Neste final de semana circulou a
notícia de que Lula teria sido sondado para assumir um ministério no governo
Dilma. Ele não aceitou. Dá para entender as razões dos dois lados. A presidenta
não tem mais a quem recorrer: seu antecessor entraria em cena como a cavalaria
num filme antigo de faroeste, salvando o forte do ataque dos índios. O fato de
que Lula provavelmente eclipsaria Dilma é o de menos - ainda mais se fosse para
a Casa Civil, que pode dar superpoderes ao seu ocupante. Com ele no comando da
coordenação política, o segundo mandato ganharia uma grande chance de navegar
sobre águas mais tranquilas até o seu final. Claro que existe um risco
embutido: o ex-presidente não tem mais a aura que tinha em 2010, quando a
economia bombava e ele teria sido reeleito com folga se pudesse concorrer. Mas
Lula não quer saber de riscos. Ele sonha em voltar ao Planalto nos braços do
povo em 2018, ou até antes, se esse delírio aecista de eleição antecipada se
concretizar. Por isto, o melhor que tem a fazer é se manter a uma distância
segura do atual governo. Para que nada respingue sobre ele e para manter a
sensação de que no tempo dele é que era bom. Como dizia o slogan do extinto
cigarro Minister, Lula é um homem que sabe o que quer. Um ministério para ele,
neste momento conturbado, não lhe traria muitas vantagens práticas. Melhor ver
o circo pegar fogo de longe
e depois aparecer com um extintor.
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