Coreia do Norte não
iniciará unilateralmente uma guerra, afirmou à Sputnik o suíço Felix Abt, um
dos primeiros empresários estrangeiros a investir neste país asiático.
“Coreia do Norte
esteve observando de perto os acontecimentos no Iraque e na Líbia. Saddam e
Gaddafi não tinham nada com que pudessem assustar o Ocidente para evitar a
guerra contra eles. Por isso, as autoridades da Coreia do Norte não vão
renunciar às armas nucleares para se assegurarem que não sofrerão o mesmo
destino. Porém, não vão ser os primeiros a usar estas armas, porque isso, sem
dúvida, significaria seu fim”, destacou Abt.
O empresário viveu e
trabalhou na Coreia do Norte durante sete anos, de 2002 a 2009, já contribuiu
muito para os intercâmbios comerciais entre este país asiático e a Europa.
Em 2005, ele
estabeleceu juntamente com seus sócios na Coreia do Norte a associação European
Business Association, que se converteu em primeira câmara de comércio estrangeira
presente no país asiático. Mais tarde, foi fundada a câmara chinesa.
Depois de terem sido
ativadas as sanções ocidentais, a European Business Association cessou suas
atividades na Coreia do Norte, enquanto a câmara chinesa continua funcionando.
Abt está muito
preocupado que neste ano, depois da aprovação de uma proposta dos Estados
Unidos, a ONU proíba a exportação dos produtos mais importantes da Coreia do
Norte: o carvão, metais e minerais. “Se a China, o principal parceiro comercial
da Coreia do Norte, aplicar plenamente o embargo, seguidamente a Coreia do
Norte perderá de imediato praticamente todos seus ingressos em divisas”, afirma
o especialista.
Sem divisas Pyongyang não será capaz de importar nada. “Isso será um
golpe duro para a economia e para muitos cidadãos da Coreia do Norte que vivem
das receitas do comércio de mercadorias importadas. Neste caso, o crescimento
econômico dos últimos anos pode abrandar muito, e o resultado poderia ser uma
grande fome como a dos anos 90”, concluiu o empresário.
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