29 de nov. de 2017
DAVID TRUEBA - 27 NOV 2017 - 21:00 - BRST - El País.
Não estávamos preparados para descobrir todo esse subconsciente
repugnante
Nas redes sociais,
os justiceiros e os loucos por protagonismo estão mostrando seu subconsciente
inclusive através da piada mais absurda
Estamos nos
perguntando, em relação às /redes_sociais/, se elas melhoram a convivência, se
são úteis, https://se aumentam ou diminuem a capacidade de raciocínio das pessoas. Não
há dúvidas de que elas agilizaram o comércio, o imediatismo e as chicotadas da
opinião pública. Ao estarmos https://sempre com os celulares, somos receptores
perpétuos, emissores constantes, oferecemos uma série de interesses para quem
quiser especular com eles. Nos últimos tempos também descobrimos que os
celulares servem para exibir o nosso subconsciente. Até agora o subconsciente
era uma coisa que guardávamos para nós mesmos, nem éramos capazes de acessá-lo
e às vezes tínhamos que recorrer à hipnose, ao álcool ou à psiquiatria. Expor o
subconsciente era uma tarefa de desinibição que exigia um esforço às vezes
dramático, como se tivéssemos que intervir com um bisturi em nossas próprias
vísceras. Mas graças ao celular, o subconsciente está agora nas redes, nos
bate-papos, nas mensagens mais cotidianas.
Ficamos surpresos
até mesmo com a facilidade com que muitas pessoas se mostram em público ou
https://nessa privacidade fingida das redes. Não têm receio de levar sua
pré-consciência para dar um passeio em uma exibição grotesca. Nem é preciso que
https://um juiz ordene a intervenção das ligações para ver essas conversas que fazem
parte da nova era da nudez. Da nudez roubada em uma praia passamos à nudez das
conversas vazadas de processos e investigações. É o novo pornô, espiar a
intimidade de dirigentes, corruptos, lobistas e galãs. Mas existe essa outra
nudez voluntária que é a de ver o subconsciente de muitos que a levaram para
passear.
Todos que comemoram
a morte de alguém, todos esses justiceiros das redes, todos esses loucos por
protagonismo estão mostrando seu subconsciente inclusive através da piada mais
absurda, do comentário mais inútil, do insulto mais brincalhão. Pegue o meu subconsciente,
é o que estão dizendo. https://A Espanha está escandalizada por conta de uns policiais
que se declaravam, entre piadas e em um grupo de WhatsApp, nazistas e
assassinos, com orgulho que mostrava um subconsciente não detectado nem pelo
especialista responsável por fazer o teste psicotécnico que os habilitou a
serem servidores públicos armados. Mostraram em chats sem nenhuma repressão. Aí
está meu subconsciente. Os estupradores, os que superam os limites de trânsito,
os que matam animais indefesos, qualquer transgressão, se não estiver na rede,
perde potência. Só que não estávamos preparados, como sociedade, para descobrir
que tanto subconsciente é criminoso e repugnante. É bom vê-lo, ainda que o nojo
seja notável.
26 de nov. de 2017
Publicado na Rede Brasil Atual - Mauro Santayana
O fim do BNDES e o grande golpe do Brasil quebrado
Nos últimos anos, e mais especialmente a partir de 2013, o Brasil tem se transformado, cada vez mais, no país de pequenos e grandes golpes, canalhas, sucessivos e mendazes. Golpes na economia, golpes na soberania e na estratégia nacional, golpes contra a democracia, que culminaram no http://www. grande golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016.
Mas, sobretudo, golpes contra verdade, a
consciência popular, a própria realidade e a opinião pública. Com a criação e
disseminação de mentiras, fakes e falsos paradigmas apoiados
mutuamente na fabricação do consentimento para a desconstrução de um sistema
político que, com todos os seus defeitos – aliás, como toda democracia –
funcionava com um mínimo de governabilidade, de estabilidade institucional e de
equilíbrio entre os poderes da República.
Golpes voltados para sabotagem e destruição de
um programa nacionalista e desenvolvimentista que levou o Brasil da 14ª para a
sexta economia do mundo, em 9 anos, a partir de 2003, apoiado no retorno à
construção de plataformas de petróleo, hidrelétricas de grande porte,
ferrovias, refinarias, tanques, submarinos, navios, rifles de assalto, caças,
cargueiros aéreos militares, multiplicando o crédito, dobrando a produção
agrícola, triplicando a produção de automóveis.
Da imensa usina de contrainformação fascista
montada, principalmente, http://www.a partir de 2013, saíram – e continuam a sair –
milhares de calúnias, seguindo uma estratégia não escrita que usa pequenas
“notícias” cotidianas. A maior parte delas surreal, disseminada pela má fé, o
ódio e a hipocrisia, realimenta permanentemente, principalmente nas redes
sociais, grandes correntes e paradigmas midiáticos que adquiriram o ar de
certeza para a parcela mais ideologicamente imbecil, quanto mais
apaixonadamente ignorante, da população brasileira.
Uma das principais pós-verdades vendidas para
esse público, hoje já transformada em discurso e adotado como bandeira e muleta
pelo atual governo e boa parte da mídia, é de que o Brasil estaria totalmente
inviabilizado economicamente e, logo, necessitado de passar por um urgente
programa de “reformas” – com venda de ativos públicos e privados para “sair do
buraco”.
Ora, quebrados, ou quase isso, estávamos no
último ano de governo do senhor Fernando Henrique Cardoso. http://www.Em 2002, depois de um nefasto e maior programa de
“reformas” e de “privatizações” (na verdade, de
desnacionalização) da economia brasileira em 500 anos, encerramos o ano com um
PIB nominal e uma renda per capita em dólares, segundo o Banco
Mundial, menor do que de oito anos antes, no final do governo Itamar Franco. E
uma dívida com o FMI de US$ 40 bilhões.
Hoje o Brasil tem R$ 380 bilhões de
dólares – mais de R$ 1 trilhão – em reservas internacionais e é ainda, com toda
a crise, a nona economia do mundo. Entre as 10 principais economias do planeta,
grupo em que nos incluímos depois de 2002, pelos menos sete países – Estados
Unidos, Japão, Reino Unido, França, Itália, Canadá – têm dívida pública maior
do que a nossa.
O salário mínimo e a renda per capita são
maiores, em dólares, agora, do que no final de 2002, e as dívidas bruta,
externa e líquida são menores do que eram quando Fernando Henrique deixou o
poder.
208 milhões de idiotas
Mas a mídia, os ministros, os “especialistas” e
“analistas” do “mercado” insistem em afirmar a todo o momento exatamente o
contrário. Que estamos redondamente quebrados e que a dívida nacional explodiu
por terem, talvez, na verdade, a mais descarada certeza de que conseguiram
realmente nos transformar impunemente, nos últimos quatro anos, a todos os
brasileiros em uma populosa nação de 208 milhões de idiotas.
Afinal,http://www há muita diferença entre dificuldades fiscais
momentâneas, causadas entre outras coisas, por um programa de
desonerações fiscais equivocado, mas que deixou um déficit muito menor do
que o de hoje – agravado por volumosos aumentos de salários para o
Judiciário e o Ministério Público aprovados depois que Temer chegou ao poder –
e os dados macroeconômicos de um Brasil que já emprestou dinheiro ao FMI e
ocupa o posto de quarto maior credor individual dos Estados Unidos. http://www(Basta pesquisar na página oficial do Tesouro
norte-americano procurando a expressão mayor treasuries holders no
Google.)
A razão pela qual o governo e o sistema de
contrainformação fascista, na internet principalmente, não alardeiam para a
maioria da população o excelente nível de reservas internacionais é óbvia. Essa
informação contradiz frontalmente o mito de que Lula, Dilma e os governos do PT
quebraram o Brasil, a ponto de deixar o país de chapéu na mão.
E anula, praticamente, a justificativa que está
por trás de um programa apressado, antidemocrático – porque a sociedade não
está sendo ouvida – e antipatriótico de privatizações que está entregando o Brasil
a toque de caixa e preço de banana podre aos estrangeiros. Como ocorreu, por
exemplo, http://wwwcom a venda da maior refinaria de resina PET da América
Latina, recém-inaugurada pela Petrobras (na qual foram investidos R$
9 bilhões) por apenas R$ 1,3 bilhão para capitais mexicanos, no final do ano
passado, provocando um prejuízo, apenas nesse caso, três vezes superior àquele
que teoricamente teria sido gerado por Dilma no caso Pasadena, se ela já não
tivesse, a bem da verdade, sido isentada pelo TCU dessas acusações.
Ou da entrega – por meio de um discurso
entreguista tão hipócrita quanto calhorda – de reservas de petróleo do pré-sal
para empresas 100% estatais de outros países como Noruega e China, enquanto,
para consumo interno, defende-se a “desestatização” da Eletrobras e a própria
Petrobras, com a alegação de que o capital privado seria mais honesto e
competente.
Tudo isso em um país em que, paradoxalmente,
com base em uma campanha jurídica eivada de primeiras, segundas e terceiras
intenções políticas, se acaba de destruir cinicamente – e em alguns casos,
desnacionalizar – a base do capital privado nacional e da megaengenharia
brasileiras, justamente por serem consideradas, as duas, fontes de corrupção e
de serem excessivamente dependentes do governo.
BNDES poderoso e eficiente
São essas mesmas razões – a mentira e a
manipulação e a necessidade de sustentar o mito de que o PT quebrou o país –
que fazem com que o governo e a mídia deixem de mencionar, ou tentem esconder
da maior parte da população, que Temer e Meirelles herdaram dos governos Dilma
e Lula, quando assumiram o poder depois do golpe de 2016, um BNDES extremamente
poderoso e eficiente, com centenas de bilhões de reais em caixa.
Recursos que eles estão raspando dos cofres do
nosso maior banco de fomento, enviando-os “antecipadamente” para o Tesouro, com
a desculpa de estar diminuindo a dívida pública, quando ela é menor hoje do que
em 2002 e esse dinheiro fará quase ou nenhuma diferença em percentual de dívida
com relação ao PIB, ao fim desse estúpido e gigantesco austericídio.
Não é preciso lembrar ao ministro da Fazenda –
que recebeu mais de R$ 200 milhões em “consultoria” no exterior nos últimos
três anos – que o BNDES foi criado, em 1952, no segundo governo Vargas, para
promover o desenvolvimento econômico e social do país, e não para gerar
recursos para o pagamento de uma dívida pública que ainda se encontra em uma
classificação mediana do ponto de vista internacional.
Como não é preciso recordar que bancos precisam
de dinheiro para funcionar, retirar deles recursos, nesse caso, capitais
públicos, equivale a fechar as suas portas. Tampouco é preciso lembrar que,
assim como no caso da justificativa imbecil da queda de Dilma por “pedaladas”
fiscais, o dinheiro que está no BNDES, ou no Tesouro, pertencem ao mesmo dono –
o povo brasileiro –, que o que importa não é ficar fingindo que se tratam de
coisas diferentes, mas, no frigir dos ovos, gerir esses recursos, economizados
nos últimos anos, em benefício de todos os cidadãos e não de firulas contábeis
para se posar de bons moços para o “mercado”.
Isso tudo em um momento em que o país, com mais
de 14 milhões de desempregados, padece com centenas de bilhões de dólares em
projetos importantíssimos – muitos deles estratégicos – paralisados
irresponsavelmente por decisão da Justiça nos últimos três anos. E precisa
desesperadamente recuperar suas maiores empresas, e de mais infraestrutura e
vagas de trabalho.
A intenção de acabar, na prática, com o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, estrangulando-o enquanto principal
instrumento estratégico para a competitividade brasileira, não atende apenas
aos interesses de nossos concorrentes externos.
http://wwwFaz parte da mesma estratégia de enfraquecer também o Banco
do Brasil e a Caixa Econômica Federalpara justificar privatizações,
ou, no mínimo, “equilibrar” o “mercado”, favorecendo bancos privados nacionais
e estrangeiros no sistema financeiro nacional.
Não por acaso, o ex-presidente do Banco Central
Gustavo Franco acaba de declarar, em seminário em Belo Horizonte, http://wwwque o BB está pronto para privatização. Franco
presidiu o Banco Central no primeiro mandato de FCH, entre 1997 e 1999, era das
grandes privatizações. Não é também por coincidência que contratos do Minha
Casa Minha Vida têm sido sistematicamente atrasados pela Caixa. Anunciou-se
nesta semana que o financiamento de imóveis usados na Caixa agora só chegará,
no máximo, a 50% do valor do bem a ser adquirido.
A classe “média”, principalmente, aquela
parcela que se assume como vanguarda do fascismo nas redes sociais, ou está
engolindo a seco, ou deve mesmo estar satisfeita com essas notícias, e também
com outras novidades http://wwwdesse “novo” Brasil, ordeiro e progressista,
como a volta dos frequentes, quase semanais, aumentos do preço dos combustíveis
da Petrobras para as distribuidoras, rapidamente repassados pelos postos, tão
comuns na última década do século passado.
Mário Quintana
"No retrato
que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto
árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas
que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco
a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de
criança...
Terminado por um louco!"
25 de nov. de 2017
Menschlichkeit> Europa verrückt
Merga Binen. Entre 1603 e 1606 cerca
de 200 pessoas foram julgadas como bruxas na cidade de Fulda, Alemanha, entre
elas Merga. Ela estava entre as primeiras a serem julgadas, e foi acusada do
simples fato de estar grávida! Ela ficou viúva duas vezes e estava casada com o
terceiro marido há 14 anos e nunca tinha tido um filho e, de repente,
engravidou. Por isso eles disseram que o feto que crescia dentro dela pertencia
ao Diabo! Mesmo grávida, ela foi torturada e obrigada a confessar ter matado
seus ex-maridos e ter tido relações sexuais com Satanás. E por isso Merga foi
queimada na fogueira como bruxa.
http://femininosagrado.com.br/
http://femininosagrado.com.br/
23 de nov. de 2017
Mamãe!!!!
Quando tirei essas fotos ouvi um sussurro e fui me aproximando dos
troncos...
Era um cochicho, era uma pergunta, o que era?
O tronco mais machucado perguntou: Cadê minha mãe?
Nova república
Dizer por aí que a elite
brasileira é BURRA,
enche o coração de coragem.
UMA CORAGEM VAGA.
burra não é a elite brasileira,
POR CAGAR NA CABEÇA DO POVO.
Elites cagam em todos os lugares.
BURRA É A CLASSE MÉDIA,
por achar que não é povo.
20 de nov. de 2017
“Trafiquei mulheres por mais de 20 anos, comprava e vendia como se fossem gado”
Um dos criminosos do
esquema revela em livro como essas redes funcionam na Espanha
Na primavera de 2000
chegou ao aeroporto de Madri a seleção nacional feminina da Colômbia de
taekwondo. Dezenove meninas que saíram pela porta em fila indiana, vestidas com
o agasalho oficial (azul, amarelo e vermelho) estampado com o escudo da
federação esportiva do país. Não tiveram problemas com a Imigração, apesar de
ter sido um voo "quente". Tinham seus vistos obtidos no consulado na
Colômbia. Apresentaram suas fichas da federação e, então, o convite e o
programa da competição que foram disputar na Espanha. Entre a documentação
também contavam com papéis de uma academia de artes marciais de Cali em que
estavam inscritas. Ao chegar a Madri, um micro-ônibus as levou para Valdepeñas,
e lá trocaram os agasalhos por lingerie para serem exibidas ante um grupo de
homens antes de serem distribuídas em diferentes casas da Espanha. Na Colômbia
não existia nenhuma federação de artes marciais, as meninas nunca tinham pisado
em um tatame, o agasalho fora encomendando por um criminoso, o convite e o
programa da academia eram uma enganação, o treinador era o homem que as havia
captado na Colômbia e o cafetão que as recebeu no aeroporto havia vencido uma
aposta com seus sócios: conseguir colocar o maior número de mulheres em Madri
para serem prostituídas. Como conseguiu, ficou com todas as mulheres e um BMW.
Tratava-se de Miguel, o Músico.
MANUEL JABOIS - El País
17 de nov. de 2017
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