O deserto mais
quente do mundo foi inundado de flores. Amplas faixas amarelas forraram o solo
normalmente árido, com brotos se erguendo altos e com pétalas vívidas que
irradiam a luz da manhã. Com nomes como “esteira roxa” ou “fantasma de
cascalho”, eles pontilharam o cenário com fúcsias e brancos etéreos.
Essa superfloração
de espécies silvestres ocorre, em média, uma vez a cada década no Parque
Nacional do Vale da Morte, o maior do território contíguo dos Estados Unidos. Um
fenômeno que é, ao mesmo tempo, raro e passageiro.
A receita para a
superfloração no Vale da Morte parece simples: chuvas fortes, seguidas de
temperaturas amenas e chuviscos mais leves.
Se fizer muito calor
ou muito frio, se o vento estiver muito seco ou se não houver chuvas na medida
certa, as flores podem surgir, mas não com a sincronia e a densidade de uma
superfloração.
O maior obstáculo é
que o Vale da Morte é o lugar mais seco de toda a América do Norte e o mais
quente da Terra. Chuvas são raras – ao contrário do calor impiedoso.
Assim como nas
recentes superflorações de 1998 e 2005, o fenômeno deste ano é resultado da
forte atividade do El Niño. Fortes chuvas caídas em outubro estimularam milhões
de sementes que estavam “adormecidas” no solo havia anos.
O outono e o inverno
trouxeram a quantidade certa de calor e de precipitações que propicia o
brotamento em massa das mudas.
Se as condições
climáticas se mantiverem, o Vale da Morte pode continuar florido durante todo o
mês de março. Mas não há garantias no deserto.
Uma mudança rápida
no clima pode tornar a paisagem árida novamente e transformar as flores em
sementes que podem passar anos sem brotar
.
Assim é a vida no
Vale da Morte: árdua e breve.
Sivani Babu Da BBC Travel
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