imprensa internacional questiona
legado a dois dias da Rio 2016
O
legado da Rio 2016 trará poucos benefícios para a população mais carente - esse é o tom de diversas
reportagens críticas sobre a Rio 2016 que circulam na imprensa
internacional nesta terça-feira.
A
reportagem é publicada por BBC Brasil, 03-08-2016.
Já
um outro artigo sobre os "brasilionários" olha para um lado menos
conhecido das obras realizadas no contexto dosJogos: a relação entre as
empreiteiras e as poderosas famílias que as controlam e os recentes escândalos de corrupção.
O
britânico Guardian dedica a capa de seu caderno 2 a uma coletânea de
diários escritos ao longo de um ano por três jovens moradores das favelas do Alemão, Rocinha e Maré.
Uma das frases destacadas é: "Espero que os Jogos Olímpicos terminem logo, porque o único legado será a
repressão, a militarização e a guerra".
Em
seus textos, os jovens relatam um cotidiano de violência, mortes nas mãos de
policiais e traficantes, negligência e abandono.
'Limpeza'
No
site da rede de TV americana ABC, uma reportagem dá voz a ativistas de
direitos humanos segundo os quais a proximidade dos Jogos trouxe um
"aumento alarmante" no número de mortos pela polícia carioca.
Para
a organização Anistia Internacional, os policiais estão fazendo uma
"limpeza" antes do evento que colocará a capital fluminense sob os
holofotes do mundo nas próximas semanas.
Citando
uma reportagem da BBC no ano passado, a rede ABC observa
que associações de policiais também apontam para o alto número de policiais mortos.
'Novo
Mundo' sem pobres
O
também americano Washington Post traz uma reportagem sobre as 20
famílias que obtiveram o direito de permanecer no local da antiga Vila Autódromo, favela destruída para dar lugar ao Parque
Olímpico na Barra da Tijuca.
"O
slogan da Rio 2016 é Um Novo Mundo. Mas do lado de fora do Parque
Olímpico, esse novo mundo não tem lugar para os pobres", escreve o
correspondente do jornal, citando um morador.
Autoridades
ouvidas em anonimato pelo repórter dizem que as 800 famílias relocadas tiveram opção de se mudar para moradias
sociais, mas os entrevistados pela matéria alegam ter sido intimidados.
'Brasilionários'
Já
os leitores do britânico Daily Telegraph foram apresentados a outro
lado da Olímpiada pouco conhecido do público estrangeiro: os
"ultrarricos" por trás de "escândalos olímpicos" e que
"dominam o Rio".
A
reportagem traça o histórico de famílias detentoras de empreiteiras, como Odebrecht e Camargo Corrêa, enfatizando seu papel
nos atuais escândalos de corrupção e conectando os benefícios que obtiveram
desde a ditadura militar até os dias atuais - inclusive durante o governo
petista de esquerda.
"Assim
como a Copa do Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos se encaixam em
uma abordagem pragmática de desenvolvimento", escreve o repórter Alex
Cuadros, autor de um livro sobre os bilionários brasileiros.
"Os
dois eventos tinham a cara de prêmios políticos, permitindo ao PT distribuir
fundos entre seus aliados e ao mesmo tempo criar transporte público para o cidadão comum".
"À
medida que a economia se deteriorava e o dinheiro se esgotava, porém, os bilhões
de dólares gastos em infra-estrutura esportiva terminaram beneficiando
empresários e líderes políticos bem-conectados acima de tudo".
humanitas
unisinos
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