Corriam os anos 30 e László Bíró, jornalista Húngaro, começava a ficar frustrado
com o tempo despendido a recarregar a sua caneta e a aguardar que a tinta
secasse no papel. Decidiu então criar uma caneta que facilitasse a escrita
resolvendo os problemas anteriores. Assim, em 1938, trabalhando com o seu irmão
Georg, patenteou o design de uma caneta que utilizava uma minúscula esfera
rotativa na ponta. O conceito era simples; à medida que a esfera rolava com o
atrito na superfície do papel, entrava em contato com a tinta e transferia-a
para a superfície do mesmo.
Apesar de já existirem propostas do gênero no
passado, o design dos Bírós resolvia muitos dos problemas práticos relacionados
com o entupimento e fugas indesejadas de tinta. Nos 40, eles licenciaram o
design a inúmeros fabricantes nos estados Unidos e Inglaterra mas, foi somente
uma década depois que todos os problemas foram sanados por Marcel Bich, um
fabricante francês que criaria um dos objetos mais marcantes de toda uma
cultura ocidentalizada. Nasceu assim um ícone, nasceu a caneta BIC crystal.
Este verdadeiro ícone da democracia - com um custo tão barato que torna
acessível a qualquer bolso - é também um dos primeiros produtos de uma cultura
de "usar e jogar fora", permitindo inclusive que inúmeras propostas
viessem a ser criadas à volta deste objeto. As utilidades, como será óbvio de
observar, somente estão limitadas pela nossa imaginação.