Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

2 de mar. de 2016

Velha




















Com o tempo, foi ganhando o hábito de não se emocionar com nada. Viveu sempre velha, muito velha. A pele lívida. Os olhos morrediços. O rosto seríceio. Por dentro, a alma encarquilhada. No peito, tantos anos depois, o coração ainda partido. Esmigalhado pelos dedos aduncos das horas.

(m.m. botelho)

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