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Há muito tempo que desisti de salvar o mundo
com as minhas esmolas, ultimamente tenho utilizado outro critério, não importa
o quão grave seja o problema do reclamante, faço uma avaliação e dou o dinheiro
quando gosto do argumento. Meu critério é simples: histórias muito desgraçadas;
tristezas em demasia; vitimas do sistema. Enfim, os pobres coitados não me
empolgam mais, mas é a beleza do cotidiano apresentado, o inusitado que tira o
coelho da cartola, o criativo das impossíveis criatividades, aí sim, esses têm
os meus aplausos. Se no final tudo é invenção da choradeira, então que salvemos
a estética na linguagem.
Em tempo, tem três coisas que ainda me matam:
gente com fome, velho sujo e maltratado morando na rua e criança abandonada e
drogada na rua. O que eu faço? Compro comida pra quem está com fome, não
resisto.