E se a Flor de Lis fosse do terreiro?
Não, não se trataria de intolerância religiosa, como costumam
dizer. Tratar-se-ia de racismo. E o racismo se estende também à religião dos
pretos
Se uma mãe de santo fosse acusada de mandante do assassinato do
marido, hoje os terreiros estariam sendo atacados com fogo, depredados e
destruídos a golpes de pauladas e pedradas.
Não, não se trataria de intolerância religiosa, como costumam
dizer.
Tratar-se-ia de racismo.
E o racismo se estende também à religião dos pretos.
Lembremos do caso de uma mãe que perdeu a guarda da filha porque
esta foi submetida a um ritual de iniciação e teve a cabeça raspada.
Para a justiça, a depilação provocara dor na menina.
Intolerância religiosa?
Não, de jeito algum. explico-me.
Todos nós sabemos que no rito de iniciação judaico, o menino tem o
prepúcio cortado, o que provoca dor e sangramento.
No entanto, nenhuma mãe judia perdeu a guarda do pequeno varão por
isso.
Entende que não tem nada a ver com religião e sim de ódio ao negro
e de tudo que dele provem?
Em 2015, uma menina de 11 anos levou uma pedrada na cabeça quando
saía de um terreiro com a sua vó, ambas vestidas de branco.
Seus agressores erguiam uma bíblia e as chamavam de demônios.
A mídia e as redes sociais têm nos mostrado, contidamente, terreiros
sendo depredados e destruídos.
Se se tratasse de intolerância religiosa, estaríamos a assistir
igrejas católicas sendo incendiadas, templos budistas sendo alvos de
vandalismo, hare krishnas sendo espancados nas ruas.
Ocorre que a única religião a ser atacada sistematicamente é a
religião de matriz africana.
Logo, não é a religião que atacam, é os pretos, em consequência, a
fé dos pretos.
Não contentes em desumanizar os negros, agora os monstrificam
identificando sua religião com o inferno e satanás.
O diabo é que satanás é um sujeito jovem, em relação à antiguidade
dos cultos africanos e é, o Coisa Ruim, uma invenção destas religiões que
atacam o candomblé.
Chamemos a coisa pelo nome, é racismo.
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