Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

4 de jul. de 2020

Cruz e Sousa



João Cruz e Sousa nasceu a 24 de novembro de 1861, na cidade de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), capital da então Província de Santa Catarina. Filho de escravos alforriados, trazia nas artérias sangue sem mescla da África e, talvez, como escreveu Tasso da Silveira “no profundo psiquismo, milenárias forças adormecidas de angústia e sonho”.

Depois de uma vida de misérias, doenças e humilhações, morreu a 19 de março de 1898, na cidade de Sítio (hoje Antonio Caros), em Minas, para onde fora transportado às pressas, vencido pela tuberculose e em busca de melhores ares. Em sua rápida vida de somente trinta e seis anos, percorreu todo um ciclo de experiências de grande sofrimento: preconceito racial, miséria, loucura da mulher, morte dos filhos, morte dos pais, indiferença da crítica e de outros escritores e poetas. Mas houve a conjunção de circunstâncias que resultaram no seu canto imortal. E é esse canto que importa, contrariando aqueles críticos que anunciavam que ele era um “negrinho mau rimador” e que não alcançaria o sucesso porque “tinha a cruz no nome e a noite na epiderme”.

Cruz e Sousa escreveu poesias a vida toda. Só uma parte foi organizada por ele mesmo para publicação: Missal, Broquéis, Últimos Sonetos, Evocações. Mas destas quatro, apenas duas foram publicadas enquanto ele estava vivo. Como colocou a professora e pesquisadora Zahidé Lipinaccci Muzart na introdução da edição de Broquéis da L&PM:
“Cruz e Sousa foi o verdadeiro poeta canibal, antecipando e muito Oswald de Andrade, os manifestos modernistas e as inquietações e estranhamentos da poesia do século XX. Leu, converteu, transformou diferenças e variedades, abrasileirou franceses, influenciou latino-americanos e continua até hoje a nos surpreender. Assimilou o que quis dos poetas que leu, deglutiu-os e vomitou-os em poemas fantásticos revirginados de seus precursores, reencontrando toda uma família de espíritos, uma verdadeira confraria, a dos criadores de fantasia! Foi um verdadeiro poeta moderno com todas as conotações da palavra em cada época. Como Baudelaire, na França, Cruz e Sousa, no Brasil, foi o introdutor da modernidade.”



Os Correios acabam de colocar em circulação dois novos selos que homenageiam os poetas Fernando Pessoa e Cruz e Sousa, um português e outro brasileiro. O lançamento marcou o início do Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal que ocorreu em um evento na sexta-feira, 7 de setembro, em Brasília e que contou com autoridades e representantes dos correios dos dois países. A emissão conjunta, com o tema “A Força da Língua Portuguesa”, é composta por se-tenant (conjunto de selos no qual o desenho transcende o picote dando continuidade à imagem) de dois selos, que apresentam as imagens em aquarela dos poetas, em arte de Luiz Duran, acompanhadas por versos dos poemas “Mar Português”, do livro Mensagem e “Ser Pássaro”, do Livro derradeiro. Os selos tem valor facial de R$ 2,00 cada e podem ser comprados na loja virtual ou nas agências dos Correios.


Jornais anunciam a queda do PSDB.


PF liga Serra a conta na Suíça: 
R$ 40 000 000,00.

O pequeno brasileiro entregou o grande pré sal


Adeus educação


Bolsonaro preenche vaga com nome entreguista


(Privatização                       de todo o                                        ensino.

VOUCHERS,

Uma espécie de cupom ou cartão.
Famílias matriculariam os filhos em escolas do sistema privado.

Competição pressionariam para a melhoria do ensino,        

Estado se “livraria” de uma atividade,            ganha com a venda dos        
imóveis e terrenos.)



Quais os imites para uma caneta BIC
?


Vh






30 de jun. de 2020

Santos Dumont



Em 20 de julho de 1873, em Minas Gerais, nascia Alberto Santos Dumont. O “brasileiro voador”, como ficaria conhecido em Paris, veio ao mundo no dia do aniversário do pai, como conta Alcy Cheuche no livro Santos Dumont, da Série L&PM Pocket Encyclopaedia:

No meio da manhã de 20 de julho de 1873, dia em que Henrique Dumont completava 41 anos de idade, uma locomotiva fumacenta veio buscá-lo no canteiro de obras. O maquinista e o foguista, muito excitados, traziam um recado da escrava Ordália, esposa de Damião, parteira, cozinheira e manda-chuva da pequena equipe doméstica de Francisca. Acabara de nascer um menino; a mãe passava bem, mas pedia, logo que possível, a presença do pai.

Não tendo como fazer o retorno na estrada em construção, foi de marcha-ré que a Maria-Fumaça levou o engenheiro de volta para casa. No trajeto até o sítio Cabangu, mesmo feliz com o presente de aniversário, ele começou a preocupar-se com a chegada do sexto filho. Dentro em pouco as obras estariam concluídas, e era mister levar a esposa para um local mais confortável, mais perto da civilização. Ele também estava começando a década que o levaria aos cinquenta anos. Era preciso conquistar uma situação econômica mais estável para sua família.

No pequeno chalé, que atrai, a cada ano, milhares de turistas de todo o mundo, Henrique encontrou Francisca feliz com o bebê rosado e cabeludo a seu lado. O parto fora normal e uma única preocupação formava ruga entre seus olhos. Queria amamentar o filho, o que não fizera com os outros, sempre entregues a escravas amas-de-leite. Ordália era contra, mas Henrique, com sua autoridade patriarcal, concedeu à esposa o privilégio de amamentar, raro entre os brancos de posses naqueles tempos. E assim, o menino Alberto, como foi batizado, mamou até os dois anos de idade nos seios da sua própria mãe.


29 de jun. de 2020

Lula e Flávio Dino ao vivo


Vale tudo com o dinheiro do povo brasileiro


Portugal

FERNANDO PESSOA


 PALAVRAS DE PÓRTICO*

 NAVEGADORES ANTIGOS tinham uma frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso.” 
Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. 
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. 
Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. 
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. 
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. 


* Nota publicada pela primeira vez na primeira edição do volume Fernando Pessoa - Obra Poética, volume único, Companhia Aguilar Editora, 1965 (organização, introdução e notas de Maria Aliete Galhoz).

'Footloose' - Dancing In The Movies