Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

15 de abr. de 2020

Analfabeto sim, fascista não.



Sabemos que morre um monte de pessoas todos os dias aqui no Brasil. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e velhinhos. Ricos morrem naturalmente. Todos os dias, na grande maioria, negros e pobres são assassinados, atropelados ou caminham prematuramente de barrigas vazias para o túmulo. Nosso projeto de segurança púbica não é inclusivo. Falho!  Temos o SUS graça aos políticos de centro esquerda. Nos salva e nos mata, pois ainda não conseguimos conclui-lo. Vem um e nos oferece médicos; outros manda-os embora: 'carregam “viés ideológico' (termo fascista). Todas estas mortes passam despercebidas. Notícias trágicas misturam-se a comerciais da Coca-Cola, Brahma
 latão, Nestlé, Estrela e Chevrolet. Nosso cotidiano. O “brasileiro” sorri, veste um jeans, causa um chinelo de dedo ou um tênis duro e sai pra ganhar um salário que não paga o básico, ou para se “prostituir”. Mas temos carnaval. Temos o maraca, o "Mané Garrincha, o Morumbi, o Mineirão, a Fonte Nova... Temos a Regina Duarte, o Faustão, o Silvio Santos, Datena, Malafaia, Macedo, Marcelo, Xuxa... Então sorrimos. Sorrir é a vitamina diária. Vale mais que arroz, feijão, angu, ovo, alface e tomate. Mas não conhecíamos a contagem diária dos corpos caídos. Mais de 200 (dizem que teremos mais de 500) ao dia, contados um a um. Na TV. No Rádio ou jornais. Nas redes insociais. Ainda não sabemos o que está acontecendo. Nunca nos contam a verdade. Disputam audiência. Disputam competência e hipocrisia. Estamos só assustados nos preparando para o fim do ano. Vamos votar! Acho que serei candidato a prefeito em minha cidade. Não sei. Não tenho grana tenho vontade. Ou estaremos mortos?  O presidente disse ser só uma gripezinha. Estamos entendendo: Ele mentiu! 

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