Nigel Amon - Cubisme Africain

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9 de dez. de 2018

Canção do Exílio, de Gonçalves Dias


Há 21 anos a UNESCO reconhecia o Centro Histórico de São Luís, Capital Estado do Maranhão, como Patrimônio Mundial da Humanidade.











A Praça Gonçalves Dias, ou Largo dos Remédios com o seu conjunto arquitetônico e paisagístico, surgiu em função da Igreja de mesmo nome que foi responsável, no inicio do seculo XVIII, pela primeira urbanização daquela área, primitivamente chamada de Ponta do Romeu. O monumento em homenagem ao poeta Gonçalves Dias, Construído com verbas de subscrição pública, foi inaugurado no ano de 1873. Local de grande interesse paisagístico pela ampla vista sobre o Rio Anil, reuni um imponente conjunto arquitetônico.



Poemas líricos mais conhecidos do poeta romântico brasileiro Gonçalves Dias:

A Canção do Exílio,

que começa com os versos "Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá", foi publicado em 1857 no livro “Primeiros Cantos”.

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."


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Sem dúvida, a “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, é um dos mais 
emblemáticos poemas da fase inicial do romantismo.

Nele o autor expressa o nacionalismo ufanista por meio da exaltação 
da natureza.

Composto por cinco estrofes, sendo três quartetos e dois sextetos, o 
autor escreveu esse poema em julho de 1843, quando estava 
estudando Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal. Assim, 
com saudades de seu país, sentia-se exilado.

Essa saudade fica bastante evidente na última estrofe, em que o 
poeta expressa o seu desejo de regressar:

"Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;".

Curioso notar que dois versos da Canção do Exílio são 
mencionados no Hino Nacional Brasileiro, composto em 1822: 
“Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida, (no teu seio) mais 
amores”.

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