Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

10 de jul. de 2016

9 de jul. de 2016

Christian Dunker: "Falta ao brasileiro a verdadeira tristeza" ------ 14ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)


O psicanalista afirma que o neoliberalismo cria sofrimento e ensina o indivíduo a administrá-lo para gerar mais produtividade


SÉRGIO GARCIA, DE PARATY


Ao lado da argentina radicada no Rio de Janeiro Paula Sibilia, o psicanalista brasileiro Christian Dunker participou de uma das palestras que mais repercutiram nesta 14ª edição da Flip. Eles criticaram a espetacularização da vida pessoal e fazem coro que a ocupação de escolas seja o início de uma nova era no ensino. Autor da tese do “narcisismo à brasileira”, Dunker diz que aqui se tem enorme dificuldade de lidar com a derrota, que é fundamental para o amadurecimento. Depois do encontro na Tenda dos Autores, ele autografou o livro Mal-estar, sofrimento e sintoma e em seguida conversou com ÉPOCA.

O psicanalista Christian Dunker. "A rede social criou uma ilusão de 
que no fundo você é a majestade" (Foto: Walter Craveiro)












ÉPOCA – O senhor cunhou a expressão "narcisismo à brasileira" para se referir a um determinado comportamento que temos aqui. Quais os componentes genuinamente nacionais desse narcisismo?

Christian Dunker – Estudei um fenômeno contemporâneo, a partir dos anos 1970, que tem a ver com a solução para um Estado que não conseguiu dar conta de um projeto que ele mesmo criou de ocupar o norte e organizar as cidades que se urbanizavam e recebiam muitos imigrantes. Isso gerou um narcisismo à brasileira, que se revela em alguns elementos. Criou-se um mundo isolado materialmente entre as pessoas. Você então se refugia nele e pensa que ali terá uma vida viável. Isso vai acontecer nos condomínios das grandes cidades, por exemplo, mas não só. Há outras áreas em que o Estado também vai se demitir de sua função, como nas favelas. É como se dissesse: urbanização, nós estamos fora, e vocês, moradores, é que vão dar seu jeito. Outro local são as prisões. O Estado levanta muros, e os presos lá dentro que se virem. E, por fim, os shoppings, que adquiriram uma função educativa de ser um berçário da classe média. Todos esses lugares ganham leis próprias. E isso é típico do narcisismo à brasileira: põe muro, põe síndico, e daí temos outro fenômeno, que é a hipertrofia da lei, em que se vai criando lei com base em exceções. Temos uma Constituição gigantesca, com códigos de todo tipo e que a gente está sempre desobedecendo.


ÉPOCA – O escritor americano Benjamin Moser, um estudioso do Brasil, disse numa roda da Flip que se surpreendeu ao chegar ao país, há 20 anos, e ver que, ao contrário da imagem padrão, o povo daqui é triste e que está sempre se decepcionando com as expectativas criadas. Concorda?

Dunker – Aí tem um detalhe clínico. Esse narcisismo à brasileira não é alegre nem triste, ele é maníaco. Axé, euforia, Carnaval, estar sempre up não é alegria. Esse estado de agitação e euforia só secundariamente é acompanhado da verdadeira alegria e também da verdadeira tristeza, que é uma coisa que nos falta muito. Durante um evento como o 7 a 1 para a Alemanha, é muito saliente para um analista que não tenha havido luto por aqui. Aquela coisa: vamos enterrar a CBF, nos despedir desse tipo de técnico, vamos repensar que morreu um certo futebol que a gente tinha. E ninguém falou nisso, porque não há espaço para luto, não há espaço para a derrota. A derrota é antinarcísica: eu não consegui ser forte o suficiente. Um país que não sabe lidar com perdas não consegue se reconstruir. Para nós, a tristeza virou frustração, virou impotência. Se você está triste é porque você perdeu, no sentido de que seu narcisismo foi abalado. Aqui tem essa confusão da tristeza com a depressão. Se você não deu certo é porque não conseguiu fazer as escolhas corretas do ponto de vista do show de seu eu.



ÉPOCA – É possível botar o brasileiro no divã?

Dunker – Aí tem uma coisa interessante, que é o fato de o Brasil já estar no divã faz muito tempo, devido a um fato histórico que é pouco pronunciado e estudado. A psicanálise entrou em nossa universidade e em nossa psiquiatria nos anos 1920, 1930, que é quando o Brasil estava começando a se pensar. As grandes narrativas do Brasil ainda são desse período. É Sérgio Buarque de Hollanda,Gilberto Freyre, Caio Prado. Todos eles vieram depois do Freud. O Brasil começou a se pensar com a psicanálise. Isso não aconteceu naArgentina, nos Estados Unidos, na África do Sul ou na Austrália. E somos um país muito peculiar do ponto de vista da psicanálise, que continua dando certo por aqui. A psicanálise não é só a solução, é um sintoma do Brasil.


ÉPOCA – Como as redes sociais entram nessa história do narcisismo à brasileira?

Dunker – Na rede social, o Google e o Facebook vão lhe sugerindo amigos que são como você, vão instruindo pessoas que pensam como você. Ao contrário do que se pensa, o mundo não vai se ampliando, ele vai diminuindo de tamanho. Você vai compactando o narcisismo. E o que acontece quando a pessoa acha que o mundo inteiro é feito de gente como ela? Fica corajosa para caramba. Essa soberba e o desdém pelo outro são muito potencializados quando se está no ambiente virtual. E o sofrimento decorrente disso também é brutal. O cara vai vivendo numa bolha e, quando sai da internet, tem uma descompressão narcísica que dá embolia. Se você saiu da internet e as massas não se levantaram a seu favor, é porque você tem um problema. E no fundo o neoliberalismo está inoculando a ideia de que você dá errado por sua causa.



ÉPOCA – As pessoas estão virando microempresas?

Dunker – Exatamente. É isso que estamos estudando na USP agora. O neoliberalismo cria um sofrimento e mostra como você deve administrá-lo para gerar mais produtividade. E, quando não consegue, você cai em depressão, fica excluído do sistema e vai para o depósito. Essa ideia está apoiada numa outra de que todo mundo deve se pensar como empresa. A educação tem de se pensar como empresa. E, se pensar educação como empresa, isso vai terminar mal.


ÉPOCA – Você citou uma expressão de Freud para determinar quem era a autoridade da casa: “sua majestade, o bebê”. A gente pode parodiar que, hoje, nas redes sociais vale o “sua majestade, o soberbo”?

Dunker – Exatamente. A rede social criou uma ilusão de que no fundo você é a majestade. Você detona os inimigos, dá opiniões que vão se espalhar pelo mundo. É uma ilusão.

7 de jul. de 2016

O Reino Unido invadiu o Iraque “sem esgotar opções pacíficas”, diz relatório -x-x-x-x-x- O mundo imundo do capitalismo selvagem -x-x-x- “Invade e mata agora, pedimos desculpas depois.”





UMA ALIANÇA ESPECIAL

O presidente norte-americano Barack Obama, numa entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro britânico David Cameron, fez a seguinte declaração em julho de 2010: “Nunca é demais enfatizar: os Estados Unidos e o Reino Unido têm uma relação muito especial. Nós temos o mesmo legado. Compartilhamos os mesmos valores. . . . Acima de tudo, nossa aliança prospera porque promove nossos interesses em comum. . . . Quando os Estados Unidos e o Reino Unido estão juntos, nosso povo — e as pessoas do mundo todo — fica mais seguro e prospera mais. Resumindo, os Estados Unidos não têm um aliado mais unido e um parceiro mais forte do que a Grã-Bretanha.”

Por que o início da venda de maconha preocupa farmácias uruguaias












Em meio a ressalvas de farmacêuticos, temores de segurança e promessas de lucros, o Uruguai colocará em prática no próximo mês a venda de maconha em farmácias.

Em 25 de julho, "com uma margem de erro de dez dias para mais ou para menos", a cannabis para uso recreativo será ofertada nos estabelecimentos, afirmou à BBC Brasil, Milton Romani, secretário-geral da Junta Nacional de Drogas.

O órgão interministerial é o responsável por levar adiante a política concebida no governo de José Mujica, e que tem continuidade na gestão do atual presidente, Tabaré Vázquez.

Essa é a terceira e última etapa da implantação da lei, aprovada em 2013, que determina a estatização da maconha recreativa nas etapas de produção, distribuição e venda.

As duas primeiras fases, já implementadas, foram a liberação do cultivo doméstico e da criação dos clubes canábicos, mediante registro nos órgãos governamentais.

Em meados de julho, o país dará início ao registro de consumidores que desejam obter a droga nas farmácias - o procedimento será realizado nos Correios do país e será feito por meio do registro das impressões digitais dos interessados.

E, no final do mês, 50 estabelecimentos em todo o território darão início à venda, em sistema experimental. A maioria dos postos de distribuição se concentrará em Montevidéu e em Canelones, departamento (Estado) vizinho à capital.

Para adquirir, o usuário não precisará dizer o nome nem mostrar nenhum documento. Apenas deverá passar os dedos por uma máquina de leitura de impressões digitais, que informará ao farmacêutico que a pessoa possui o registro.

Poderão ser comprados 10 gramas por semana - o limite para cada consumidor é de 40 gramas por mês.

Desconfiança e lucro
O Ircca (Instituto de Regulação e Controle da Cannabis) assinou um acordo de adesão com as entidades que representam donos de farmácias, incluindo as duas principais redes do setor, para a venda nesta etapa inicial ou depois que o sistema estiver totalmente implantado.

Há resistências por parte de algumas empresas e de farmacêuticos à frente dos estabelecimentos, que manifestam temores especialmente quanto à segurança das farmácias - sobretudo em regiões onde o narcotráfico é mais atuante.

O governo oferece aos comerciantes uma margem de lucro de 30% sobre o preço básico de venda, e os empresários do setor estão negociando remunerações extras para os farmacêuticos à frente dos lugares que vendam maconha.

Cálculos do governo estimam que o comércio aumentará a renda dos estabelecimentos em US$ 2 mil (cerca de R$ 6,8 mil) por mês. A droga chegará às farmácias por US$ 0,90 por grama (aproximadamente R$ 3) e será vendida ao consumidor por US$ 1,17 por grama (cerca de R$ 4).

"Em farmácias do interior, surgiu a questão de que muitos donos temem que o consumidor frequente não queira adquirir seus medicamentos ao lado de um 'maconheiro' que esteja ali no balcão, no mesmo momento. Isso vem aparecendo. E também há uma certa desconfiança, muita gente acha que não vamos implantar o sistema", diz o secretário-geral.

"Se as farmácias continuarem conosco, muito bem. Se não, usaremos outro sistema de distribuição. Vamos cumprir a lei. Em Washington e no Colorado, há o livre mercado. Nós não estamos de acordo com isso. Queremos que a venda seja regulada e controlada, e que se crie uma relação confiável entre o usuário e os provedores."

A atual etapa de implantação da lei é considerada a mais complexa por vários fatores: segurança, logística, adesão de farmácias e por causa da mudança cultural exigida de boa parte dos frequentadores de farmácias no Uruguai.

Mas o principal desafio consiste em se tornar a modalidade de acesso à droga que deverá ser procurada pela maioria dos consumidores do país.

De acordo com levantamento da Associação de Estudos de Cannabis do Uruguai, 80% dos consumidores de maconha no país (128 mil pessoas) deverão utilizar essa opção de compra. Segundo estimativas oficiais, há um total de 160 mil usuários regulares no Uruguai.

"Nosso enfoque é de saúde e de proteção de direitos. Primeiro, deixamos de estigmatizar o usuário. Obviamente que o consumo traz seus riscos, mas sabemos também que há consumidores de cannabis que não apresentam grandes problemas. E, se há problemas, é preferível que haja uma relação transparente com o Estado, e não persecutória", diz Romani.

"Não estamos regulando a cannabis porque se trate de um doce. Estamos regulando justamente porque se trata de uma droga perigosa. O controle penal proibicionista vem gerando mais danos do que a própria droga em si."

Nova licitação
A colheita dos primeiros lotes já está sendo realizada pelas empresas ICCorp e Simbiosys, vencedoras da licitação para essa etapa inicial.

Como essa produção não será suficiente para abastecer o mercado local, o governo deverá selecionar, mediante uma segunda licitação, novas companhias interessadas em plantar, colher e processar maconha no país.

"Vamos proceder de forma paulatina. É a primeira vez que se faz isso no mundo. Nosso temor é que, por ter pressa, cometamos erros e não possamos avançar depois. O que começa agora será um plano piloto", diz o secretário-geral.

A maconha será vendida como uma "variedade vegetal com índice psicoativo". Romani afirma que a droga não poderá estar exposta dentro das farmácias, e que haverá três variedades de cannabis, que serão oferecidas por grau de intensidade.

A venda será permitida apenas a maiores de 18 anos, uruguaios ou estrangeiros com mais de dois anos de residência no país e que tenham registro prévio efetuado nos Correios.

Desde 1974, é permitida no Uruguai a posse de qualquer tipo de droga para consumo próprio.


FONTE: BBC BRASIL

Três dias de música sertaneja na Praça da Cultura



6 de jul. de 2016

AGROECOLOGIA

O que estamos ensinando aos nossos filhos?

Filho,
Ama o próximo como a ti mesmo, seja o próximo ser humano, animal, vegetal ou mineral.

A natureza está tanto fora como dentro de ti. 

Observe e respeite seus ciclos e suas leis de evolução.

Se tua mãe necessitasse tomar fertilizante para engravidar e durante a tua gestação estivesse doente, tomando remédios, como estaria teu organismo quando nasceste?

Teu organismo já nasceria com imunidade baixa e dependente de remédios. 

Para colher bons frutos antes é preciso garantir a fertilidade natural da mãe terra através de uma boa nutrição orgânica. Uma terra com fertilidade natural é cheia de vida e não precisa de remédios. 

A semeadura deve ser realizada no momento e forma adequados. Lembra que tu és a natureza.

Assim como tu cultivas, és cultivado. 

A vida é dinâmica, o que nutre a planta hoje nutrirá você e seus filhos amanhã.


Oliberto Amante

Vamos lembrar o Presidente LULA falando no dia 30 de março de 2009? Vamos lá!



Paris, 30 mar 2009 (EFE).

- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera que a reunião do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes) na próxima quinta-feira, em Londres, "não pode decepcionar" e deve dar respostas à atual "crise de civilização".


"Mais que uma grave crise econômica, estamos diante de uma crise de civilização" que exige "novos paradigmas, novos modelos de consumo e novas formas de organização da produção", ressalta Lula, em artigo publicado hoje pelo jornal francês "Le Monde".


Lula, que esta semana fará uma breve escala em Paris para preparar a cúpula do G20 com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, acrescenta no artigo que "é importante salvar os bancos", mas "é mais importante ainda proteger os empregos e impulsionar a produção".


O G20, acrescenta, deve oferecer soluções para resistir aos efeitos "devastadores" da crise e dirigir para "uma profunda reformulação da economia internacional a médio e longo prazo".
Entre as medidas mais urgentes, o presidente brasileiro cita o restabelecimento do crédito e a luta contra o protecionismo, para fazer frente à queda do comércio e dos investimentos em nível mundial.


"Em tempos de crise, o protecionismo, que eu qualifico de droga, aumenta" e isso tem um efeito provisório de euforia, mas, a médio e longo prazo, acaba provocando uma "profunda depressão" com "funestas consequências sociais e políticas".


Outra aposta de Lula prevê o fim dos paraísos fiscais e "democratizar" o Fundo Monetário Mundial (FMI) e o Banco Mundial (BM), instituições que foram "incapazes" de prever e controlar a desordem financeira atual.


Segundo o presidente brasileiro, a crise trouxe à tona os profundos erros de políticas econômicas que se apresentaram como infalíveis e a fragilidade dos organismos multilaterais de Bretton Woods.
Definitivamente, mostrou que os instrumentos econômicos de regulação são obsoletos, acrescenta Lula, antes de insistir em que "precisamos de uma sociedade na qual homens e mulheres sejam atores de sua história, e não vítimas da irracionalidade que reinou nestes últimos anos".

Postado por Joel Gomes

“Sem conhecer o passado nos 
tornamos presas fáceis. O 
presente não é 
só uma construção sólida erguida por anjos.”

Estupor - Paulo Leminski


esse súbito não ter
esse estúpido querer
que me leva a duvidar
quando eu devia crer
esse sentir-se cair
quando não existe lugar
aonde se possa ir
esse pegar ou largar
essa poesia vulgar

que não me deixa mentir.Resultado de imagem para Estupor Paulo Leminski

Demissão


Resultado de imagem para Demissão, de José Saramago, em "Os Poemas Possíveis"








Este mundo não presta, venha outro.
Já por tempo de mais aqui andamos
A fingir de razões suficientes.
Sejamos cães do cão: sabemos tudo
De morder os mais fracos, se mandamos,
E de lamber as mãos, se dependentes.


José Saramago,
in "Os Poemas Possíveis

4 de jul. de 2016

Em Prados, dias 08 e 09 de Julho, o Passeio a Serra 2016

O passeio ecológico mais antigo do Brasil, o Passeio a Serra, chega à sua 148ª edição em Prados. Há mais de um século é assim, no segundo fim de semana de julho os pradenses celebram sua montanha mais adorada, e sobem a serra.






















Tradicional retreta da lira, som mecânico, quadrilha e Banda Raiz em um evento para ajudar a APAE de Prados. Confira a programação completa.

3 de jul. de 2016

"Jararaca" - O famoso jagunço de Lampião


Líder do PSDB é vaiado no maior São João do mundo












O que era inimaginável supor e constatar aconteceu nesta sexta-feira, 3, no Parque do Povo, em Campina Grande, durante a abertura do Maior São João do Mundo: o senador ex-prefeito da cidade, Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, enfrentou minutos de vaias ao se referir ao Governo de Dilma como o mais corrupto de todos os tempos. "Golpista! Golpista!" - gritavam pessoas de vários pontos do ambiente da Festa.

Foi a primeira vez em toda a história do Maior São João quanto de Campina que o senador, ex-prefeito da cidade, enfrentou uma sonora vaia a incomodar quem seja vítima dela.

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