A Grande Guerra, a
que também chamaram esperançosamente «a guerra para acabar com as guerras»,
tinha começado a meio do Verão, em Julho de 1914. Os soldados a caminho da
frente de batalha estavam genuinamente convencidos de que a luta seria breve e
chegaria ao fim antes do Natal. Tal não aconteceu. O horror prolongou-se
por quatro longos anos e fez mais de 16 milhões de mortos.(...)
(...) O ânimo com que
oficiais e soldados partiram para a frente cedo esmoreceu. Com a chegada dos
frios do Outono e logo a seguir dos rigores maiores do Inverno, começou a
instalar-se o desânimo, um desespero surdo no fundo da miséria lamacenta das
trincheiras. Acredito que, se dependesse dos soldados anónimos dos dois lados
do conflito, a guerra poderia ter acabado naquele Dia de Natal de 2014, faz
hoje cem anos.
Faz hoje cem anos
que, em vários pontos ao longo da frente ocidental, soldados britânicos e
alemães fizeram espontaneamente uma trégua, confraternizaram, improvisaram até
partidas de futebol e — o que mais me comove — deram juntos sepultura aos
camaradas caídos na terra-de-ninguém.
Em 1983 Paul McCartney lançou o álbum Pipes
of Peace. O vídeo da canção-título recriava a trégua de quase 70 anos antes:
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