27 de mai. de 2016
Intolerância política
No site da revista Carta Capital encontrei uma matéria que mostra
bem a cara deste Brasil que a elite abastada de nossa sociedade, os políticos corruptos
e a mídia do jabá tentam construir.
Em Curitiba, uma professora foi perseguida
por
pais de alunos por se posicionar
contra o impeachment.
Curitiba, sede da operacao-lava-jato , vê-se às voltas com um episódio de
macarthismo verde amarelo. Uma professora de História dos Movimentos Sociais do
Século XX e História da América Latina, que prefere ter o nome mantido no
anonimato por temer pela segurança de sua família, foi vilipendiada nas redes
sociais por um grupo fechado de mais de 800 pessoas, liderados por pais de
alunos do Colégio Medianeira, da capital paranaense.
Tudo começou
quando ela escreveu em sua página no Facebook que “hoje vi crianças numa
escola, vestindo preto e pedindo golpe. Desprezando a democracia e exalando
ódio (...) parece que não conseguimos escapar do que Marx profetizou (...) que
a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa”. A reação foi
como um rastilho de pólvora.
Centenas de pais
de alunos cujos filhos manifestaram apoio “ao golpe” contra a presidenta Dilma
Rousseff entupiram as redes sociais chamando-a de "comunista descarada“. Pediam à direção do
colégio sua demissão alegando que “se minha filha aparecer em casa com alguma
ideia esquerdista vai dar confusão”.
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A professora usou uma imagem
do fascismo para ilustrar a
postagemem que criticou a
manifestação dos alunos
(Reprodução / Facebook)
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“[Caso] esses professores ‘dinossauros’
ultrapassados continuem a lecionar, vamos ter problemas!!!!’. Exaltados,
afirmavam que “se eu pegar algum texto comunista no caderno do meu filho eu vou
rasgar e devolver rasgado”.
Segundo a
assessoria de imprensa do colégio, a professora, que leciona há 10 anos na
instituição, sempre teve uma conduta exemplar. Pela natureza das disciplinas
ministradas, os temas debatidos em sala de aula incluíam questões políticas e
sociais como meio-ambiente, pobreza, comunismo, socialismo ou capitalismo, sem
que jamais tivessem aflorado qualquer radicalismo nos debate entre os alunos.
No entanto, dadas
as notícias veiculadas pela mídia nos últimos meses, questões como impeachment, corrupção e Operação Lava Jato
surgiram naturalmente no dia a dia dos adolescentes.
Por decisão dos
alunos, sob a orientação da escola, foi proposto um debate sobre o tema em dias
alternados. Os grupos, divididos em dois, apresentariam no pátio do colégio
seus pontos de vista sobre cada situação.
Os alunos
contrários ao governo da presidenta Dilma vieram trajando roupas pretas; os
demais com o uniforme tradicional da escola onde predomina a cor branca. Não
houve agressões ou brigas. Tudo transcorreu dentro da normalidade esperada. A
gota d’água deu-se com o massacre, pelas redes sociais, à opinião pessoal da
professora em relação aos defensores “do golpe”.
Em nota oficial, a
direção do Medianeira afirmou que a instituição condena “toda e
qualquer incitação ao ódio, difamação e injúria, violência física ou verbal
(...) e reitera o papel da instituição como mediadora na interação entre
alunos, educadores e famílias no afã de edificar uma sociedade mais justa
e igualitária”.
Alunos protestam em favor da professora
((Reprodução / Facebook)
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Reitera o colégio que repudia a
coação e hostilidade que possam vitimizar os educadores da instituição.
“Reafirmamos nosso compromisso com a liberdade de expressão e a livre
manifestação do pensamento os quais fazem parte do modus operandi de uma
instituição da Rede Jesuíta de Educação”.
Apesar de formalizado o pedido
de demissão, a professora ainda faz parte do quadro de empregados da escola. Os
alunos têm promovido uma série de manifestações pedindo seu retorno, tanto na
escola como pelas redes sociais.
Pais lançaram um
manifesto pela internet de apoio ao colégio, afirmando que “apoiamos a
continuidade de seu projeto político-pedagógico, que é pautado, entre outros
princípios, na busca do diálogo, da livre expressão de ideias, do respeito aos
direitos humanos e do estado democrático”.
Ainda segundo a
assessoria de imprensa do colégio, a expectativa da diretoria é que "ela
retorne à sala de aula para dar continuidade aquilo que melhor sabe fazer:
ensinar e instruir os jovens e adolescentes com lições de conhecimento e
democracia."
26 de mai. de 2016
Esquivo diante do seu próprio mito e imerso em seu modo de vida totalmente pessoal de entrega à música e à estrada, Bob Dylan chega aos 75 anos quase mais ativo do que nunca
Time Out of Mind contém uma maravilhosa
reflexão de um homem maduro e cansado.Not Dark Yet é um exemplo perfeito
de um compositor crepuscular, que “não procura por nada mais nos olhos dos
outros” e sabe que o tempo avança de modo inexorável, embora, como afirma o
refrão, “ainda não escureceu, mas a noite começa a cair”. A melodia vai e vem,
e sua voz, como uma ferrugem venerável, surge como que das águas. “Minha
compreensão da humanidade escorreu pelo esgoto”, canta. Deixar-se levar pelo
clima dessa estranha balada é como apalpar cicatrizes no escuro.
Not Dark Yet
que merda
Melhor não comentar alexandre frota sem falar realmente sobre a sua obra; é ajuda o cara! Não vamos boicotar o Caetano, o Chico, o Gil e outros poetas só por falarem e fazerem o que pensam. Podemos boicotar o ator, por pensar que faz.
Não estou curtindo
São muitos os políticos
e suas equipes citando esta Corte. Ta na hora de pegar o caminho de volta pra
terrinha. Para termos o país justo que
queremos, precisamos ter a coregem de discutir o executivo e o legislativo, mas
também os Tribunais, o MP, a PF e esta Corte, com várias insinuações de que ministros
defendem brancos enquanto ministros defendem pardos. E eu completamente indefeso
no escurinho? Já não acredito mais em uma reforma política, esse negócio de
acabar com isto ou aquilo dos políticos, enquanto todos só servem para se
imunizarem e meter a colher de pau na cumbuca do outro.
22 de mai. de 2016
José de Sousa Saramago
Portugal
16 Nov 1922 // 18 Jun 2010
Escritor [Nobel 1998]
16 Nov 1922 // 18 Jun 2010
Escritor [Nobel 1998]
Deus Precisa de Companhia
A minha proposição inicial, que me
atrevo a considerar indiscutível, é de que Deus criou o universo porque «se
sentia» só. Em todo o tempo antes, isto é, desde que a eternidade começara,
«tinha estado» só, mas, como não «se sentia» só, não necessitava inventar uma
coisa tão complicada como é o universo. Com o que Deus não contara é que, mesmo
perante o espectáculo magnífico das nebulosas e dos buracos negros, o tal
sentimento de solidão persistisse em atormentá-lo. Pensou, pensou, e ao cabo de
muito pensar fez a mulher, «que não era à sua imagem e semelhança». Logo,
tendo-a feito, viu que era bom. Mais tarde, quando compreendeu que só se
curaria definitivamente do mal de estar só deitando-se com ela, verificou que
era ainda melhor. Até aqui tudo muito próprio e natural, nem era preciso ser-se
Deus para chegar a esta conclusão. Passado algum tempo, e sem que seja possível
saber se a previsão do acidente biológico já estava na mente divina, nasceu um
menino, esse sim, «à imagem e semelhança de Deus». O menino cresceu, fez-se
rapaz e homem. Ora, como a Deus não lhe passou pela cabeça a simples ideia de
criar outra mulher para a dar ao jovem, o sentimento de solidão que havia
apoquentado o pai não tardou a repetir-se no filho, e aí entrou o diabo. Como
era de esperar, o primeiro impulso de Deus foi acabar logo ali com a incestuosa
espécie, mas deu-lhe de repente um cansaço, um fastio de ter de repetir a
criação, porque de facto nem o universo lhe parecia já tão magnífico como
antes. Dir-se-á que, sendo Deus, podia fazer quantos universos quisesse, mas
isso equivale a desconhecer a natureza profunda de Deus: logicamente, fizera
este porque era o melhor dos universos possíveis, não podia fazer outro porque
forçosamente teria de ser menos bom que este. Além disso, o que Deus agora
menos desejava era ver-se outra vez só. Contentou-se portanto com expulsar as
suas desonestas e mal-agradecidas criaturas, jurando a si mesmo que as não
perderia de vista no futuro, nem à perversa descendência, no caso de a terem. E
foi assim que começou tudo. Deus teve portanto duas razões para conservar a
espécie humana: em primeiro lugar, para a castigar, como merecia, mas também, ó
divina fragilidade, para que ela lhe fizesse companhia.
José Saramago, in 'Cadernos de Lanzarote (1994)'
José Saramago, in 'Cadernos de Lanzarote (1994)'
António Vieira
Portugal
6 Fev 1608 // 18 Jul 1697
Padre/Escritor
6 Fev 1608 // 18 Jul 1697
Padre/Escritor
Ordinariamente vemos grandes resplendores, onde
não há luz, e grandes luzes sem nenhum resplendor.
Sermões
DO FUNDO DO CAÇUÁ MUSICAL - Jornal Besta Fubana - E O JUIZ APITOU
( Hoje, dia 16 de maio de 2016,
registramos o 93º aniversário de nascimento do sambista Mário Ramos de
Oliveira, o Vassourinha.
No vídeo abaixo Vassourinha
canta o samba E o juiz apitou, que relata o sofrimento de um
flamenguista quando seu time é derrotado.
Composição de Antônio Almeida e
J. Batista. )
Não
me leve a mal! Só pra zua um pouquinho.
20 de mai. de 2016
Todo mundo tem ou já teve um sonho. Morar nesta casinha, sonhei por muito tempo. Que tolo!
Ela
fica lá na Borda do Campo.
Antes
de chegar na histórica Fazenda tombada pelo IPHAN
tem uma porteira azul. Um lugar chamado Mata da Joaninha.
Entrando
no terreno, trezentos metros de Mata Atlântica.
Não sabia a
quem pertencia,
Certamente
um dos Coronéis ou Generais da borda.
Um
lugar lindo, silencioso e cheio de pássaros.
Uma casinha
branca. Casinha de colonos, bastante simples.
Fui lá por várias
vezes. Já me sentia em casa.
Procurei o
responsável e falei sobre minha intenção.
Fui muito
bem recebido. Esperei, esperei e esperei... por uma resposta,
Até que um
dia, chegando lá, percebi que já estava alugada.
Foi um balde de água fria.
Mas onde estava EU com a cabeça,
ao pensar que um Andrada iria alugar
uma casa para mim?
André Moura do PSC, NOVO LÍDER DO GOVERNO TEMER NA CÂMARA, teve apoio de mais de 50% dos deputados, mas não do PMDB. Aliado de Eduardo Cunha, ele é réu da Lava Jato e investigado por tentativa de homicídio
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Eduardo Cunha e André Moura |
Um deputado com a
ficha sujíssima, réu por acusação de homicídio e membro da tropa de choque de
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi confirmado como o líder do Governo interino de
Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados. Trata-se de André Moura, eleito
por Sergipe e filiado ao PSC (Partido Social Cristão), que tem apenas nove dos
513 deputados. A chegada de André Moura ao cargo demonstra, segundo uma dezena
de deputados, que a atual administração federal é refém de Cunha, o presidente
afastado da Câmara que já emplacou três membros na gestão, e dos deputados que
o peemedebista controla.
Moura é réu em três ações no Supremo Tribunal Federal e responde a outros três inquéritos na mesma Corte (um deles por tentativa de homicídio, outro por envolvimento na Operação Lava Jato). Já foi condenado pelo Tribunal de Contas da União quatro vezes por irregularidades na gestão de dinheiro público, multado por improbidade administrativa. Foi proibido de concorrer à eleição em 2014 e teve duas de suas contas de campanha rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe. Só é deputado federal porque conseguiu uma liminar que permitiu que ele fosse empossado, mesmo tendo sido declarado inelegível pela Justiça.
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