Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

31 de mar. de 2018

pesquisa Monitoramento da Propriedade da Mídia no Brasil, publicada pelo Intervozes e pela Repórteres Sem Fronteiras


Quem controla
 a notícia no 
Brasil?


por Olívia Bandeira e 
André Pasti, 2018 


Imagem por Rafael Correa




Negócios desenvolvidos pelos principais grupos de mídia brasileiros revelam potenciais interesses por trás das agendas dos meios. A pesquisa Monitoramento da Propriedade da Mídia no Brasil, publicada pelo Intervozes e pela Repórteres Sem Fronteiras, expõe que muitos dos veículos de maior audiência no país são também parte de grupos econômicos


Os veículos de grande circulação costumam declarar em suas linhas editorais que buscam informar de modo isento, apartidário e plural. Alguns de seus manuais ainda advogam a necessidade de independência dos interesses de grupos econômicos e políticos e de separação entre conteúdo jornalístico e publicitário, notícia e opinião. No entanto, como apurou a pesquisa Monitoramento da Propriedade da Mídia no Brasil (Media Ownership Monitor – MOM),1 publicada pelo Intervozes e pela Repórteres Sem Fronteiras, muitos veículos de maior audiência no país são também parte de grupos econômicos – além de políticos e religiosos – que possuem interesses específicos.

O objetivo do MOM-Brasil é deixar visível quem controla a mídia brasileira. O projeto mapeou os cinquenta veículos ou redes de comunicação de maior audiência no país em quatro segmentos: mídia impressa, on-line, TV e rádio. Esses cinquenta veículos pertencem a 26 grupos de comunicação, e metade deles está sob o controle de apenas cinco grupos: Globo, Bandeirantes, Record, Folha e o grupo de escala regional RBS. Tal quadro indica uma alta concentração das maiores audiências nas mãos de poucos proprietários. Além disso, os 26 grupos pesquisados possuem negócios em mais de um tipo de mídia, o que configura a propriedade cruzada dos meios de comunicação, uma das formas mais graves de controle monopólico do setor.

A pesquisa revela, porém, um quadro menos conhecido: 21 dos 26 grupos ou seus principais acionistas possuem atividades em outros setores econômicos, como educacional, financeiro, imobiliário, agropecuário, energético, de transportes, infraestrutura e saúde. Somam-se a esses os interesses dos grupos de mídia de escalas regional e local que, por meio do sistema de afiliadas, permitem que as grandes redes de TV e de rádio cheguem a todo o território nacional e que os grandes portais de internet atraiam audiência pela produção de conteúdo local.

28 de mar. de 2018

Mateus 5:14.


 “Vós sois a luz do mundo.”

Muito poucos dos que receberam a luz, no entanto,

estão fazendo a obra confiada a suas mãos.

Folha de S.Paulo - rr


The Piauí Herald



Trump é flagrado sendo
gentil com uma mulher
27mar2018_15h32




















VENEZA – A Casa Branca amanheceu envolta em crise – a maior de sua história desde o último tuíte de Donald Trump, três minutos antes. Uma denúncia anônima, publicada no site Wikileaks, dá conta de que Trump teria sido gentil com uma mulher, anos atrás, a quem teria dado flores e uma caixa de bombons. O fato, gravíssimo, derrubou a Bolsa de Nova York, além de diminuir drasticamente as chances de uma guerra mundial. No Congresso, tornou-se concreta a possibilidade de um impeachment. Nas ruas, grupos da extrema direita já se articulam para que os republicanos substituam Trump pelo produtor Harvey Weinstein nas próximas eleições.

Para reagir à denúncia, a Casa Branca montou um gabinete emergencial formado pelo ator Kevin Spacey, o ministro do Supremo Gilmar Mendes, a atriz pornô Stormy Daniels, o pai de Neymar, o presidente russo Vladimir Putin e o jovem Micael do Ministério do Trabalho. O grupo ficou incumbido de levantar uma lista de todas as mulheres destratadas pelo presidente americano de forma a tentar recuperar sua reputação. O Facebook se disponibilizou a ajudar, mas os computadores da empresa queimaram por excesso de trabalho.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Alguma Poesia'





Sociedade

O homem disse para o amigo:
— Breve irei a tua casa
e levarei minha mulher.

O amigo enfeitou a casa
e quando o homem chegou com a mulher,
soltou uma dúzia de foguetes.

O homem comeu e bebeu.
A mulher bebeu e cantou.
Os dois dançaram.
O amigo estava muito satisfeito.

Quando foi hora de sair,
o amigo disse para o homem:
— Breve irei a tua casa.
E apertou a mão dos dois.

No caminho o homem resmunga:
— Ora essa, era o que faltava.
E a mulher ajunta: — Que idiota.

— A casa é um ninho de pulgas.
— Reparaste o bife queimado?
O piano ruim e a comida pouca.

E todas as quintas-feiras
eles voltam à casa do amigo
que ainda não pôde retribuir a visita.

Franz Kafka, in Aforismos reunidos














É ridículo como você coloca arreios em si mesmo para este mundo.

Franz Kafka, in Aforismos reunidos

Governador Robinson Faria (PSD) disse que “é uma coisa normal” ter um carro roubado.


A afirmação se deu após o repórter Kleber Teixeira questionar sobre o assalto ao seu carro pessoal na noite de ontem (27), no município de Monte Alegre. Os bandidos levaram uma Hilux SW4 blindada de cor preta.

No momento do ocorrido, Robinson não estava no carro.

Além de levarem o carro, os bandidos ainda fizeram um arrastão na casa de um familiar do chefe do executivo estadual


. Veja o vídeo aqui:  /isso-e-normal-diz-governador-do-rn-apos-ter-carro-particular-roubado-na-grande-natal.


Você sabe o nome do mau ladrão?



Estamos em plena Semana Santa. Todos nós, cristãos e tementes a Deus, conhecemos, desde crianças, quando aprendemos em nossas aulas de Catecismo, lá em Caicó do passado, sobre a brilhante e triste passagem de Jesus Cristo, filho de Deus, pela terra. Ele teve realmente uma vida brilhante e pura, pregando o bem e condenando o mau, mas, infelizmente, nós, pobres mortais, o fizemos sofrer e até o condenamos à morte. 

O mundo inteiro conhece a vida e a morte do Messias e todos, nessa época do ano, ficam compungidos e tristes e o veneram com mais ardor. Durante a Páscoa, quando nosso coração fica mais sensível, a nossa adoração ao Filho de Deus fica mais patente, quando isto deveria ocorrer em todos os dias do ano. Não devemos esquecer de que Jesus Cristo foi crucificado para nos dar a vida.

Contudo, vamos nos focar na injusta e imerecida condenação de Jesus Cristo, depois de uma delação remunerada de Judas Iscariotes. 

Pôncio Pilatos, prefeito da província romana da Judeia, numa grande, monumental e histórica “diarreia mental”, lavou as mãos e, para ficar politicamente numa boa com o Sinédrio (assembleia judia, muito parecida com o nosso Congresso Nacional, formada também por anciãos da classe dominante que tinha funções políticas, religiosas, legislativas e educacionais) cheio de ciúmes (frescura de políticos) porque o povo chamava Jesus Cristo de Rei dos Judeus, resolveu interromper a sua trajetória santa na terra, exigindo a sua morte. 

Primeiramente, Pilatos que era um autêntico político, escroto e cheio de vaselina, com medo de tomar decisões (idêntico aos nossos políticos), valendo-se de uma tradição judaica, concedeu ao povo o direito de escolher qual dos dois acusados deveria ser solto e o outro crucificado.  Jesus Cristo ou Barrabás? Quem era Barrabás? Um ladrão, salteador e homicida, que estava preso, mais uma vez. E qual dos dois o povo escolheu? Fazendo escola para o eleitorado, brasileiro que vota mal paca, o povo escolheu soltar Barrabás, um cara que tinha o perfil de se filiar em qualquer partido político brasileiro da atualidade. 



Alguns historiadores dizem que houve uma forte influência do Sinédrio e, se verdadeiro, vemos aqui mais uma semelhança com o nosso magnânimo Congresso Nacional: um lobby para aprovar uma sacanagem contra um inocente, em proveito da velharia que tinha o mando político da Judeia.

Segundo, nós sabemos o desfecho desta triste história: no gólgota, com flagelamento, sofrimento e humilhação, culminado com a crucificação e morte de Jesus Cristo, em praça pública entre dois ladrões. 

Segundo o Evangelho, um dos marginais que estava ao lado de Jesus Cristo no calvário, mostrando que ainda lhe restava um resquício de dignidade e honra, convertendo-se, pediu: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino” (Lucas 23:42).

Esse convertido é hoje mundialmente conhecido por todos os cristãos, que jamais esqueceram o seu nome: Dimas, o bom ladrão!

Como seria bom para o Brasil, e muito menos trabalhoso para o Judiciário Brasileiro e menos gente nas cadeias, se esses ladrões da política brasileira, de repete, inspirados em Dimas, o bom ladrão, parassem de espoliar o erário público e se tornassem também “bons ladrões”. 

Voltemos ao Evangelho. Dimas, o bom ladrão, toda a cristandade sabe o seu nome. E o outro larápio? Aquele que, segundo alguns historiadores ficou à esquerda de Jesus e zombou dele dizendo: “se és Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós” (Lucas 23:39).  Todos nós o conhecemos como o mau ladrão, mas qual era o seu verdadeiro nome?

Eu sei, mas antes de declinar o seu nome, quero jogar uma pitada de suspense e fazer uma ponderação. Quantos maus ladrões nós temos na política brasileira? Ladrões anônimos, que vêm dilapidando o dinheiro público e nós, pobres contribuintes, não sabemos os seus nomes. Para mim esses são os mais perigosos. Silentes e sorrateiramente pilham diariamente o Brasil. De quando em quando, alguém sai do anonimato e se transforma num ladrão conhecido publicamente, mas, nem sempre é, convenientemente, punido. Como exemplos, citemos aquele que foi filmado correndo com uma mala com dinheiro de propina, aquele outro que foi filmado enchendo a cueca com dinheiro subtraído fraudulentamente e um outro que lotou um apartamento com milhões de reais surrupiados dos nossos impostos. Outros ladrões anônimos, mais cedo ou mais tarde, fatalmente, irão pisar na bola e perder o anonimato para a Justiça Brasileira e para o povo que paga seus altos salários. 

Vamos desejar a todos os brasileiros (cristãos ou não) uma Feliz Pascoa e peçamos a São Dimas, o bom ladrão, que interceda pelo povo brasileiro junto a Jesus Cristo, para que Ele continue nos ajudando a revelar nossos maus e anônimos ladrões para as autoridades judiciais.

O nome do mau ladrão era Gesta!


Yehudi Menuhin, Ravi Shankar, Jean-Pierre Rampal - Improvisations


internacional



#习近平会见金正恩#【视频:习近平同金正恩举行会谈】应中共中央总书记、国家主席习近平邀请,朝鲜劳动党委员长、国务委员会委员长金正恩于3月25日至28日对我国进行非正式访问。访问期间,习近平在人民大


      Assista:     http://t.cn/RnHZVu5






Kim Jong-un se encontra com Xi Jinping em visita secreta à China
 O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, cumprimenta
o dirigente chinês, Xi Jinping, durante visita a
Pequim - Ju Peng/Xinhua

君子兰Tao


"Uma pessoa que não se valoriza é difícil ser feliz "   

Trabalhador domestico precisa de 15 anos de contribuição para garantir aposentadoria: aos 60 anos para mulher e 65 para os homens.


Mesmo que até o momento não tenha contribuído com nada, homes e mulheres que se ocupam no trabalho domestico também podem se aposentar. Basta que procurem o INSS e façam o cadastro de contribuinte para garantir a aposentadoria após 15 anos de contribuição. Podem não ter carteira assinada, mas trabalham muito a vida toda. E todos têm direito à aposentadoria do INSS, mesmo que tenham passado a maior parte do tempo sem contribuir. É possível, em qualquer idade, começar a fazer isso. Precisam começar a contribuir como seguradas facultativas. Essa contribuição mensal pode começar a qualquer momento. A exigência principal é que os pagamentos sejam feitos por pelo menos 15 anos.
Quem nunca contribuiu deverá primeiro se cadastrar no INSS. A filiação pode ser feita pelo telefone 135 ou pelo site (Clique em "cidadão, "inscrição" e, depois, em "filiado"). Nesse cadastro, não é preciso apresentar documentos, apenas informar os dados pessoais para gerar um número de inscrição.  Após essa etapa, é possível começar a recolher.

Para receber aposentadoria de um salário mínimo –

Contribuição de 5% sobre o salário mínimo.

Essa opção é para homens e mulheres de famílias de baixa renda que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico em sua casa.

Contribuição: 5% do salário mínimo por mês (R$ 47,70, em 2018).

Aposentadoria: É possível se aposentar por idade com 15 anos de contribuição e 65 anos de idade, no caso dos homens, ou 60 anos, no das mulheres.

Valor da aposentadoria: um salário mínimo (R$ 954, em 2018).

 Código de recolhimento mensal: 1929.

Exigências: não podem ter renda própria de nenhum tipo, incluindo aluguel e pensão. Também devem ter renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 1.908, em 2018) e estar inscritos no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal) com a situação atualizada nos últimos dois anos

Leia:
https://aposentadoria-dona-de-casa-inss-regras

Mega-Sena

A chance de acertar as seis dezenas da 
Mega Sena com um jogo simples é de uma 
em 50.063.860 possibilidades de combinações

Os dez maiores prêmios dos concursos regulares da Mega:

1.764, 25/11/2015;          uma aposta vencedora; premiação total:   
R$ 205.329.753,89
1.772, 22/12/2015;          2 apostas vencedoras; premiação total:     
R$ 197.377.949,52
1.655, 22/11/2014;          2 apostas vencedoras; premiação total:     
R$ 135.315.118,96
1.220, 06/10/2010;          uma aposta vencedora; premiação total:    
R$ 119.142.144,27
 1.575,19/02/2014;          uma aposta vencedora; premiação total:   
R$ 111.503.902,49
1.953, 29/07/2017;          uma aposta vencedora; premiação total:    
R$ 107.956.102,12
2.015, 17/02/2018;          uma aposta vencedora; premiação total:    
R$ 104.545.829,37
1.924, 26/04/2017,          uma aposta vencedora; premiação total:    
R$ 101.484.527,44
1.211, 04/09/2010;          7 apostas vencedoras; premiação total:     
R$   92.522.954,23
1.810, 20/04/2016;          uma aposta vencedora; premiação total:    
R$   92.303.225,84

27 de mar. de 2018

Lembrança adormecida


Batalhou até se tornar a pessoa mais rica do mundo. Logo depois, gastou sua fortuna para que conseguissem inventar uma máquina, onde você pudesse escolher a lembrança que queria de volta. E logicamente, foi o primeiro a usá-la.


Nesse dia, chegou usando chinelo de dedo, uma regata e calção de futebol. Sentou-se calmamente na cadeira do aparelho. Sorriu pra todos e piscou maroto para uma cientista na platéia. Fez um aceno de sim com a cabeça e ligaram o aparelho. Houve um pequeno alvoroço. Logo o cientista e inventor, pediu silêncio absoluto e fez a pergunta primordial.

Qual é a lembrança que o senhor mais deseja na vida?

E ele, fechando os olhos, respondeu:

O cheiro da minha Mãe!

Joakim Antonio


Imagem: By Alejandro Alvarez

Vestido de Papel - Brincadeira Alada - ZenOrigami MK


25 de mar. de 2018

Vamu!



Delação premiada existe desde a Idade Média e foi usada na Inconfidência Mineira


Um dos principais mecanismos utilizados pela Operação Lava Jato, a delação premiada tem origens nos tempos da Idade Média. Os registros vêm desde a época da Inquisição, quando a Igreja Católica perseguiu praticantes de outras religiões, que eram considerados hereges.
Além das denúncias, que podiam ter como base rumores ou acusações públicas, o sistema inquisitório dava extrema importância para a confissão do acusado, que podia ser alcançada por meio de uma promessa de recompensa ou até mesmo pelo uso da tortura. Quem delatava sob tortura, inclusive, era bem visto pela sociedade.
"Na Inquisição, a ideia era de que o autor do crime era inimigo do inquisidor, portanto ele podia usar todos os poderes para obter uma confissão, inclusive utilizando tortura", explica Gustavo Badaró, professor de Processo Penal da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo).

Para Badaró, o conceito moderno da delação premiada que é o utilizado na Lava Jato tem "uma clara inspiração inquisitória ao utilizar o autor do crime para provar a ocorrência do delito cometido por ele e seus comparsas". "Na verdade, a delação da Lava Jato é algo vintage", brinca Badaró.

"Havia [na Inquisição] uma pressão psicológica. A pessoa sabia que, se não contasse algo que interessasse ao inquisidor, ela corria riscos - como queimar na fogueira, inclusive", destaca o professor.

E hoje, a delação é feita nesse mesmo contexto? Para Badaró, existe uma "tortura moderna, uma tortura psicológica" por trás da relação existente entre prisões cautelares e a confissão por meio da delação.

"Esse é um problema sério - caso de pessoas que estavam presas, fizeram inúmeros pedidos de liberdade provisória e assim que acenam a possibilidade de firmar um acordo de delação premiada são postas em liberdade”, defende o professor. É esse o caso, por exemplo, do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que deixou a cadeia em 2016, após passar um ano e meio em cárcere.

As delações na História

No Brasil, segundo Badaró, o primeiro registro oficial do conceito que conhecemos hoje como delação premiada é de 1603, nas Ordenações Filipinas, conjunto de leis espanholas que vigorou em terras brasileiras durante o período da União Ibérica.

Estava previsto nessas leis o crime de lesa-majestade, descrito como "traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado". Existia também o perdão ao delator, como descreve o texto: "por isso [delação] lhe deve ser feita mercê [favor, benefício], segundo o caso merecer, se ele não foi o principal tratador desse conselho e confederação" –ou seja, caso o delator não fosse o líder do movimento conspiratório.

Badaró explica que foi dessa lei que se valeu o coronel Joaquim Silvério dos Reis, que estava endividado com a Coroa e decidiu delatar os inconfidentes mineiros para ter sua dívida perdoada.

"Além de não ser punido com a pena de morte, dois anos depois foi a Lisboa e recebeu o foro de fidalgo da Casa Real, além de uma pensão anual de quatrocentos mil réis", conta o professor.

Outros registros importantes aparecem já nos anos 90, com as leis dos Crimes Hediondos, dos Crimes Contra Ordens Tributárias e a Lei de Lavagem de Dinheiro.

"[Essas leis] que tratavam da delação premiada se limitavam ao benefício, à redução da pena, que ao final do processo o juiz podia aplicar a quem delatou", ressalta Badaró, destacando que não havia um consenso sobre qual procedimento deveria ser seguido pelas duas partes - o delator e o Ministério Público.

Isso mudou apenas em 2013, com a Lei 12.850, que definiu as organizações criminosas e mudou a regulamentação dos acordos de delação.

"Houve maior amplitude desse procedimento e maior liberdade de negociação. Se antes só se falava em redução de pena, agora se fala da possibilidade de aplicação de regimes diversos. Além disso, agora existe o pré-acordo e a necessidade da homologação", afirma Alamiro Velludo, professor de Direito Penal da Faculdade de Direito da USP.

Essas mudanças, segundo ambos os professores, dão mais segurança para que tanto o delator quanto o Ministério Público possam fazer uso da delação premiada.


por 
 Ana Carla Bermúdez
Do UOL, em São Paulo