Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

22 de mar. de 2016

A 'inundação' de flores no deserto mais quente do mundo

O deserto mais quente do mundo foi inundado de flores. Amplas faixas amarelas forraram o solo normalmente árido, com brotos se erguendo altos e com pétalas vívidas que irradiam a luz da manhã. Com nomes como “esteira roxa” ou “fantasma de cascalho”, eles pontilharam o cenário com fúcsias e brancos etéreos.

Essa superfloração de espécies silvestres ocorre, em média, uma vez a cada década no Parque Nacional do Vale da Morte, o maior do território contíguo dos Estados Unidos. Um fenômeno que é, ao mesmo tempo, raro e passageiro.



A receita para a superfloração no Vale da Morte parece simples: chuvas fortes, seguidas de temperaturas amenas e chuviscos mais leves.
Se fizer muito calor ou muito frio, se o vento estiver muito seco ou se não houver chuvas na medida certa, as flores podem surgir, mas não com a sincronia e a densidade de uma superfloração.

O maior obstáculo é que o Vale da Morte é o lugar mais seco de toda a América do Norte e o mais quente da Terra. Chuvas são raras – ao contrário do calor impiedoso.




Assim como nas recentes superflorações de 1998 e 2005, o fenômeno deste ano é resultado da forte atividade do El Niño. Fortes chuvas caídas em outubro estimularam milhões de sementes que estavam “adormecidas” no solo havia anos.

O outono e o inverno trouxeram a quantidade certa de calor e de precipitações que propicia o brotamento em massa das mudas.

Se as condições climáticas se mantiverem, o Vale da Morte pode continuar florido durante todo o mês de março. Mas não há garantias no deserto.

Uma mudança rápida no clima pode tornar a paisagem árida novamente e transformar as flores em sementes que podem passar anos sem brotar
.
Assim é a vida no Vale da Morte: árdua e breve.

Sivani Babu Da BBC Travel

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