Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

24 de mar. de 2017

O ódio muda até as cores

Faço aqui um resumo, talvez mal feito, de uma reportagem que li. Puro ódio semeado via internet.

Duas fotos correram o mundo e receberam 3000 compartilhamentos em menos de um dia.

Elas mostram duas tristes cenas ocorridas na Inglaterra, por ocasião do atentado próximo ao grande relógio britânico.

Uma delas mostra uma mulher muçulmana caminhando pela calçada usando o celular, no mesmo instante em que uma pessoa ferida era socorrida. 


A mulher muçulmana foi acusada de desumana. Chegando a ser comparada com uma crista: “se fosse uma mulher cristã não agiria com tanta frieza em relação ao sofrimento de um semelhante.”

Ouve quem dissesse que a imagem o “deixou doente”.

Outro chegou a afirmar que a religião da mulher a impedia de ajudar os não-crentes.

O que mais se ouviu foi a frese: “uma imagem vale mais que mil palavras”

Puro ódio, óbvio!

Não se pode dizer o que uma pessoa está pensando ou sentindo a partir apenas de uma foto.

A mulher estaria “assustada, confusa e aturdida, como podia estar ligando para sua família para dizer sobre o horror que estava vivenciando e que estava bem”.


Logo surgiu uma outra foto. Um homem branco caminhando pela calçada usando o celular, no mesmo instante em que uma outra pessoa ferida era socorrida, durante a mesma tragédia e com uma atitude parecida.

Só que ninguém acusara de estar alheio ao que acontecia.

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