Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

11 de dez. de 2019

o filho que partiu (...)


O olhar parado sobre o passado que não volta, é como um um trem abandonado nos trilhos de uma antiga ferrovia.
O tempo passa e o trem não se mexe,
não se mexendo, vai enferrujando,
enferrujando vai sendo comido,
devorado pelos dias que avançam.

Depois de algum tempo, o trem já não serve nem para sucata.
Assim somos nós quando paramos em algum lugar do passado.
Esperando o amor que não volta,
o filho que partiu,
o ente querido que morreu,
o amigo que correu.

Vamos sendo carcomidos por dentro e por fora,
as oportunidades vão passando
e a gente morrendo lentamente.
Deveríamos ser obrigados a arrastar nosso trem,
ainda que alguns metros por dia.
Como a Lei que proíbe deixar carros velhos nas ruas.

Não deveríamos jamais viver nosso luto por tanto tempo.
Saudade sempre, luto eterno nunca!

Acordar para a vida é mais do que se oferecer uma nova chance.
É valorizar o que nos foi dado de mais precioso: a nossa existência.
Não se iluda, nada é de graça.
Até o ficar parado nos será cobrado.
Acorde e mova o seu trem, ainda que esteja um pouco enferrujado.
Nada como a brisa do dia para despertar novas motivações, e algo sopra no ar e vem com o tempo e me diz:
você tem tudo para ser FELIZ!

Autor: Paulo Roberto Gaefke
www.meuanjo.com.br

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