Nova técnica busca sustentabilidade ao usar solventes naturais para extrair antioxidantes de um resíduo agroindustrial e usá-los para aumentar a vida útil de alimentos
Guilherme Gama
Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP encontraram na casca de romã, resíduo agroindustrial que é destinado ao lixo, uma fonte de antioxidantes para uma nova técnica de conservação de alimentos. A substância extraída compõe uma película que, aplicada ao morango, retarda seu processo de envelhecimento e, portanto, aumenta sua vida útil em mais de três vezes.
“Buscamos com nosso estudo um apelo maior de sustentabilidade, mostrando que a própria natureza nos oferece possíveis alternativas para problemas com os quais lidamos diariamente, como o desperdício de frutas e de alimentos”,
Mirella Bertolo, autora principal do estudo, publicado no Journal of Cleaner Production, e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e também assinado pelas pesquisadoras do IQSC, Virginia Martins, Ana Maria Plepis e Stanislau Bogusz Junior.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 279 toneladas de romã foram produzidas no Brasil em 2017. Dessa quantidade, parte se torna resíduo agroindustrial, pois não é consumida, como as cascas.