Sempre tentando encontrar os caminhos para tantas coisas.
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DIÁRIO DE UMA ELEIÇÃO ESTRANHA
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PARA APRENDER A AMAR
A ira é um dos sentimentos naturais e em uma sociedade capitalista, em que o mérito, o narcisismo e o consumismo são valores e a competição, o individualismo e o sucesso são processos de crescimento, a ira se torna estrutural, quase ontológica. O ódio é o cultivo e o aperfeiçoamento da ira.
Nesse tipo de sociedade, estamos irados contra a desigualdade econômica que nos atinge, contra o poder que
nos esmaga e contra a solidão que nos ameaça. A ira é uma emoção perigosa e fomos convidadas a aplicar a ira, aprendendo a odiar. Nos ensinaram a odiar o PT, depois aos homossexuais, aos negros, aos índios, às feministas, aos sem-terra, aos sem-teto, aos sem-direitos.
Mas o que queríamos mesmo era mais igualdade salarial, mais poder de decisão e mais amor, muito mais amor. Então precisamos urgente reaprender a amar e vencer esse clima de insegurança e intolerância. Para retomar o caminho do amor, sem medo e sem ódio, voto em Haddad, voto 13.
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EDUCAÇÃO INFANTIL
Ítalo tinha quatro anos quando não se coube em si. E não teve ninguém seduzindo, nem igreja, nem amigas, amigos, escola ou igreja lhe compreendendo. Quem consegue? Pai e mãe se desesperavam e Ítalo queria se matar. O pai desistiu e saiu de casa, mas a mãe foi acompanhando até aceitar, ajudar e admitir que Ítalo se cabia melhor como Talia e tem dezoito anos agora, livre, leve e linda.
Educação sexual é luta de educador há muitos anos, contra uma sociedade que não se entende.
Bernadete apanhou o que pode e o que não pode até se tornar Belisário e se sentir mais humano. E não teve escola, nem igreja, foi luta solitária, por cuja causa leva cicatrizes no corpo e na alma. Não se ensina ninguém a ser gay, lésbica, travesti ou trans, o que se pode ensinar é a respeitar e a se amar as pessoas e as crianças em seu longo processo de descoberta de corpo e de identidade sexual.
Bernadete apanhou o que pode e o que não pode até se tornar Belisário e se sentir mais humano. E não teve escola, nem igreja, foi luta solitária, por cuja causa leva cicatrizes no corpo e na alma. Não se ensina ninguém a ser gay, lésbica, travesti ou trans, o que se pode ensinar é a respeitar e a se amar as pessoas e as crianças em seu longo processo de descoberta de corpo e de identidade sexual.
Sou amigo de muitas LGBTT e já ouvi histórias o suficiente de tentativas de exorcismo, tentativas de cura e tentativas de suicídio, mas também testemunhos de libertação pela autorização do amor exótico. Esse grupo grande de Humanos Exóticos tem sido o alvo principal de caçadores e o Brasil é o país que mais mata homossexuais. Eles estão com muito medo. A educação é o projeto de ensinar crianças a amar, não a atirar. Pelas mães de crianças exóticas, sem medo e sem ódio, eu voto em Hadad, voto 13.
Recife, 25 de outubro de 2018
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