Com o tempo, foi
ganhando o hábito de não se emocionar com nada. Viveu sempre velha, muito
velha. A pele lívida. Os olhos morrediços. O rosto seríceio. Por dentro, a alma
encarquilhada. No peito, tantos anos depois, o coração ainda partido. Esmigalhado
pelos dedos aduncos das horas.
(m.m. botelho)
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