

 Batizada de Rezum, a técnica já vem sendo feita nos Estados Unidos. No entanto, mesmo por lá, os estudos mais antigos só vêm acompanhando pacientes há uns cinco anos, não mais. Aliás, mostram que a maioria continua muito bem e que, nesse período, a hiperplasia benigna só voltou em 4,4% dos casos. 

No Brasil, apesar de ter sido aprovado na virada de 2023 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o procedimento foi realizado pela primeiríssima vez há exatamente uma semana, na quinta-feira, 22, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. "Operamos três homens e todos estão ótimos", conta Carlo Passerotti, coordenador do Centro Especializado em Urologia da instituição.

Entenda a hiperplasia benigna.

Não adianta, rapazes: é da idade. Na faixa dos 50 anos, 20% dos homens têm uma próstata crescidinha além da conta. E, aos 90, não existe um único senhor sem o registro de hiperplasia benigna em sua ficha médica. 

Aliás, o nome já esclarece que não há qualquer malignidade nisso. A próstata é feita basicamente de dois tecidos. "O mais periférico é aquele onde pode aparecer um câncer", descreve o urologista. Diga-se que, por ficar assim, mais na superfície, é que os médicos muitas vezes conseguem sentir pelo exame de toque quando há algo suspeito.

O outro tecido da próstata, este mais no seu interior, é o que cresce com o tempo. E isso, apesar de esperado, pode incomodar um bocado. "É que, uma vez aumentado, ele pode acabar comprimindo o canal da uretra, que passa bem no meio da próstata", justifica o doutor Passerotti.

Aí, a urina fica com dificuldade para escoar. O aperto faz com que saia a conta-gotas, depois de um jato breve e mixuruca. "Então a bexiga, que comporta uns 400 mililitros de líquido, se esvazia pouco. Por isso, nem é preciso beber muita água para o sujeito logo senti-la completamente cheia de novo", explica o médico.

Resultado: de madrugada, é um tal de se levantar várias vezes. Nos passeios, procurar depressa onde fica o banheiro. No avião, só aceitar a cadeira no corredor para eventuais "saídas de emergência", sabem como é...

Claro, tamanho conta quando a próstata incha e deixa de ter os seus 25 gramas da mocidade, às vezes duplicando ou mais do que triplicando esse peso no quadro típico da hiperplasia benigna. "Mas o critério para buscar tratamento é, antes de mais nada, o quanto isso está atrapalhando a vida", explica o doutor Passerotti.

Afinal, segundo o médico, há homens com próstatas enormes, mas que cresceram "para fora" — e estes não têm tanto do que reclamar quanto outros em que o tecido se dilatou mais por dentro, quase esmagando a uretra.

O problema dos remédios

Existem remédios para tratar essa condição, é verdade. Só que eles estão longe de representar uma excelente saída. "O maior obstáculo são os efeitos colaterais", aponta o urologista.

Os chamados alfa-bloqueadores, por exemplo, que relaxam a próstata aliviando o sufoco, podem fazer a pressão arterial cair, causando mal-estar especialmente quando sujeito se levanta depressa.

Já os chamados inibidores da 5-alfa-redutase são capazes de atrapalhar a libido e a ereção de até 15% dos usuários — e, mesmo entre os homens que não amargam esse efeito adverso, o uso pode não compensar, uma vez que a próstata só diminui uns 10% depois de longos seis meses usando a medicação. Restam, portanto, as cirurgias.

A questão da ejaculação retrógrada

Fique claro: todas as técnicas cirúrgicas aprovadas para tratar a hiperplasia benigna da próstata são seguras, no sentido de que não costumam causar disfunção sexual, nem incontinência urinária. A ejaculação retrógrada é o senão.

Ela seria um problema? Em princípio, a resposta é negativa. Os cerca de 3 mililitros de líquido ejaculados se diluiriam na urina dentro da bexiga. "O indivíduo nem conseguirá enxergar nada diferente depois", assegura Carlo Passerotti. "A questão é que muitos homens associam a sensação desse líquido saindo ao prazer."

De acordo com o especialista, isso faz com que alguns deles desistam de operar quando ficam sabendo da alta possibilidade de o gozo se tornar seco. Ou se sentirem incomodados depois de operados, o que prejudica a vida sexual.

O que as técnicas cirúrgicas fazem — de um jeito ou de outro, seja por raspagem, com a ajuda do laser, como for — é alargar o miolo da próstata, dando finalmente uma folga para a uretra que está bem ali. "Acontece que esses procedimentos acabam alargando um pouco o colo da bexiga também."

É dessa região que parte a uretra. E existe ali um esfíncter, isto é, um músculo externo que a abraça. Assim, quando a vesícula seminal se contrai em pleno gozo, lançando com força o seu conteúdo, o tal esfíncter se fecha — primeiro, para não escapar um pouco de urina junto e, segundo, para não haver outro caminho a não ser o jato ser empurrado para fora.

"No entanto, se o colo da bexiga está mais aberto, por uma questão de Física a ejaculação irá na direção mais fácil, onde não há pressão", explica o médico. Ou seja, o líquido voltará, em vez de seguir adiante.

Isso só causará maiores transtornos, diz o médico, se por acaso o homem mantém planos de ter filhos. Em todo caso, o aspecto psicológico pode ser um estraga-prazeres. Quando é assim, o vapor chega como uma alternativa.

Como é a técnica

Com o paciente sedado, o médico introduz o equipamento com uma câmera pela uretra. Quando vê que alcançou a altura da próstata, aperta um gatilho. Então, sai uma agulha que se dobra como uma letra "C", afundando 1 centímetro na glândula. Dela, durante exatos 9 segundos, sai o jato vapor fervente.

O calor causa uma espécie de queimadura. Sob seu efeito, o tecido se retrai e isso dá espaço à vontade para a uretra — sem afetar o colo da bexiga na imensa maioria dos casos, bem entendido.

O médico costuma fazer duas aplicacões de vapor de cada lado e outra, para finalizar, na parte inferior da glândula. "Mas uma próstata muito grande pode exigir que eu aperte o gatilho três ou quatro vezes à esquerda e, depois, à direita." doutor Passerotti.

Ainda assim, tudo dura uns cinco minutos. Entre a chegada no Hospital Alemão Oswaldo Cruz e a saída, levando em conta o tempo de sedação, os três pacientes operados na quinta-feira passada, 22, não ficaram mais do que três horas no lugar. "É uma permanência equivalente à necessária para um exame de endoscpia", compara o urologista.

Segundo o médico, os custos são similares ao de outros procedimentos cirúrgicos para resolver a hiperplasia benigna e os planos de saúde bancam com parte deles. Isso porque existe um código para vaporização de próstata.

A parte desagradável também é parecida: por um tempo, o tecido queimado fica inflamado. Daí que, na hora de urinar pode arder um tantinho.

Para quem serve

Apesar de parecer excelente, Carlo Passerotti não acredita que a novidade vá substituir de vez as técnicas cirúrgicas mais antigas.

"Casos mais graves ainda precisarão da raspagem convencional", opina. Existem homens em que a próstata cresceu de tal jeito que a dificuldade para urinar força e acaba inchando os rins, por exemplo. O vapor não é para eles. Nem para donos de próstatas que já passaram dos 80 gramas."

"A técnica com o vapor é para casos intermediários", explica. "Funciona bem para aqueles homens que não querem ou que não podem tomar remédios e que estavam adiando o procedimento cirúrgico até por não desejaram um gozo seco." Se esse era o problema, agora relaxem.

https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/lucia-helena

12 de jun. de 2023

É hora de cortarmos horas da jornada de trabalho.



40h já: governo Lula cobra mobilização para reduzir a jornada de trabalho


Qual será a postura de Lula e de seu governo frente a essa possibilidade histórica?


André Cintra
Jornalista

A classe trabalhadora brasileira teve de esperar a chegada de Getúlio Vargas ao poder para conquistar o direito a uma jornada regulamentada e digna. O primeiro marco nessa direção foi o Decreto 21.186, de 22 de março de 1932. Voltado exclusivamente ao comércio, o texto estabelecia uma carga horária de até 48 horas semanais para os trabalhadores do setor.

Poucas semanas depois, em 4 de maio de 1932, o Decreto 21.364 incluiu os trabalhadores da indústria entre os beneficiários da jornada de 48 horas. Uma vez que comerciários e operários estavam atendidos, o trabalho na cidade mudou de patamar. A Constituição de 1934 chegou a indicar que as condições para “a proteção social do trabalhador e os interesses econômicos do País” estavam garantidas.

Para mostrar que a jornada era sagrada e não podia ser burlada, Vargas anunciou mais avanços em 1º de maio de 1943, com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Primeira legislação trabalhista de alcance nacional na história do Brasil, a CLT generalizou as 48 horas semanais para todos os trabalhadores formais, fixou um limite de duas horas extras diárias e garantiu 30 dias de férias.

Faltava regulamentar o trabalho no campo. Leis como o Estatuto da Lavoura Canavieira, de 1941, eram insuficientes – até porque não ousavam tratar de cargas horárias para trabalhadores das usinas. Em 2 de março de 1963, com a Lei 4.214, o governo João Goulart viabilizou o Estatuto do Trabalhador Rural (ETR). O emprego rural passou a ter uma jornada com regras próprias: até 44 horas semanais e 220 horas mensais, com descanso de ao menos 11 horas consecutivas entre duas jornadas.

Sob o regime militar, a Lei 5.889/1973 revogou o Estatuto e estendeu a maioria das disposições da CLT aos trabalhadores do campo. Pela primeira vez, os três setores econômicos estavam enquadrados em um regime legal comum. Na Constituição Federal de 1988, essa equiparação entre trabalho urbano e rural foi consolidada. Ao mesmo tempo, a partir da “Constituição Cidadã”, a jornada semanal foi reduzida – de 48 para 44 horas semanais.

Governos ultraliberais, como os de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), tentaram flexibilizar o teto de 44 horas, por meio da reforma trabalhista, da lei da terceirização irrestrita e do Contrato Verde e Amarelo. A legislação continua a prever o limite semanal anunciado em 1988, mas ainda há brechas legais para burlar a lei.

A rigor, a esquerda, uma vez no Planalto, pouco fez para mudar esse paradigma e baixar ainda mais a jornada de trabalho. Diversas marchas das centrais sindicais a Brasília priorizaram a luta pelas 40 horas já. No entanto, os 14 anos de governos Lula e Dilma Rousseff não foram de estímulo ao debate – quem dera à execução.

Há quatro anos, um deputado federal do PT, Reginaldo Lopes (MG), chegou a propor uma Proposta de Emenda à Constituição, a PEC 221/2019, a fim de encurtar a jornada de 44 para 36 horas. A redução seria gradual, ao longo e de dez anos. Um projeto similar acaba de ser aprovado no Chile, com a diminuição de 45 para 40 horas semanais, também gradualmente, articulada à possibilidade da semana de quatro dias.

No Brasil, a Pauta da Classe Trabalhadora, aprovada unitariamente pelas centrais sindicais na Conclat 2022, não foge ao assunto. Em seu artigo 28, o documento defende “a jornada de trabalho em até 40 horas semanais, sem redução de salário e com controle das horas extras, eliminando as formas precarizantes de flexibilização da jornada”. O texto fala também em “assegurar o direito às jornadas especiais de trabalho das profissões e categorias submetidas à sistemática especial de atividade ou organização do trabalho”.

A volta de Lula à Presidência da República, após quatro anos do governo de destruição de Bolsonaro, é oportunidade de avançarmos nessa luta, saindo, enfim, da teoria à prática. Vale lembrar que, desde 1935, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) recomenda uma jornada semanal de 40 horas como padrão para a classe trabalhadora. Além disso, salvo raras exceções – como a da Índia –, a tendência mundial é a diminuição de horas trabalhadas.

Há países na Europa em que a carga horária média por semana está abaixo de 35 horas – caso de Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça e Irlanda. Outras nações investem em pesquisas sobre a viabilidade da “semana de quatro dias”, na qual o dia a mais de descanso pode não representar necessariamente um prejuízo à produtividade.

Qual será a postura de Lula e de seu governo frente a essa possibilidade histórica?

A entrevista do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ao jornalista Jamil Chade, do UOL, é animadora. Segundo Marinho, é necessário “que isso entre na pauta” do governo. “Tenho provocado as centrais sindicais: ‘Vocês não vão falar sobre a redução de jornada de trabalho?’. Mas não adianta só ficar falando”, declarou o ministro. “É preciso colocar energia para transformar em políticas públicas.”

Marinho cita o estabelecimento das 44 horas semanas, em 1988, como “um avanço importante”, que teve desdobramentos para diversas categorias. “Muitos acordos ainda estabeleceram 40 horas semanais – mas a maioria da economia ainda está em 44 horas”, resume.

Lula terá condições de avançar? “É plenamente factível levar toda a jornada máxima para 40 horas semanais”, responde Marinho, com a velha provocação. “O correto, porém, é nascer isso das lutas sociais – e não simplesmente o governo mandar o projeto de lei propondo isso. Precisa haver um processo de mobilização e, por isso, minha provocação para os sindicatos.” É hora de cortarmos horas da jornada de trabalho.

fonte:

1 de jun. de 2023

Política, Igrejas e tráfico:

Avião apreendido com quase 300 kg de drogas, no Pará, pertence a Igreja do Evangelho Quadrangular há 3 anos e é usado principalmente no transporte de pastores pelo estado, mas alega desconhecer origem da droga. Polícia Federal investiga o caso.

A Igreja do Evangelho Quadrangular foi fundada em 1923 em Los Angeles, na Califórnia. No Pará, a Quadrangular completa 50 anos de fundação em 2023.

A primeira igreja Quadrangular no estado foi aberta em 1973 no bairro do Reduto, em Belém. O seu fundador no Pará é o pastor e ex-deputador federal Josué Bengtson, 

O pastor Josué também é pai do ex-deputado federal Paulo Bengston, que atualmente é membro do conselho nacional e estadual da Igreja Quadrangular, além de secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).

26 de mai. de 2023

Ler pouco e reler muito.

 

"[…] Por tudo que sei da vida, dos homens, deve-se ler pouco e reler muito. A arte da leitura é a da releitura. Há uns poucos livros totais, uns três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos.

Certa vez, um erudito resolveu fazer ironia comigo. Perguntou-me: “O que é que você leu?”. Respondi: “Dostoievski”. Ele queria me atirar na cara os seus quarenta mil volumes. Insistiu: “Que mais?”. E eu: “Dostoievski”. Teimou: “Só?”. Repeti: “Dostoievski”. O sujeito, aturdido pelos seus quarenta mil volumes, não entendeu nada. Mas eis o que eu queria dizer: pode-se viver para um único livro de Dostoievski. Ou uma única peça de Shakespeare. Ou um único poema não sei de quem. O mesmo livro é um na véspera e outro no dia seguinte. Pode haver um tédio na primeira leitura. Nada, porém, mais denso, mais fascinante, mais novo, mais abismal do que a releitura."


Nelson Rodrigues, in: "O óbvio ululante " Companhia das letras; São Paulo (1993)
Art: "Young man reading by candlelight" [1628-32] - Matthias Stomer

5 de mai. de 2023

Velho Mundo

 

No final de 1700, uma grande porcentagem de europeus temia o tomate !!!

Um apelido para o tomate era “Maçã Venenosa” porque se pensava que os aristocratas adoeciam e morriam depois de comê-las, mas a verdade é que os europeus ricos usavam pratos de estanho, com alto teor de chumbo ...

Como os tomates são tão ácidos, quando colocados sobre esses talheres em particular, a fruta libera chumbo do prato, resultando em muitas mortes por envenenamento por chumbo.

Ninguém fez essa conexão entre prato e veneno na época; o tomate foi escolhido como culpado.

Por volta de 1880, com a invenção da pizza em Nápoles, o tomate ganhou popularidade na Europa.

Mas há um pouco mais de história por trás da impopularidade do tomate incompreendido na Inglaterra e na América, como Andrew F. Smith detalha em seu The Tomato in America: Early History, Culture, and Cookery. O tomate não foi culpado apenas pelo que na verdade foi envenenamento por chumbo. Antes de chegar à mesa na América do Norte, o tomate era classificado como beladona, uma família venenosa de plantas Solanaceae que contém toxinas chamadas alcaloides tropânicos.

Uma das referências europeias mais antigas à comida foi feita pelo fitoterapeuta italiano Pietro Andrae Matthioli, que primeiro classificou a “maçã dourada” como beladona e mandrágora - uma categoria de alimento conhecida como afrodisíaca.

Mandrake tem uma história que remonta ao Antigo Testamento; é referenciado duas vezes como palavra hebraica dudaim, que se traduz aproximadamente como "maçã do amor". (Em Gênesis, a mandrágora é usada como poção do amor). A classificação de Matthioli do tomate como mandrágora teve ramificações posteriores. Como frutas e vegetais semelhantes na família das solanáceas - berinjela, por exemplo, o tomate ganhou uma reputação duvidosa por ser venenoso e uma fonte de tentação.

Grupo: Divulgação de fatos e conhecimentos: ciências e afins.

Agricultores de Minas Gerais levam toneladas de alimentos saudáveis para feira do MST em SP


Os produtos são agroecológicos,
sem veneno e produzidos coletivamente
em assentamentos e acampamentos

Ana Carolina Vasconcelos
Belo Horizonte (MG)


A última feira do MST ocorreu em 2017 - Foto: Brasil de Fato

De Norte a Sul do estado, agricultores de Minas Gerais se organizam para participar da 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, entre os dias 11 e 14 deste mês, na cidade de São Paulo. O evento, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reúne a produção in natura e da agroindústria de mais de 1,2 mil trabalhadores assentados e acampados do movimento.

Biscoito de polvilho, queijos, mel e os tradicionais cafés orgânicos e agroecológicos produzidos na região Sul de Minas são alguns produtos que os agricultores mineiros irão comercializar no encontro, que será no Parque da Água Branca.

Membro do coletivo nacional de juventude do MST e morador do município de Montes Claros, Gabriel Rafael dos Santos conta que o Norte de Minas tem a expectativa de comercializar mais de 4 toneladas de produtos durante a feira.

“Vamos levar a nossa principal fonte de comercialização da região, a cachaça Veredas da Terra. Também teremos frutas do Cerrado, castanhas, grandes variedades de licores, geleias, mel, mandioca, abóbora, molho de pimenta, farinhas, entre outros”, destaca Gabriel.


Ele explica que a produção é resultado do trabalho coletivo desenvolvido nos territórios.

“Há um envolvimento muito grande das famílias da região com a produção. A feira mostra qual é a importância do trabalho coletivo. Temos aqui no Norte, por exemplo, o coletivo de mulheres que é responsável pela produção de doces e geleias. Para a produção da cachaça, temos outro coletivo. Tudo o que vai para a feira nacional é fruto de processos coletivizados”, explica.

A delegação da Zona da Mata mineira levará uma diversidade de produtos que vai desde artesanatos até cachaças com ervas. Do Vale do Rio Doce, os agricultores irão comercializar quase uma 1,5 tonelada de frutas.

Outro destaque são os doces. Produtores da região do Vale do Mucuri, por exemplo, levarão para a feira nacional 60 quilos de doce de leite e 20 quilos de doce de amendoim. Já as famílias do Vale do Jequitinhonha têm entre seus produtos 50 quilos de carne de sol, 150 quilos de goma fresca de tapioca e diversas peças artesanais, que pesam cerca de 1 tonelada. Os produtores também irão comercializar mudas e sementes.

Sem veneno

Os alimentos produzidos pelo MST são agroecológicos e, portanto, sem venenos ou agrotóxicos. Ao longo de seus quase 40 anos, o movimento busca, com a produção, estabelecer novas relações dos seres humanos entre si e com o meio ambiente. Dessa forma, se contrapõe ao agronegócio.

No Sul de Minas, por exemplo, em Campo do Meio, o MST possui mais de 450 famílias no acampamento Quilombo Campo Grande, onde são produzidos aproximadamente 2 milhões de pés de café orgânico, sem insumos químicos, agrotóxicos ou sementes transgênicas.

imagem de legumes / Créditos da foto: Reprodução

A feira

A 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária também possui ampla programação cultural e de debates, com o objetivo de denunciar o aumento da fome no país, o modelo do agronegócio e a concentração de terra.

O encontro acontece após, nos últimos dias, o MST comprovar a ausência de produtos químicos no arroz agroecológico Terra Livre.

A notícia falsa, disseminada por vereadores de municípios gaúchos, foi desmentida por testes realizados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Edição: Larissa Costa

Governador Bolsonarista fez campanha dizendo que não queria salário, avião e nem cadeira macia. (rr) Até aí tudo bem. Os caras são cara de pau. E tem deputado que vota a favor e nem fica com a cara vermelha.


Deputados mineiros apreciaram nesta terça-feira (4), o Projeto de Lei (PL) 415/2023 que prevê o aumento de salário do governador ZEMA, do vice-governador, dos secretários de Estado e dos secretários-adjuntos de Estado. O PROJETO, que causou indignação entre alguns parlamentares, eleva a remuneração do governador de R$ 10,5 mil para quase R$ 42 mil dentro de dois anos.aumento de 300% para o salário de ZEMA. A votação aconteceu ontem, 04/05, na Assembleia mineira.

Na votação, 45 deputados votaram sim à proposta, enquanto 20 votaram não.
 
O Brasil de Fato MG traz a lista completa abaixo.

Agora, o PL volta para a análise da Mesa Diretora em segundo turno, antes da votação definitiva pelo plenário.

Veja como votaram os deputados estaduais

Sim ao aumento do salário de Zema:

Adriano Alvarenga (PP)
Alê Portela (PL)
Antônio Carlos Arantes (PL)
Arlen Santiago (Avante)
Arnaldo Silva (União)
Betinho Pinto Coelho (PV)
Bosco (Cidadania)
Carlos Henrique (Republicanos)
Cassio Soares (PSD)
Charles Santos (Republicanos)
Coronel Henrique (PL)
Coronel Sandro (PL)
Delegado Christiano Xavier (PSD)
Doorgal Andrada (Patri)
Douglas Melo (PSD)
Doutor Wilson Batista (PSD)
Dr. Maurício (Novo)
Duarte Bechir (PSD)
Enes Cândido (PP)
Fábio Avelar (Avante)
Gil Pereira (PSD)
Grego da Fundação (PMN)
Gustavo Santana (PL)
Gustavo Valadares (PMN)
Ione Pinheiro (União)
João Magalhães (MDB)
João Vitor Xavier (Cidadania)
Leandro Genaro (PSD)
Leonídio Bouças (PSDB)
Lud Falcão (Podemos)
Maria Clara Marra (PSDB)
Mário Henrique Caixa (PV)
Marli Ribeiro (PSC)
Nayara Rocha (PP)
Neilando Pimenta (PSB)
Noraldino Júnior (PSC)
Oscar Teixeira (PP)
Rafael Martins (PSD)
Roberto Andrade (Patri)
Rodrigo Lopes (União)
Thiago Cota (PDT)
Tito Torres (PSD)
Vitório Júnior (PP)
Zé Guilherme (PP)
Zé Laviola (Novo)

Não ao aumento ao salário de Zema:

Ana Paula Siqueira (Rede)
Andréia de Jesus (PT)
Beatriz Cerqueira (PT)
Bella Gonçalves (PSOL)
Betão (PT)
Caporezzo (PL)
Cristiano Silveira (PT)
Doutor Jean Freire (PT)
Eduardo Azevedo (PSC)
Leleco Pimentel (PT)
Leninha (PT)
Lohanna França (PV)
Lucas Lasmar (Rede)
Luizinho (PT)
Macaé Evaristo (PT)
Marquinhos Lemos (PT)
Professor Cleiton (PV)
Ricardo Campos (PT)
Sargento Rodrigues (PL)
Ulysses Gomes (PT)

Abstenção:

Bim da Ambulância (Avante) - absteve
Bruno Engler (PL)
Celinho Sintrocel (PCdoB)
Mauro Tramonte (Republicanos)
Tadeu Martins Leite (MDB)

30 de mar. de 2023

 


Aconteceu nesta quarta-feira (29) o julgamento de Helio Garcia, no Tribuna do Júri da Comarca de Barbacena. O réu foi condenado a 13 anos de prisão, em regime fechado, podendo recorrer em liberdade.