Todos os dias surgem notícias de aumento da inflação, dólar,
inadimplência, dívidas e dessa forma se criou um cenário pessimista em relação
à situação econômica do Brasil. No entanto, o mercado de luxo não parece estar
nem um pouco preocupado com o cenário atual.
Especialistas do setor explicam que a demanda por itens importados
e de grande valor agregado, que causa não só satisfação prática no uso do
produto, mas, oferece status, vai continuar, uma vez que é cada vez maior o
desejo por carros esportivos, lanchas, helicópteros, entre outros produtos de
luxo.
Para se ter uma ideia, em março deste ano foi realizada a primeira
edição do Luxury Lab Br, em que se discutiu os rumos do mercado de luxo no
País para os próximos anos e a previsão é de um potencial crescimento até pelo
menos 2019.
Além disso, um estudo da consultoria Euromonitor projeta, para o
mesmo período, um faturamento de R$ 87,5 bilhões para o mercado de luxo na
América Latina. O avanço representa um crescimento de 88,4% em relação a 2014.
“Comprar um artigo importado é uma oportunidade de ter acesso
a algo personalizado, pensado para consumidores específicos e extremamente
exigentes”,
afirma Michelle Fernandes, diretora de logística e sócia da Next
Global, companhia especializada no comércio exterior.
Ela explica que para o público da classe AAA o que importa não é o
preço e sim o status, ou seja, o valor sentimental e o prestígio que é possível
gozar com o que se comprou. “Há também os que pagam muito mais caro por conta
de detalhes e acessórios que só existem fora do Brasil. Para os consumidores
AAA, o que vale é ter acesso a raridades e não o custo, que é muitas vezes
maior que o habitual”, afirma.
As empresas de luxo também veem no Brasil um potencial de
crescimento. Tanto que a Apple anunciou a abertura de sua segunda loja no
Brasil, assim como Saint Laurent as fábricas da Jaguar Land Rover e
da Jeep que abrem suas primeiras unidades no País.
“Há muito potencial para explorar e a demanda por produtos únicos é
algo que cativa os consumidores de classe AAA”, explica Michelle.