Ouça a íntegra:
São Paulo – “O
golpe tem relação direta com a tomada do pré-sal. Isso já aconteceu outras
vezes. Getúlio Vargas relatou que o cerco da mídia contra ele, especialmente de
Carlos Lacerda, dos Diários Associados, tinha ligações com a criação da
Petrobras”, afirmou João Antônio de Moraes, secretário de Relações
Internacionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em entrevista a Marilu
Cabañas, da Rádio Brasil Atual.
“Não por acaso, o
Wikileaks flagrou a CIA espionando a presidenta Dilma e a Petrobras. Isso não é
mera coincidência. Os Estados Unidos fazem guerras em todo o mundo para
controlar o petróleo. No Brasil não precisa disso, basta ter uma aliança com a
grande imprensa, com a Globo, com o PSDB e com o gerente Temer que tomou o
poder”, disse Moraes, que não se refere a Michel Temer (PMDB) como presidente
interino por não ver legitimidade no processo que afastou Dilma.
Tramita no
Congresso um projeto de lei que altera legislação que prevê exclusividade da
Petrobras como operadora do pré-sal, bem como exclui a obrigatoriedade da
estatal participar em no mínimo 30% da exploração dos campos de petróleo.
“Lamentável ouvir essas medidas. É bom que se diga, que o pré-sal corresponde a
cerca de R$ 20 trilhões”, afirmou.
Para ilustrar,
Moraes comparou a quantidade de dinheiro envolvida na operação com cortes
sinalizados e promovidos em apenas duas semanas de governo interino. “Temer
anunciou a extinção do Samu alegando falta de verbas. Com o pré-sal, seria
possível comprar 200 milhões de ambulâncias. Ele também anunciou que vai
restringir o Minha Casa, Minha Vida. Com o pré-sal, é possível construir 340
milhões de casas populares.”
A entrega da
operação do petróleo para empresas estrangeiras vem se mostrando ineficiente.
“Não existe país que tenha conseguido utilizar o petróleo para o bem de sua
gente, quando quem operou foram empresas de fora”, disse.
A Argentina é um
exemplo da natureza da exploração petrolífera tomada por empresas estrangeiras.
“Eles tinham uma estatal. O presidente Carlos Menem (1989-1999) privatizou a
estatal para uma empresa espanhola que passou a administrar esse petróleo de
maneira predatória e extirpou as reservas. Hoje, nossos vizinhos importam todo
seu petróleo”, disse o dirigente da FUP.
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