A
proximidade entre pessoas e o aumento da população tornou grupos populacionais
maiores. Esses agrupamentos humanos tiveram grande dificuldade para adquirir
água potável. A solução ancestral que resolveu o problema da hidratação desses
povos foi a cerveja.
O
surgimento da cerveja foi a fórmula para o sucesso, permitindo o
desenvolvimento do início da civilização como a conhecemos. Assim escreve Lara Lins. (pós-graduada em Gastronomia e autora do
blog gastroempatia.blogspot.com.br
O fato é que essa
bebida está presente há tempos e, mais do que isso, permitiu a sobrevivência de
nossos ancestrais. Além de fonte de água, a cerveja era fonte de nutrientes,
como no caso dos Sumérios*, que tinham a cerveja como sua fonte primária de nutrientes.
O trigo e a cevada são boas fontes de nutrientes e, por consequência, produz
alimentos e, também, bebidas de ótimo teor nutritivo e bem balanceadas.
Era o processo de
fermentação da cerveja que matava os microrganismos nocivos e infecciosos
presentes na água transformando, assim, uma água imprópria para o consumo em
uma fonte segura de água e nutrientes, ademais, conferindo um ótimo sabor
(Hoje, sabemos que a fervura do mosto também contribuiu para a morte dos
microrganismos). A cerveja esteve presente na composição de remédios e, além
disso, a primeira receita conhecida da história continha cerveja.
A cerveja salvou
nossos ancestrais, hidratando-os de forma segura, e nutriu-os, justamente por
ser um superalimento. Assim, a criação da cerveja foi decisiva, ao passo que
auxiliou o crescimento das populações, e, por consequência, das cidades.
Mas, afinal, como
surgiu a cerveja?
Há um consenso que
diz que a cerveja não foi inventada pelo homem, e sim descoberta por
acaso. Ao que tudo indica, além de na Mesopotâmia (Oriente Médio), a
cerveja também surgiu espontaneamente em outros lugares do planeta, como na
América do Sul e no norte do México pré-Colombiano (sendo essas civilizações
ocidentais que viveram isoladas até o século XV).
E o surgimento deu-se
a partir de grãos de cevada expostos a umidade, que, em contato com o ar,
acabaram por fermentar. O líquido gerado possivelmente era turvo e encorpado e,
foi bravamente consumido por alguém.
Bem após esse evento
foi que a cerveja passou a ser produzida pelo homem.
Na Europa medieval,
os monges** produziam cerveja e foram eles os responsáveis pela adição de
lúpulo na composição dessa bebida. Nos mosteiros, a cerveja, além de produzida,
foi aprimorada. Os lúpulos agregavam aroma e/ou amargor, além de preservarem o
frescor das cervejas e de possuírem propriedades antissépticas.
O fato é que, desde
os primórdios, a cerveja tem caráter democrático, sendo consumida tanto por
escravos quanto por reis. E, hoje em dia, ainda vemos que a cerveja é consumida
em todas as classes sociais, sendo de fato, a bebida mais democrática do mundo.
(*) Os Sumérios são considerados a civilização mais antiga da humanidade. Eles
viviam ao sul da Mesopotâmia, próximo a terrenos férteis.
(**) É atribuído aos
monges de San Gallo, na Suíça, o uso inicial do lúpulo.