O canttor e
compositor Martilho da Vila, de 78 anos, é o entrevistado da seção Sentido da
Vida, da revista Sexy deste
mês. Na conversa, ele falou sobre política, bebidas, drogas, sexo e samba.
Ao ser questionado
sobre o atual governo, o cantor fez elogios à administração petista e opinou
sobre a crise vivida pelo País. “O governo Lula foi o melhor que esse país já
teve desde Getúlio Vargas. Só que tudo que fica muito tempo se deteriora. Todo
governante que fica muito tempo no poder, pode ver ao longo da história, fica
mal na foto. O propósito da ditadura, por exemplo, era só chegar ao poder, dar
uma sacudida no Brasil, ajustar o crescimento e bola pra frente com as
eleições. Mas aí ficaram toda a vida”, disse.
Ele considera que a
corrupção é um mal que existe em todo o mundo, mas vê com bons olhos as prisões
de pessoas envolvidas em escândalos. “Veja só, não lembro de casos corriqueiros
na história de gente com poder indo presa. Juiz só vai preso no Brasil hoje em
dia! Até recentemente isso não existia. Estava falando com um taxista dia
desses esse assunto. Os noticiários mudaram a forma de contar o Brasil. Antes
só falavam dos pobres que iam presos. Agora todo dia tem um poderoso
endinheirado sendo preso pela Polícia Federal. Isso é um fato positivo. Pessoas
que antes se achavam acima da lei agora têm seus papéis reescritos. E, se as
prisões continuarem, acho que vai faltar cadeia para tanta gente (risos). Aí o
Brasil para”.
Já sobre a música,
Martinho considera que hoje existe uma nova forma de fazer samba, mas faz
algumas críticas. “Olha, os criadores estão aí. Pode não ter espaço nos
programas musicais e na mídia de forma geral para eles como antes, mas há uma
geração forte surgindo. O que vejo de diferente é uma nova forma de se fazer
samba, com uma linguagem mais direta, que tem mais a ver com essa linguagem da
internet, de jovens. Os compositores não estão se preocupando em burilar a
letra. Daí a poesia, a palavra, a riqueza melódica estarem inferiores. Isso
porque tudo é imediato demais. O samba tem perdido qualidade”, afirmou.
Durante a
entrevista, o carioca falou abertamente sobre vícios. “Eu bebo, fumo... Faço
tudo. Não cheiro, não fumo maconha. Nunca fumei maconha, porque não gosto do
cheiro. E sempre tive na minha cabeça que isso não ia ser legal. Houve um
período em que eu exagerava mais um pouco na bebida. Mas é como te falei: tudo
o que se faz em excesso enjoa”.
Ele também não se
intimidou quando perguntado sobre sua intimidade. “Sexo é um vício que é
preciso controlar. Só que a gente ganha essas capacidades de controle ao longo
da vida (risos). Hoje estou quieto, rapaz. Vinte e dois anos de
casamento”, encerrou.
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