Artistas, intelectuais e celebridades
estão na lista de pessoas que enviaram dinheiro para contas do HSBC na Suíça, segundo informa hoje o jornal o Globo, que
apurou o assunto juntamente com o portal UOL. Eles fazem
parte de uma lista de 8.667 brasileiros que tinham contas no paraíso fiscal.
Ainda segundo O Globo, alguns dos artistas que fizeram depósitos são
beneficiários de verbas públicas através da Lei Rouanet de fomento à cultura.
embora não haja conexão entre o recebimento das verbas e os depósitos no banco
no exterior.
O caso do banco HSBC, conhecido como
'Swissleaks' começou com o vazamento de uma lista do banco contento milhares de
correntistas internacionais que eram orientados a mover fundos para a filial do
banco em Genebra para evitar incidências fiscais. Manter uma conta em um banco
estrangeiro é absolutamente legal, mas na maioria dos países do mundo -
incluindo o Brasil - é preciso notificar o governo.
Entre os artistas listados pela reportagem do jornal
carioca, estão nomes do primeiro time do entretenimento no
Brasil, como o humorista e entrevistador Jô Soares, as atrizes Cláudia Raia,
Maitê Proença e Marília Pera, os atores Francisco Cuoco e Edson Celulari e
familiares de luminares da cultura brasileira como Jorge Amado e Tom Jobim.
Um dos correntistas identificados na
lista do HSBC, o escritor Paulo Coelho, não teve problemas em dizer que tem
três contas no banco, e foi além, defendendo o papel da imprensa em divulgar as
informações para esclarecer o caso.
Na longa lista, estão pelo menos dois
familiares de Jorge Amado, além dele e da esposa Zélia Gattai, os cineastas
Andrucha e Hector Babenco.
À exceção de Jô e Ricardo Waddington
(irmão de Andrucha numa produtora) , todosos artistas e celebridades que
figuram na lista foram beneficiados por verbas levantadas através da Lei
Rouanet. Os valores vindos por meio do incentivo à cultura variam entre R$100
mil (no caso de uma peça teatral de Marília Pera) até os R$16 milhões captados
por Hector Babenco e os R$7.4 milhões arrecadados por Claudia Raia para a
produção de três musicais. Roberto Medina, dono da empresa produtora do
festival Rock In Rio (que captou R$13 milhões para sua execução), também figura
na lista. Já a Fundação Tom Jobim captou R$ 1,7 milhão para uma exposição
sobre a obra do músico.
Procuradas pela reportagem de O Globo, as celebridades e artistas disseram "não ter ciência de qualquer conta no banco suíço ou ter realizado todas as operações financeiras de forma legal".
Procuradas pela reportagem de O Globo, as celebridades e artistas disseram "não ter ciência de qualquer conta no banco suíço ou ter realizado todas as operações financeiras de forma legal".
Jô Soares disse que fi correntista do
HSBC em Nova York, mas que todas as suas operações foram declaradas
corretamente e disse que jamais teve contatos com a filial suíça, mesma
resposta dada por Roberto Medina. Ricardo Waddington, Hector Babanco e Maitê
Proença negaram a existência de contas e os artistas Francisco Cuoco, Marília
Pera, Claudia Raia, Edson Celulari não se posicionaram, assim como o cineasta
Andrucha Waddington e a Jobim Music.