utro dia mesmo, estávamos na câmara municipal e ouvíamos a fala do técnico da EMATER, um dos expositores do dia. E pudemos falar de produtos orgânicos como substituição ao alimento de péssima qualidade que estamos produzindo e consumindo hoje em dia. Tomate, Alface, morango... Uma enorme lista de produtos rurais que chegam à sua mesa, prontinhos para te detonar. A mim, pareceu que o técnico não estava muito favorável ao prolongamento do assunto. Como disse ele - “ é uma questão cultural, e a cultura, aqui, é outra.”
Que diabo de cultura é esta que permite o uso disso ou daquilo, de acordo com a vontade de cada produtor. Num corre/corre, para não perder dinheiro?
A grande maioria dos agricultores ainda estiliza produtos químicos altamente venenosos. E fazem isso para garantir uma produção satisfatória. Mas, já temos produtos locais, de qualidade, sendo vendidos na Feira Livre aos domingos, na Praça da Estação. Não é difícil encontrá-los. Conhecemos os produtores.
Temos que indignarmos com qualquer tipo de morosidade que venha proporcionar a continuidade dessa pratica criminosa. Já foi o tempo do vale tudo. Agora é tempo de produtos de melhor qualidade. A Agricultura familiar precisa e deve, e tem recursos disponíveis para dar esse passo rumo a uma produção sustentável, com produtos de qualidade. E o apoio técnico é fundamental. Até porque, quem não conhece não faz.
Tudo isso é maravilhoso: Comidinha sadia, água transparente, saúde bombando, alta estima elevada, comunidade de primeiro mundo. Tudo acontecendo e todos felizes.
Somos extremamente românticos, por ainda pensar em paraíso?
Por que lá, da parte de cima do globo, “primeiro mundo”, veio a seguinte noticia:
(A Administração federal de Drogas e Alimentos americana acabou de aprovar a droga Elelyso, feita de cenoura geneticamente modificada, para o tratamento de pacientes da Doença de Gaucher.
Gaucher é uma doença genética e progressiva, com problemas que vão de infecção dos ossos até anemia. Faz parte de um conjunto de mais de 40 enfermidades genéticas que têm como característica a deficiência de uma ou mais enzimas.
A nova droga, desenvolvida pela empresa israelense de biotecnologia Protalix Biotherapeutics, diminui e alivia os sintomas da Doença de Gaucher. Ela foi desenvolvida a partir de um método que conseguiu criar a enzima humana em cenouras geneticamente modificadas.
Especialistas acreditam que esse primeiro passo de aprovação vai estimular muito a indústria farmacêutica e abrir portas para mais remédios de plantas geneticamente modificadas. )
Morrer hoje, morrer amanhã, ou quem morreu foi o paraíso?