Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

20 de mai. de 2011

Patrimônio


Família Mendes, geração promissora. 

 Fica aí um bom exemplo: Nunca destrua, reforme.


18 de mai. de 2011

GARIMPANDO

“Mercedes Sosa, La Negra”

Trecho  Matéria publicada na
Folha de São Paulo, ilustrada,
terça-feira, 6/10/2009.- Denise Mota,
Montevidéu

Jornalista conta como discutiu com
cantora sugestões de mudanças no
hino nacional argentino; ´morrer`
daria lugar a ´viver`

                Minha mãe diz que meu pai se esqueceu
do meu nome de propósito quando foi fazer minha
inscrição no cartório. E me colocou nome de Haydeé
Mercedes, em vez de Marta Mercedes [...]. Claro, como
é lógico, na minha casa mandava meu pai, mas, claro,
como é lógico, sempre se terminava fazendo o que
queria minha mãe. E então todos, desde que me lembro,
me chamam de Marta. Sou a Marta e gosto muito mais
de ser Marta do que Mercedes Sosa. Ninguém acredita nisso, mas é assim.
                Com a história do nome, me livrei de um problema:
minha mãe andou pensando em me batizar Julia Argentina,
porque nasci em 9 de julho, Dia da Independência [...].
Teria sido um exagero. Imagine os apresentadores do
mundo dizendo: ´E agora... Julia Argentina Sosa, da argentina.
[...] Outro exagero dentro de uma vida marcada por fatos
exagerados, não queridos, nem sequer sonhados.
[...] também andei me chamando Gladys Osorio, quando
quase adolescente comecei a cantar pelos microfones 
de uma rádio. No  final, das portas para dentro as coisas
são como as mães querem e, das portas para fora, como
as pessoas mandam. Na minha casa, definitivamente sou
a Marta. Para as pessoas, definitivamente sou a Negra.

“Mercedes 
 Sosa,
 La
Negra” -
Rodolfo
Braceli -
Ed.
Sudamericana, 2003
 Amigo de quatro décadas da cantora argentina, autor de “Mercedes Sosa, La Negra”, que escreveu ao lado da artista, o jornalista e dramaturgo Rodolfo Braceli, 69, diz que Sosa, como Carlos Gardel, “não morreu”. “Cada dia canta melhor”, afirma, em alusão a famosa frase reservada, até anteontem, ao célebre cantor de tango.
Ainda sobre o impacto da noticia da morte da cantora, Braceli, falou a Folha sobre as memórias com “La Negra”, como era chamada.
Uma delas viveu com Milton Nascimento dentro do carro da cantora, que adorava dirigir em alta velocidade. “Íamos sete pessoas no automóvel – Mercedes, Milton e eu na frente. Perto do aeroparque [aeroporto para vôos domésticos em Buenos Aires], o carro parou em plena linha do trem. Ao longe, vinha uma locomotiva e, naturalmente, vivemos segundos de inquietação. Milton, não. Ele aumentou o volume do toca fitas. Depois do susto, perguntei por que fez aquilo e ele disse: ‘Porque, se aquele era o final, seria o final mais feliz da minha vida’. Escutávamos a Negra cantando uma musica dele” 
Na última vez que em que conversou com a cantora, por telefone, há dois meses, o hino nacional argentino foi tema do bate papo. Sosa concordava com o que havia proposto o escritor em artigo de jornal: que o verso “o juremos com gloria morir, parte do estribilho da composição argentina, fosse substituído por algo “ mais modesto”: “ o juremos com gloria vivir”. No álbum “ Cantora”,  ela deixa registrada essa versão do hino de seu país.