Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

26 de jan. de 2014

CRIANÇA PRIORIDADE - "2ª Colônia de Ferias CTAC"

















Criada em 2012 através da Resolução CMDCA - nº 003/2012 -  a  “Colônia de Ferias CTAC” tem como público, crianças de 06 a 12 anos de idade e como patrocinador o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município de Antônio Carlos.




160 Crianças inscritas em Curral Novo, Dr. Sá Fortes, Vila Irene, Campolide e Antônio Carlos participaram, de 8:00 às 17:00 horas, nos dias 20, 21, 22 e 23, de diversas atividades na 2ª Colônia de Férias ( Capoeira, piscina, vôlei, queimada, futebol, totó, pingue-pongue, corda, pintura, estória e dança).





















































A "EPCAR" - Escola Preparatória de Cadetes do Ar, de Barbacena, prestigiou o evento enviando um grupo de Oficiais que se apresentaram com palestra, Banda de musica e atividades esportivas que movimentaram a meninada durante toda a tarde do dia 23.

Frutas, legumes e verduras foram doados por produtores de Antônio Carlos e pelo CEASA - Barbacena.

 Evani, Secretário de Agricultura, Prestigiou o evento.

A Prefeitura Municipal de Antônio Carlos proporcionou o transporte dos meninos e meninas, utilizando dois ônibus escolares. Uma Ambulância (motorista e Enfermeira) e uma Van estiveram de plantão para a segurança dos participantes.

Morada do Sol















Ainda é dia e o tempo urge
O cara a cara inevitável
Entardecer é questão de tempo
E o silêncio então se faz.

Não só falo de ontem
Nobre morada do Sol
Que queima minha pele
No caminho de minha paz.

Vira lata sem dono
Rasga saco de fome
Marcando ponto a ponto

Onde terá de voltar.

6 de jan. de 2014

Tiradentes: a construção de um herói republicano

Décio Villares. Tiradentes, 1928 
Dia 21 de abril é mais conhecido como o dia da morte de Tiradentes, um importante herói republicano que foi enforcado em 1792, cujo feriado é atribuído em sua homenagem. Mas quais foram as razões da adoção de Tiradentes como herói republicano?

Antes de respondermos essa pergunta é preciso ter em mente qual o significado de um herói. Heróis são símbolos de identificação coletiva, ou seja, são aquelas pessoas reconhecidas através de seus feitos, por um país ou região, ocorrendo, entre eles, uma identificação. É possível pensar em uma nação que não tenha heróis? Já adianto a resposta dizendo que não, pois os heróis são fortes instrumentos para atingir a cabeça e o coração dos cidadãos em prol da legitimação de um regime político, assim, não há nação sem o seu respectivo herói.

Existem dois tipos de herói: aqueles que surgem espontaneamente das lutas realizadas e aqueles de menor impacto popular e que, portanto, tiveram um empurrãozinho para a promoção da figura.  É nesse último perfil que se encaixa o nosso herói Tiradentes.

Mas se o herói era republicano, por que não eleger aqueles que fizeram parte do movimento da Proclamação? Em primeiro lugar, podemos apontar o que já foi discutido no post sobre este tema: os envolvidos foram uma pequena parcela da população, a maioria simplesmente assistiu ao que estava acontecendo. Em segundo, Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant e Floriano Peixoto eram figuras que sofriam lacunas no quesito herói, pois não tinham espírito de líder, ou não tinham aparência física e comportamento carismático.

Pouco se sabe sobre a memória de Tiradentes, pois a documentação é escassa. Sobre o dia do seu enforcamento existem dois relatos que apontam a multidão presente em compaixão com o réu prestes a morrer. O sentimento de que a pena fora excessiva e injusta se alastrou pelas cidades vizinhas de Vila Rica. Além disso, a literatura brasileira contribuiu também para divulgar o acontecimento. Castro Alves escrevera: “Ei-lo, o gigante da praça,/ O Cristo da multidão!/ É Tiradentes quem passa…/ Deixem passar o Titão.”
Pedro Amério. Tiradentes esquartejado, 1893. 
O primeiro conflito político envolvendo a memória de Tiradentes ocorreu em 1862. Nesta data o governo queria inaugurar no local onde fora enforcado Tiradentes, uma estátua de D. Pedro I, que o condenara à morte. Na ocasião houve manifestação dos liberais com a publicação de um folheto dizendo que Tiradentes foi o primeiro mártir que morreu pela pátria e que foi responsável por levar o povo brasileiro à “salvação”.

Outro episódio que contribuiu para a construção da imagem de Tiradentes foi o que se sucedeu à publicação da obra de Joaquim Norberto de Souza Silva, História da Conjuração Mineira. Norberto teve acesso a documentos nunca antes estudados sobre a Inconfidência e apontou Tiradentes como figura secundária no movimento. Essa revelação inquietou as pessoas, principalmente os republicanos que chamaram Norberto de monarquista convicto.

Independente da sua posição política o que mais causou irritação foi ele ter discorrido sobre as transformações na personalidade e no comportamento de Tiradentes durante o tempo em que este ficou preso. Segundo Norberto, o isolamento, os repetidos interrogatórios e a ação dos frades franciscanos fizeram com que o seu ardor patriótico se transformasse em altar de sacrifício. Os republicanos protestaram, pois negavam a idéia de que Tiradentes beijara as mãos e os pés do carrasco, que havia caminhado até a forca com um crucifixo no peito, ou seja, negavam a idéia de que Tiradentes tivesse perdido o seu impulso e rebeldia patriótica. Porém, diminuir a sua importância dentro do movimento inconfidente era aumentar a participação de Tomás Antônio Gonzaga, representante da elite brasileira. Logo o apelo popular de Gonzaga não era de mesmo impacto que o de Tiradentes e, portanto, estava longe de representar a nação.

A partir da publicação de Norberto, intensificaram-se as alusões de Tiradentes com Cristo. Ter sido traído e morto por lutar pela salvação do povo/pátria foram características presentes na vida dessas duas figuras. A partir daí as representações imagéticas foram cada vez mais se assemelhando.

Dessa forma, Tiradentes estava cada vez mais presente no imaginário dos brasileiros, e aos poucos todos iam se identificando com esse homem. Começaram a ligar Tiradentes às principais transformações pelas quais passava o país: a Independência, a Abolição e a República. A sua aceitação veio, assim, acompanhada de sua transformação em herói nacional, mais do que em herói republicano. Ele unia o país através do espaço, do tempo e das classes. Para isso, sua imagem precisava ser idealizada e a falta de documentos contribuiu para que esse processo fosse tranqüilo.

Aos poucos todos os regimes e movimentos políticos se apropriaram de alguma forma da imagem de Tiradentes. O governo republicano declarou o dia 21 de abril feriado nacional e, em 1926, construíram a estátua em frente ao prédio da Câmara. O governo militar em 1965 o declarou patrono cívico da nação brasileira e mandou colocar retratos seus em todas as repartições públicas. Durante oEstado Novo foram representadas peças teatrais, com apoio oficial, exaltando o herói. Nessa época também houve uma tentativa em modificar a representação tradicional. José Walsht Rodriguespintou Tiradentes como alferes, um herói cívico e um militar de carreira. Tentativa falha, pois até hoje quando pensamos em Tiradentes, o ligamos com aquela imagem barbuda, serena, imortalizada assim como a imagem de Cristo.
José Walsht Rodrigues.
 Alferes Joaquim José da Silva Xavier, 1940.
 
Como podemos perceber, desde o enforcamento de Tiradentes, a sua imagem e a sua história foram sendo recontadas por diferentes grupos. Os republicanos foram aqueles que mais se apropriaram e incorporaram no seu discurso a importância de Tiradentes na história brasileira, apontando-o como o principal responsável pela “salvação” do povo, para que nem ele e nem a república fossem esquecidos: missão cumprida!

Dica:

Texto baseado no livro de CARVALHO, José Murilo. A Formação das Almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

2 de jan. de 2014

(- Caras e caros, mais um ano se inicia e cá estou eu pronto para reiniciar mais uma viagem pelas veredas tortuosas desta infindável era da mediocridade. Que 2014 seja mais generoso com o Brasil.) Feliz 2014!

ENXUGANDOGELO - José de Oliveira Ramos -  Besta Fubana.

 OS CICLOS CÍCLICOS DO BRASIL


Será que já “descobriram” mesmo o Brasil, ou isso de que Pedro Álvares Cabral bradou “terra à vista”, foi apenas a primeira grande fantasia que enfrentamos?
É verdadeira aquela pintura de Victor Meireles retratando a “Primeira Missa”? E, se é, de onde surgiram tantos índios? Os “descobridores” trouxeram junto ou eles foram enganados pelo Zorro que conseguiu despistá-los e fugir montado no cavalo Silver, deixando-os a ver navios (e descobridores)?
E, se eles não vieram com os “descobridores” nem foram enganados pelo Zorro, como se explica que estejam ali, retratados?
Será que estas terras descobertas por Pedro Álvares Cabral já eram dos índios e apenas foram invadidas, ou esses índios estavam apenas vigiando essas mesmas terras para os ancestrais de Ronaldo Caiado e outros tantos latifundiários? E, finalmente, quem levou esses índios para as Missões, para a Amazônia? Eles foram de Metrô? Esse mesmo da propinagem da empresa alemã Siemens?
Finalmente, por que tantos sociólogos, arautos do saber e da retidão vivem tentando incutir na cabeça de alguns, que “terras indígenas” é mito, é sonho, é invenção?
Mas esse é outro assunto. Para outra postagem. O que pretendemos tratar agora sem qualquer conotação antropológica, é do vilipêndio que o brasileiro sofre há anos, roubado todos os anos, meses, dias, horas e minutos. Aprendeu-se nas escolas a um alto custo que, no passado existiu a história do “Santo do Pau Oco”, onde espertalhões que, ao fazerem suas necessidades fisiológicas deixaram nas fezes, os vermes da disseminada corrupção, aproveitavam para levar embora ouro e pedras preciosas.

Depois vieram os ciclos cíclicos de que tratamos aqui a partir de agora, apenas lembrando os fatos, pois os detalhes tomariam páginas e páginas e seriam inadequados para uma leitura eletrônica.

A borracha
A seringueira – Estágio 1 

 Rolos de seringa in natura – Estágio 2
O ciclo da borracha foi um momento importante da história econômica e social do Brasil, relacionado com a extração de látex e comercialização da borracha. Teve o seu centro na região amazônica, e proporcionou expansão da colonização, atração de riqueza, transformações culturais e sociais, e grande impulso ao crescimento de Manaus, Porto Velho e Belém, até hoje capitais e maiores centros de seus respectivos estados, Amazonas, Rondônia e Pará. No mesmo período, foi criado o Território Federal do Acre, atual Estado do Acre, cuja área foi adquirida da Bolívia, por meio da compra no valor de 2 milhões de libras esterlinas, em 1903. O ciclo da borracha viveu seu auge entre 1879 e 1912, tendo depois experimentado uma sobrevida entre 1942 e 1945, durante a II Guerra Mundial (1939-1945).
Belém, capital do Estado do Pará, assim como Manaus, capital do Estado do Amazonas, eram na época consideradas cidades brasileiras das mais desenvolvidas e umas das mais prósperas do mundo, principalmente Belém, não só pela sua posição estratégica – quase no litoral -, mas também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições que Manaus. Ambas possuíam luz elétrica e sistema de água encanada e esgotos. Viveram seu apogeu entre 1890 e 1920, gozando de tecnologias que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda não possuíam, tais como bondes elétricos, avenidas construídas sobre pântanos aterrados, além de edifícios imponentes e luxuosos, como o requintado Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o Mercado Municipal e o prédio da Alfândega, no caso de Manaus, e o Mercado de São Brás, Mercado Francisco Bolonha, Teatro da Paz, Palácio Antônio Lemos, corredores de mangueiras e diversos palacetes residenciais no caso de Belém, construídos em boa parte pelo intendente Antônio Lemos.

 Teatro de Manaus – o legado fantasioso
A ferrovia Madeira-Mamoré, também conhecida como Ferrovia do Diabo por ter causado a morte de cerca de seis mil trabalhadores (comenta a lenda que foi um trabalhador morto para cada dormente fixado nos trilhos), foi encampada pelo megaempresário estadunidense Percival Farquhar. A construção da ferrovia iniciou-se em 1907 durante o governo de Affonso Penna e foi um dos episódios mais significativos da história da ocupação da Amazônia, revelando a clara tentativa de integrá-la ao mercado mundial através da comercialização da borracha.
Em 30 de abril de 1912 foi inaugurado o último trecho da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Tal ocasião registra a chegada do primeiro comboio à cidade de Guajará-Mirim, fundada nessa mesma data.
Mas o destino da ferrovia que foi construída com o propósito principal de escoar a borracha e outros produtos da região amazônica, tanto da Bolívia quanto do Brasil, para os portos do Atlântico, e que dizimara milhares de vidas, foi o pior possível.
A ferrovia foi desativada parcialmente na década de 1930 e totalmente em 1972, ano em que foi inaugurada a Rodovia Transamazônica (BR-230). Atualmente, de um total de 364 quilômetros de extensão, restam apenas 7 quilômetros ativos, que são utilizados para fins turísticos.
A influência européia logo se fez notar em Manaus e Belém, na arquitetura das construções e no modo de viver, fazendo do século XIX a melhor fase econômica vivida por ambas cidades. A Amazônia era responsável, nessa época, por quase 40% de toda a exportação brasileira. Os novos ricos de Manaus tornaram a cidade a capital mundial da venda de diamantes. Graças à borracha, a renda per capita de Manaus era duas vezes superior à da região produtora de café (São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo).
Moeda da borracha: libra esterlina: como forma de pagamento pela exportação da borracha, os seringalistas recebiam em libra esterlina (£), moeda do Reino Unido, que inclusive era a mesma que circulava em Manaus e Belém durante a Belle Époque amazônica.
Cada migrante assinava um contrato com o SEMTA que previa um pequeno salário para o trabalhador durante a viagem até a Amazônia. Após a chegada, receberiam uma remuneração de 60% de todo capital que fosse obtido com a borracha.

O kit básico dos voluntários, ao assinar o contrato, consistia em:
• uma calça de mescla azul
• uma blusa de morim branco
• um chapéu de palha
• um par de alpercatas de rabicho
• uma caneca de flandre
• um prato fundo
• um talher
• uma rede
• uma carteira de cigarros Colomy
• um saco de estopa no lugar da mala
Após recrutados, os voluntários ficavam acampados em alojamentos construídos para este fim, sob rígida vigilância militar, para depois seguirem até à Amazônia, numa viagem que podia demorar de 2 a 3 meses.
Entretanto, para muitos trabalhadores, este foi um caminho sem volta. Cerca de 30 mil seringueiros morreram abandonados na Amazônia, depois de terem exaurido suas forças extraindo o ouro branco. Morriam de malária, febre amarela, hepatite e atacados por animais como onças, serpentes e escorpiões. O governo brasileiro também não cumpriu a promessa de reconduzir os Soldados da Borracha de volta à sua terra no final da guerra, reconhecidos como heróis e com aposentadoria equiparada à dos militares. Calcula-se que conseguiram voltar ao seu local de origem (a duras penas e por seus próprios meios) cerca de seis mil homens. (Fonte: Wikipédia/Google).

A cana-de-açúcar

 Cana-de-açúcar – uma das muitas riquezas brasileiras
O ciclo da cana-de-açúcar, a primeira grande riqueza agrícola e industrial do Brasil, teve início quando foi simultaneamente introduzida nas suas três capitanias: Pernambuco, Bahia e São Paulo. Em 1549, Pernambuco já possuía trinta engenhos-banguê, a Bahia, dezoito, e São Vicente, apenas dois. A lavoura da cana-de-açúcar era próspera e, meio século depois, a distribuição dos engenhos perfazia um total de 256.
O ciclo da cana-de-açúcar representou um dos momentos de maior desenvolvimento econômico do Brasil Colônia. Foi, durante muito tempo, a base da economia colonial. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão de obra escrava indígena e africana. Tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e algodão.
As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão de obra escrava e visando o comércio exterior.
O Brasil se tornou o maior produtor de açúcar nos séculos XVI e XVII. As principais regiões açucareiras inicialmente eram Pernambuco, Bahia, São Paulo e parte do Rio de Janeiro, onde havia produtores secundários da região de Campos, no baixo vale do Paraíba do Sul. Posteriormente, com o fim da capitania de Itamaracá, que era das maiores produtoras no seu sudeste, a Paraíba também adentrou nesse seleto grupo. A Paraíba na altura das invasões holandesas teria quase duas dezenas engenhos.
O Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia que o Brasil (Colônia) só podia fazer comércio com a Metrópole, não devendo concorrer com produtos produzidos lá. Logo, o Brasil não podia produzir nada que a Metrópole já produzisse.
Desta forma foi estabelecido um monopólio comercial. O monopólio foi de certa forma imposto pelo governo da Inglaterra a Portugal, com o objetivo de garantir mercado aos comerciantes ingleses. Portugal nunca chegou a ter uma indústria significativa e desta forma dependia das manufaturas inglesas. Portugal se beneficiava do monopólio, mas o país era dependente da Inglaterra. (Fonte: Wiki)
O Café

O café – outra riqueza brasileira 
O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XX até a década de 1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do interior de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100 anos. Foi introduzida por Francisco de Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa.
A economia cafeeira em São Paulo foi o grande motor da economia brasileira desde a segunda metade do século XIX até a década de 1920. Como o Brasil detinha o controle sobre grande parte da oferta mundial desse produto, podia facilmente controlar os preços do café nos mercados internacionais, obtendo assim lucros elevados. Segundo Celso Furtado, o maior problema deste sistema econômico era que, sendo o Brasil um país abundante em terras disponíveis para a agricultura e em mão-de-obra sub-empregada, os lucros obtidos incentivavam novas inversões de capitais no setor, elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado. Por outro lado, a demanda mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e à renda dos consumidores, isto é, o seu crescimento dependia fundamentalmente do crescimento populacional dos países consumidores. Assim, tinha-se uma situação de crescimento da oferta de café muito superior ao crescimento de sua demanda, indicando uma tendência estrutural de baixa de preços no longo prazo.
As políticas governamentais de valorização do café, conforme instituídas do Convênio de Taubaté em 1906, consistiam basicamente na compra, por parte do governo federal, dos estoques excedentes da produção de café, por meio de empréstimos externos financiados por tributos cobrados sobre a própria exportação de café. No curto prazo, tal política ajudou a sustentar os preços internacionais do produto, sustentando a renda dos exportadores. Porém, a médio e longo prazo, essa política deu uma posição de favorecimento do café sobre os demais produtos brasileiros de exportação, além de inflar artificialmente os lucros do setor (pois essa política não tinha nenhum impacto sobre a demanda internacional pelo produto), o que estimulava novas inversões de capitais na produção, pressionando ainda mais a oferta nacional de café.
A crise internacional de 1929 exerceu imediatamente um duplo efeito na economia brasileira: ao mesmo tempo em que reduziu a demanda internacional pelo café brasileiro, pressionando seus preços para baixo, impossibilitou ao governo brasileiro tomar empréstimos externos para absorver os estoques excedentes de café, devido ao colapso do mercado financeiro internacional. Todavia, o governo não poderia deixar os produtores de café a sua própria sorte e vulneráveis aos efeitos da grande crise; o custo político de uma atitude como essa seria impensável para um governo que ainda estava se consolidando no poder, como era o caso do governo de Getúlio Vargas no início da década de 1930. Por isso, a partir deste período, o Estado brasileiro passou a desempenhar um papel ativo na economia nacional. (Fonte: IBC – já extinto).

O Algodão

 Algodão já foi considerado o “ouro branco”
 Principal produto de exportação do Brasil por vários anos
 Uma fibra da qual nada se perde. Quando beneficiada se transforma em linha, roupa, lençol. E, do caroço, se extrai alimento para o gado e óleo para a confecção de sabão em pedra e até de combustível. Assim é o algodão.
O “ouro branco” que, entre as décadas de 60 e 80 teve picos de produção no Rio Grande do Norte e alavancou a economia do estado no cenário nacional, chegou a responder por 40% da arrecadação de ICMS no RN nos anos 70. Enricou produtores, proporcionou a ascensão de pequenas comunidades a municípios prósperos, movimentou rodovias com o vai e vem de caminhões, implementou 600 quilômetros de trilhos de Natal a Macau e de Macau a Nova Cruz. Empregou milhares de potiguares.
Hoje, porém, o cenário das vastas plantações que chegaram a ocupar 500 mil hectares em todo o estado, em nada lembra os algodoeiros que mais pareciam nuvens em pleno solo, dada a vastidão nas plantações. (Ricardo Araújo)
Existem divergências sobre a origem do algodão. Alguns autores a situam no Continente americano, enquanto outros afirmam ser originário da África Central, do Paquistão ou então da Índia. As referências históricas vêm de muitos séculos antes de Cristo. Os árabes foram os primeiros que fiaram e teceram a fibra de algodão, embora de forma rudimentar.
                                                                   * * *
 A Corrupção

 Com métodos próprios, os corruptores do Mensalão
Há quem afirme com veemência que o ciclo da corrupção existe no Brasil desde o dia 23 de abril de 1500, quando teria sido rezada a Primeira Missa em solo brasileiro. Ali, segundo não conta a história, os “descobridores” corromperam os índios, oferecendo-lhes cachaça e apito. Talvez seja por isso que índio não quer mais terra. Quer apenas apito.
Em troca do apito, foram ficando, ficando e ficando. Estão aí até hoje e até já atingiram o auge. Aprenderam a diversificar a adjetivação. A de agora é “Mensalão”.
Mensalão é o nome dado pela mídia a um caso de denúncia de corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional do Brasil, entre 2005 e 2006. O caso teve como protagonistas alguns integrantes do governo do presidente Lula e membros do Partido dos Trabalhadores, sendo objeto da ação penal de número 470, movida pelo Ministério Público no Supremo Tribunal Federal.
No dia 14 de maio de 2005, aconteceu a divulgação, pela revista Veja, de uma gravação de vídeo na qual o ex-chefe do DECAM/ECT, Maurício Marinho, solicitava e também recebia vantagem indevida para ilicitamente beneficiar um empresário. Este era na realidade o advogado curitibano Joel Santos Filho, contratado por cinco mil reais, pelo então desgostoso empresário/fornecedor dos Correios, Arthur Wascheck Neto, para filmar esse funcionário público. Para colher prova material do crime de interesse de Arthur, Joel faz-se passar por empresário interessado em negociar com os Correios.
Na negociação, então estabelecida com o falso empresário, Maurício Marinho expôs, com riqueza de detalhes, o esquema de corrupção de agentes públicos existente naquela empresa pública, conforme se depreende da leitura da reportagem divulgada na revista Veja, com a capa “O vídeo da corrupção em Brasília”, edição de 18 de maio de 2005, com a matéria “O Homem Chave do PTB”, referindo-se a Roberto Jefferson como o homem por trás do esquema naquela estatal. O vídeo chegou à revista Veja através de Jairo de Souza Martins (que alugou a Arthur Wascheck Neto uma maleta equipada com câmera para que Joel Santos Filho flagrasse a ação de Marinho), que, por razões pessoais, entregou uma cópia do conteúdo da filmagem a um jornalista da revista, sem o conhecimento do autor.
Segundo o Procurador Geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, na denúncia oficial que apresentou e foi acolhida pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, então Presidente do PTB, estava acuado, pois o esquema de corrupção e desvio de dinheiro público, com a divulgação do vídeo feito por Joel Santos Filho, estava focado, em um primeiro momento, em dirigentes dos Correios indicados pelo PTB, resultado de sua composição política com integrantes do Governo.
Ele divulgou então, inicialmente pela imprensa, detalhes do esquema de corrupção de parlamentares, do qual fazia parte, esclarecendo que parlamentares que compunham a chamada “base aliada” recebiam, periodicamente, recursos do Partido dos Trabalhadores em razão do seu apoio ao governo federal, constituindo o que se denominou como “mensalão”.
O neologismo mensalão, popularizado pelo então deputado federal Roberto Jefferson, em entrevista que deu ressonância nacional ao escândalo, é uma variante da palavra mensalidade, usada para se referir a uma mesada paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo. Embora o termo já fosse conhecido por outras razões, segundo o deputado, o termo já era comum nos bastidores da política, entre os parlamentares, para designar essa prática ilegal. Jefferson acusou o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, de ser o mentor do esquema.
Entre 22 e 27 de agosto de 2007, o Supremo Tribunal Federal (STF), o tribunal máximo do Brasil, iniciou o julgamento dos quarenta nomes denunciados em 11 de abril de 2006 pelo Procurador Geral da República, em crimes como formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta e evasão de divisas. O STF recebeu praticamente todas as denúncias feitas contra cada um dos acusados, o que os fez passar da condição de denunciados à condição de réus no processo criminal, devendo defender-se das acusações que lhes foram imputadas perante a Justiça e, posteriormente, devendo ser julgados pelo STF. No dia 14 de setembro de 2005, o mandato de Jefferson, o delator do esquema, foi cassado, perdendo seus direitos políticos por oito anos. Em 1º de dezembro de 2005, foi a vez de José Dirceu ter seu mandato de deputado federal cassado pela Câmara dos Deputados.
Foi descoberto em julho de 2008, durante uma investigação sobre o banqueiro Daniel Dantas, que o Banco Opportunity foi uma das principais fontes de recursos do mensalão. Através do Banco Opportunity, Daniel Dantas era o gestor da Brasil Telecom, controladora da Telemig e da Amazonia Telecom. As investigações apontaram que essas empresas de telefonia injetaram R$ 127 milhões nas contas da DNA Propaganda, administrada por Marcos Valério, o que, segundo a PF, alimentava o valerioduto, esquema de pagamento ilegal a parlamentares. A Polícia Federal pôde chegar a essa conclusão após a Justiça ter autorizado a quebra de sigilo do computador central do Banco Opportunity.
Em 2011, já depois do fim dos dois mandatos do presidente Lula, um relatório final da Polícia Federal confirmou a existência do mensalão. O documento de 332 páginas foi a mais importante peça produzida pelo governo federal para provar o esquema de desvio de dinheiro público e uso deste para a compra de apoio político no Congresso durante o governo Lula. Dias depois, o real relatório veio à público, mostrando que o documento não se tratava de um relatório final da Polícia Federal e sim uma investigação complementar feita a pedido do Ministério Público, cujo objetivo era mapear as fontes de financiamento do valerioduto, e que o documento não comprovara a existência do mensalão.
O dinheiro oriundo desses esquemas, pelo menos em parte, poderia ter sido usado para financiar o mensalão. Essa hipótese se chocou com a descoberta, em julho de 2008, de que o Banco Opportunity foi uma das principais fontes de recursos do mensalão: as investigações da Polícia Federal apontaram que empresas de telefonia privatizadas, então controladas pelo banqueiro Daniel Dantas, injetaram mais de R$ 127 milhões nas contas da DNA Propaganda, administrada por Marcos Valério, o que alimentava o caixa do Valerioduto.
Com o desenvolvimento da crise, surgiram ainda novas denúncias e novos escândalos, como por exemplo: o escândalo dos fundos de pensão do Banco do Brasil; o esquema do Plano Safra Legal; a suposta doação de dólares de Cuba para a campanha de Lula; e a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo.
Este último ciclo não é tão cíclico assim. Oscila como um catavento, se instala num assunto e noutro com a rapidez da mudança das nuvens. Mas não acaba. Ora está no fabrico da seca nordestina, ora está nas enchentes, vive com maior período de estacionamento na movkmentação política e se expande e multiplica de dois em dois anos com forte predominância nas eleições. 
Será que já descobriram o Brasil?




11 de dez. de 2013

Ghandi


"Orar não é pedir.

Orar é a respiração da alma.

Como o corpo que se lava não fica sujo,
sem oração, se torna impuro." 

Jusus em nós.




Outro dia estava a trabalho em uma cidade próxima a minha e ao passar pela rodoviária local me deparei com uma reflexão pra lá de religiosa, pra lá de política, pra lá de existencial ou mesmo assistencial.

Digamos que a reflexão transcendeu os muros de quem, mesmo diante de tantos estudos e conhecimentos e ainda com formação religiosa para tal exercício, se sentiu no mínimo pior do que a cena avistada e que pela qual foi responsável por me permitir humanamente um ser inútil.

Ao passar pela calçada me vi diante de um homem que provavelmente tinha por volta de uns vinte e oito anos, roupas claras e sujas, rosto com barba por fazer e os pés sujos. Pele tatuada e por ali adormecia em posição de criança. Deitado na grama que cercava a guia da calçada, o homem parecia a mercê de qualquer tipo de ligação com o nosso "mundo". O homem me fez lembrar a vida e as mensagens de Jesus. Não sei explicar e até me permito tentar. Nesta época do ano eu sempre me percebo sensível. Penso na vida, realizações profissionais, metas por ainda cumprir, família, trabalho, compras, presentes e ...tanta...tanta coisa por fazer.

A cena me permitiu o sentido de tudo. Aquele homem me fez pensar no vazio. No nada. O pouco que ele tenha eu não paro para pensar no meu dia. Foi então que pensei nele. Onde está sua família? Este homem teve uma mãe, um pai? O que houve? Por tantas experiências que ele vivenciou. Quantas provocaram seu estado? De onde ele é? Quem ele é? Seu nome? Em que momento ele abandonou sua família? Ou será que foi abandonado?

Eu me senti desconfortável com estas perguntas que, ao longo do caminho, vinham em sequências rápidas à minha mente. Havia um homem que vinha atrás de mim e ele percebeu que eu meditava sobre a cena que o mesmo também avistou. Ele olhava admirado e como que me dizendo: é ele e não nós. Tive esta impressão. Ou ainda, que situação não é mesmo?

O fato é que estamos na época do Natal. Jesus se estivesse no meu lugar, o que Ele faria?

Eu senti vontade de conversar com aquele homem, estender-lhe a mão. Mas me senti impotente. Erguer este homem não estava no meu poder. Eu queria oferecer-lhe emprego. Apresentá-lo à sociedade como sendo digno de oportunidades. Encaminhá-lo a órgãos públicos competentes.

Naquele momento senti meu coração aberto para o nascer de Cristo. Senti vontade de lavar seus pés e mostrar o caminho da oração, do amor, da humildade e o caminho da fé.

E foi então que cheguei ao meu destino de trabalho e o que me restou foi a oração por aquele jovem rapaz. Nas minhas orações eu pedi a Jesus que acolhesse aquele jovem e que minhas orações fossem atendidas em prol de outras situações parecidas com aquela.

Quando cheguei ao trabalho pensei comigo: Senhor, que com meu trabalho eu possa falar do acontecimento de hoje e que este exemplo sirva de motivação para tirar das ruas jovens como este jovem. Que o meu trabalho ajude as pessoas a caminharem na esperança de um futuro melhor.                                                           

                                                               Cassia Mira

                                                 Eu desejo a todos um feliz e santo Natal!

9 de dez. de 2013

SEM PALAVRAS




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28 de nov. de 2013

O impeachment de Joaquim Barbosa ou a democracia entre a justiça e o justiceiro


A OAB aprovou documento assinado por todos os seus conselheiros federais cobrando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma investigação sobre a conduta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se de uma medida inédita da entidade. Algo que demonstra o quanto o atual presidente do Supremo esgarçou todos os limites do jogo democrático.

Há algum tempo, Barbosa não age mais como juiz. Fez do seu cargo um instrumento de justiciamento daqueles a quem investiga. E avançou, inclusive, contra os seus colegas de toga.
Do ponto de vista institucional, uma das mais absurdas de todas as medidas tomadas por Barbosa foi a da substituição, sem justificativa plausível, do juiz responsável pela execução das penas na Ação Penal 470, Ademar Silva Vasconcelos. E fez isso para colocar em seu lugar o juiz Bruno André da Silva Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB no Distrito Federal.

Barbosa mandou às favas qualquer zelo mínimo pela democracia ao tomar essa decisão. Não desrespeitou apenas o juiz que afastou do cargo, como também o judiciário. Porque se essa sua decisão vier a prevalecer haverá uma clara sinalização de que ele está acima de todo o sistema.

Impeachment – O impeachment de Barbosa vem sendo pedido nos últimos dias por importantes juristas, como Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello. E talvez seja exatamente isso o que o presidente do Supremo deseje. Todos os seus atos apontam mais para o desejo de ser compreendido como um justiceiro e não como um juiz. E para que se torne ainda mais forte esta marca, o justiceiro precisaria ser perseguido.
A “perseguição” perfeita seria um processo de impeachment contra ele. E se possível acompanhado de um movimento do executivo atacando-o por alguma de suas ações. Não à toa, Barbosa já provocou a presidenta Dilma de todas as formas para que ela o ataque.
Com uma investigação aberta contra ele, viria a renúncia ao STF. E a candidatura presidencial. Em que um ou dois partidos lhe garantiriam uns 3 a 4 minutos de tempo de TV, o que lhe permitiria somar forças à oposição.

No atual cenário político, a candidatura que falta para garantir um segundo turno talvez seja a de Barbosa. Ele seria a referência para uma direita babona e que está faltando na disputa. Nem Aécio e nem Eduardo Campos servem bem a este figurino. Um é muito mauricinho. Outro estava até ontem com o PT.
Um justiceiro sim. No seu figurino cabem o discurso da moral, da honra, da legalidade, do combate à corrupção e de tudo o mais que não precisa levar em conta um projeto para o país, mas atende ao senso comum. Se bem embalada do ponto de vista do marketing, uma candidatura com essa pode ter de 15% a 25% num primeiro turno.

De qualquer forma, mesmo sendo este o provável desejo de Barbosa, o de se fazer de vítima para poder pular a cerca do judiciário para uma candidatura presidencial, cabe enfrentar a questão. Barbosa não pode mais ser encarado como um problema localizado. Sua atuação autocrática no STF está contaminando a democracia brasileira. Sua sanha pelo “que seja feita a minha vontade”  resgata o espírito de um tempo que parecia ter ficado para trás.
A OAB faz bem em solicitar ao CNJ investigação do procedimento de Barbosa. Juristas sérios fazem muito bem em pedir impeachment dele. Outras entidades fazem bem em cobrar responsabilidade de Barbosa. Enfrentar sua sanha ditatorial é democrático. E esse enfrentamento não pode ser feito apenas a partir de cálculo eleitoral. Tem de ser feito a partir de cálculo democrático. 25/11/2013 | Publicado por Renato Rovai em Política

21 de nov. de 2013

Luz na arquitetura - Arquiteto Bradford Smith

Percebemos a luz de duas formas: diretamente projetada da fonte para os olhos ou refletida em uma superfície, para a arquitetura a luz é importante desde do inicio da civilização onde temos exemplos clássicos na arquitetura grega definido pelo ritmo de suas colunas, no Panteão, templo romano encimado por uma cúpula, a iluminação provém de uma abertura circular no alto da construção, reflete nas paredes laterais e ganha uma qualidade difusa.

Na igreja gótica, as paredes não são estruturais e o vão é convertido em elemento translúcido e colorido, tornando-se agente transformador da luz. A iluminação colorida desaparece na Renascença, que valoriza a luz branca, indireta. No Barroco, a luminosidade se torna o ponto central do projeto e tudo é idealizado em função da luz.

O americano Frank Lloyd Wright, que começou sua carreira no século XIX, achava que a luz devia ser domada, controlada. Ele jamais deixava a luz natural entrar diretamente no ambiente, projetando grandes beirais, valendo-se da seguinte analogia: “O que é melhor? Ficar no deserto sob o sol escaldante ou sob a agradável sombra de uma árvore”? Ele propunha que, na arquitetura, a luz fosse a recriação desta luz existente em baixo de uma árvore, criando, para isso, elementos que suavizassem e filtrassem esta luz nos espaços internos. Wright escreveu muito sobre a luz natural e projetou, em geral, ambientes mais intimistas.

A arquitetura evolui e hoje em geral, as aberturas para iluminação natural, nas fachadas dos edifícios, são determinadas pelos arquitetos com base em aspectos formais.

Critérios como o percurso da luz, a proteção solar, a percepção visual, a relação com o exterior e os gastos de energia acabam desprezados, por falta de informações ou simplesmente em nome de uma estética visual, que não contribui em nada para o conforto ambiental. Os arquitetos precisam mudar sua atuação.


Dieter Bartenbach do Bartenbach LichtLabor na Austria, especialista em lighting design, acredita que as crescentes exigências de conforto visual  em grande parte em decorrência dos postos de trabalho com terminais de computador  e de economia de energia levem a uma conscientização da importância desses parâmetros e ao aproveitamento cada vez maior da iluminação natural em edifícios comerciais.