Os
super-ricos brasileiros detêm o equivalente a um terço do Produto Interno
Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas do País em um ano, em contas em
paraísos fiscais, livres de tributação. Trata-se da quarta maior quantia do
mundo depositada nesta modalidade de conta bancária.
A informação foi
revelada no domingo, dia 28, por um estudo inédito, que pela primeira vez
chegou a valores depositados nas chamadas contas offshore, sobre as quais as
autoridades tributárias dos países não têm como cobrar impostos.
John
Christensen, diretor da Tax Justice Network, organização que combate os
paraísos fiscais e que encomendou o estudo, afirmou à BBC Brasil que países
exportadores de riquezas minerais seguem um padrão. Segundo ele, elites locais
vêm sendo abordadas há décadas por bancos, principalmente norte-americanos,
para enviarem seus recursos ao exterior.
“As
elites fazem muito barulho sobre os impostos cobrados delas, mas não gostam de
pagar impostos”, afirma Christensen. “No caso do Brasil, quando vejo os ricos
brasileiros reclamando de impostos, só posso crer que estejam brincando. Porque
eles remetem dinheiro para paraísos fiscais há muito tempo.”