De todo jeito, como o "jornalismo cultural" gosta de fazer retrospectos de verão, desconfio que o deste ano pode ser bem forte pra mexer com os humores (pra melhor ou pior, aí já não dá pra garantir). Tentando ser minimamente cronológico (no que me arrisco a fazer confusões) e sendo muito centrado no Rio, onde moro, o verão de 2014 foi o seguinte:
- Foi
o verão em que programaram uma manifestação com mulheres de peitos de fora, mas
na hora agá só tinha os voyeurs. Isso foi uma carioquice tão carioca que nem os
cariocas conseguiram prever.
- em
que não vai ter copa e algumas pessoas não entenderam.
- em
que o prefeito do Rio pediu para as pessoas não saírem de casa.
- o
verão do Ronaldo sendo zoado pelo Romário.
- em
que o julgamento do mensalão acabou duas vezes, com uma reviravolta entre elas
causada pela mudança de juízes; o que não mudou quase nada no final das contas,
mas serviu para os dois lados ficarem reclamando como se isso fosse a coisa
mais importante do mundo.
- o verão em que um cinegrafista morreu por causa de um morteiro disparado por uns garotos idiotas numa manifestação e, depois disso, durante uns dias apareceu maluco dizendo que defender manifestações era o mesmo que fazer apologia ao crime.
- o verão em que um cinegrafista morreu por causa de um morteiro disparado por uns garotos idiotas numa manifestação e, depois disso, durante uns dias apareceu maluco dizendo que defender manifestações era o mesmo que fazer apologia ao crime.
- Foi
o verão em que todo mundo que circula pela cidade ficou preso no trânsito e
reclamou do fim da perimetral; depois que derrubaram o elevado, até bloco de
carnaval foi feito para protestar.
- em que o Alckmin "resolveu o problema" das manifestações: passou a mandar duas vezes mais policiais do que manifestantes e mandar eles baixarem o cacete em todo mundo. Deu tão certo que o ministro da justiça disse que vai copiar o modelo e implementar país afora.
- o ano em que botaram batalhão da tropa de choque da polícia para fiscalizar bloco de carnaval.
- em que a guerra começou: o governador de São Paulo resolveu desviar o curso do rio Paraíba do Sul pra evitar que a megalópole fique sem água.
- em que o Alckmin "resolveu o problema" das manifestações: passou a mandar duas vezes mais policiais do que manifestantes e mandar eles baixarem o cacete em todo mundo. Deu tão certo que o ministro da justiça disse que vai copiar o modelo e implementar país afora.
- o ano em que botaram batalhão da tropa de choque da polícia para fiscalizar bloco de carnaval.
- em que a guerra começou: o governador de São Paulo resolveu desviar o curso do rio Paraíba do Sul pra evitar que a megalópole fique sem água.
- em
que Porto Velho inundou, mas a presidenta afirmou que é absurdo culpar as
usinas recém-construídas pela cheia do rio e pelo que aconteceu com os
moradores de Rondônia.
- foi o verão em que o Mujica decidiu dar asilo aos presos de Guantánamo. Depois ainda tripudiou, pedindo ao Obama que em troca liberte cubanos presos nos EUA.
- foi o verão em que o Mujica decidiu dar asilo aos presos de Guantánamo. Depois ainda tripudiou, pedindo ao Obama que em troca liberte cubanos presos nos EUA.
- o
verão em que a inundação de uma rodovia isolou o Acre do resto do país.
- em que foram marcadas "marchas" para fazer parecer que o ambiente ideológico é o mesmo de 50 anos atrás. O verão em que um governo que joga bombas de gás em manifestantes, manda o exército cuidar da segurança civil e tira terras de índios foi acusado de ser "comunista". Ainda não se averiguou se os autores dessa acusação são agentes secretos do próprio governo ou se são só malucos mesmo.
- em que foram marcadas "marchas" para fazer parecer que o ambiente ideológico é o mesmo de 50 anos atrás. O verão em que um governo que joga bombas de gás em manifestantes, manda o exército cuidar da segurança civil e tira terras de índios foi acusado de ser "comunista". Ainda não se averiguou se os autores dessa acusação são agentes secretos do próprio governo ou se são só malucos mesmo.
- E
foi o verão que acabou com a imagem do cadáver de uma mulher, Cláudia Silva
Ferreira, sendo arrastado por um carro de polícia pelas ruas. O viúvo disse ao
governador (que, por razões misteriosas, ainda se encontra em liberdade) que
ela só virou notícia por ter sido filmada, senão seria mais um Amarildo. Como
que para comprovar isso, na mesma ocasião foi morto um adolescente de 16 anos,
William Possidonio - e sua morte passou batida como outras tantas classificadas
como "autos de resistência".
não dá
pra dizer que foi um verão agradável, na verdade foi bem barra pesada - bem
quente.
pior que não devo ter me lembrado nem da metade, me ajudem aí.
pior que não devo ter me lembrado nem da metade, me ajudem aí.
(e,
claro, foi o verão que eu passei organizando e montando o Rio em Chamas com a
galera. Vem aí!
Nenhum comentário:
Postar um comentário