Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

13 de mar. de 2016

OBEDECER OU RESPEITAR


O sistema tradicional da nossa sociedade esta desenvolvida a obediência. Não estamos muito longe de regimes políticos autoritários, nem nossa história desligada dos paradigmas do sistema monárquico. Quando do advento da república, no Brasil, a filosofia positivista exercia uma forte influência nos meios políticos e educacionais e caímos num sistema de obediência civil, tendendo a aumentar na medida do endurecimento das constituições que centralizavam o poder nas mãos dos governantes civis. Era o império da obediência civil. Obedecer era, portanto, o mais importante. Obediência nos governantes, obediência nas fábricas, obediência no trânsito, nas igrejas e nas escolas. A queda do imperador não correspondeu à queda do imperial poder. Existia uma obediência para ser cumprida e, para os padrões da época, acabava dando certo. Isso não significa que estávamos assimilando conceitos de cidadania. Se a sociedade civil assim era organizada, as religiosas faziam cair sobre os seus discípulos,  o peso das regras de obediência da própria congregação. No Brasil duas correntes são marcantes: a disciplina militar e, a disciplina religiosa.  Décadas se passaram e ainda encontramos famílias que procuram escolas com o perfil autoritário para educar os próprios filhos. Querem que as escolas façam o que não conseguem mais fazer em casa seja por falta de tempo ou falta de autoridade. Então, buscam instituições que são autoritárias pelo fato de exigir obediência e, não, respeito. Porque há uma grande diferença entre uma coisa e outra.
A obediência é a responsável pela formação de um profissional que reflete, dentro de uma empresa, o famoso "sim senhor". Concorda com tudo. De nada discorda. Sempre diz o que o patrão quer ouvir e acaba não auxiliando o crescimento da própria empresa em que trabalha.
 Respeitar é um estágio muito mais avançado que obedecer. Enquanto a obediência está para um sistema industrial ultrapassado, o respeito é compatível com a sociedade das pessoas. Quem respeita está aceitando a autoridade, não o autoritarismo. Uma sociedade onde exista respeito terá lideranças com autoridade sem serem autoritários. Uma sociedade onde exista obediência terá chefes autoritários sem terem autoridade. Pior: a autoridade existindo não garante o respeito.
Quando o coração que não ama é substituído pelo pulso forte, existirá autoritarismo com a perda do respeito. A  nossa  sociedade precisa de lideres que tenham pulso forte atrás de um coração que ama. Esses formarão para a convivência, ensinarão aos liderados o que é aprender a SER e a CONVIVER.
Obedecer é um estágio pouco evoluído diante do respeitar, este gesto cidadão para o qual devemos nos inclinar e tender.
EVILAZIO RIBEIRO
DIRETOR DE EMPRESAS, Consultor Empresarial, Contador, Graduando em Direito FFB, Mediador do Trabalho ato declaratório n.1 de 06/08/2002 da Delegacia Regional do Trabalho do Ceará.

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