Quebranto se embrenha pelos interiores de
um Brasil fronteiriço, traduzido tanto pelo sentimento embutido
no toque de Capitão do mato (Yamandu Costa e
Alessandro Penezzi) quanto no suingue em que cai Chico balanceado (Yamandu Costa
e Alessandro
Penezzi), temas compostos pelos dois virtuoses
que abrem o disco gravado no
estúdio 3x7 por
Vinicius Araújo. Outra composição de
autoria da dupla, Amigo bonilha (Yamandu Costa
e Alessandro Penezzi) evidencia o toque vivaz, quase frenético,
dos violões em Quebranto, ainda que
haja espaço no disco tanto para o lirismo de É chorando
que se aprende (Alessandro Penezzi) como para a
inquietude sacolejante de Saracoteco (Yamandu Costa).
A interação e a afinação entre os dois violonistas são totais.
Admirador do toque de Penezzi, Yamandu conheceu o colega há cerca de 15 anos. De lá para cá, Yamandu se firmou como um dos maiores nomes do
violão brasileiro de todos os tempos. Penezzi é menos
famoso, embora também seja reconhecido no meio musical. Mas não há
em Quebranto supremacia de um músico em relação ao outro. Ambos estão posicionados no mesmo (alto) nível.
Na cultura cigana, quebranto é um sortilégio que se lança pelo olhar para enfeitiçar alguém. No CD “Quebranto”, Yamandu Costa e Alessandro Penezzi produzem esta magia unindo seus violões em
13 faixas que reúnem seis composições da dupla, além de homenagens aos mestres do dois instrumentistas.
O paulista Alessandro Penezzi é um multi-instrumentista (bandolim, flauta além do violão) e conheceu Yamandu Costa há 15 anos. Yamandu destaca que Penezzi, assim como ele, teve acesso à música de fronteira, e que o encontro dos dois se deu de forma muito natural.
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