No topo da ficha da
primeira internação de Affonso de Henriques de Lima Barreto no Hospício
Nacional, o escritor é identificado como branco. O ano era 1914, o diagnóstico
alcoolismo, a cidade Rio de Janeiro. Logo abaixo do cabeçalho, contudo, uma
foto em sépia desmente a informação sobre sua cor. Assim como um sem número de
intelectuais e homens públicos brasileiros, que eram negros, mas foram
repetidamente retratados como brancos, Lima, ainda em vida, foi tomado pelo que
não era. No seu caso, contudo, o “branqueamento” é ainda mais absurdo, pois ser
negro, no último país a abolir a escravidão no mundo, foi questão central da
vida e obra do escritor brasileiro.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário