Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

7 de out. de 2012

vamos ler?

É este o soberbo espetáculo que se depara, numa bela noite sem nuvens e sem luar, a um observador português, que contemple o hemisfério boreal. Mas a Via Láctea, cada vez mais luminosa e bela, prossegue a sua jornada triunfal pelo outro hemisfério, através das constelações do Centauro, Cruz do Sul e Carena, Velas e Popa do Navio, depois do que diminui de esplendo nas regiões do Cão Maior, Orion, Touro e Cocheiro, para ressurgir em Perseu, ponto de partida da nossa volta à abobada celeste.

Quer dizer: a Via Láctea da uma volta completa ao céu, ao céu que circunda todo o observatório terrestre onde nos encontramos, e nós, observadores, ocupamos um ponto, num insignificante ponto dessa maravilhosa cintura de globos incandescentes.
A Via Láctea é particularmente brilhante na metade do percurso, entre o Navio e o Cisne. O seu brilho decresce na outra metade, entre o Cisne e o Navio. A largura da Via Láctea, de acordo com as medições fotométricas do seu brilho aparente, é muito variável: assume grandes proporções no escorpião e no Sagitário, onde chega a quarenta graus; decresce consideravelmente de importância no Cacheiro e no Touro.

 À vista desarmada, a Via Láctea não permite que se suspeite dos verdadeiros tesouros que encerra. Se um astrônomo caldeu ou egípcio, dotado de uma acuidade visual sobre humana, tivesse surpreendido as multidões de estrelas que estão para alem do alcance normal da vista, bem poderia afalfar-se a dar notícia delas aos seus conterrâneos: ninguém, por certo, o tomaria a sério!
Mercê de um telescópio, a poalha luminosa de Milton resolve em miríades de estrelas. As fotografias de longa exposição, como as que reproduzimos, dão uma idéia nítida desses longínquos formigueiros de astros, que parecem estreitamente aglutinados em pequenos espaços, mas que guardam, entre si, distâncias prodigiosas. É a acumulação de milhares de milhares de estrelas, muito distantes da Terra para surgirem individualmente aos nossos olhos, que nos dá a idéia da cintura luminosa a envolver o céu.

Do livro “Historia da Criação dos Mundos” – volume II – Lisboa – 1955; na pagina 19 (de 1955), tem uma fotografia de Kerolyr que mostra uma região sombria da Via Láctea, onde se destacam pequenas nebulosidades brilhantes, a maior das quais é M 78 de Orin.

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