Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

12 de jan. de 2020

"falta de justiça é o que viabiliza e estimula a corrupção"

Justiça e progresso



Justiça e progresso é uma obra de Preá Rentes. A marca registrada de Preá Rentes são as suas moscas filosóficas.


Interpretação do artista:

Para mim, faz cada vez mais sentido “Justiça e Progresso” como lema da bandeira nacional. Justiça é a base de tudo, a falta de justiça é o nosso problema raiz.

Esta falta de justiça é o que viabiliza e estimula a corrupção. Alguns dizem que o problema raiz é a falta de educação, eu digo que o problema da educação é o roubo do dinheiro que deveria ir para a educação. A mesma coisa acontece com a saúde, segurança, etc. Nada vai pra frente se os recursos forem para o ralo.

E porque esses caras roubam? Porque são impunes. Roubam e zombam da nossa justiça raquítica, e “tiram uma” com a nossa cara. Mas e o lema atual da nossa bandeira, o “Ordem e Progresso”?

As cinco quadrilhas que dominam este país são todas bem organizadas em maior ou menor grau, pelo menos uma delas é extremamente organizada, com direito a um mastermind “guerreiro do povo brasileiro”, o grande mestre organizador.

Não, ordem não garante o progresso, não existe ética intrínseca à ordem. A corrupção pode ser extremamente organizada e é. Justiça é o que garante as condições de progresso, sem justiça não há progresso.





PROFISSIONAIS DO SEXO


Embora hoje em dia as pessoas que se dedicam à prostituição sejam — quase sempre — marginalizadas, nem sempre a atividade foi vista como o produto da falta de oportunidades ou de circunstâncias desfavoráveis. Na verdade, conforme você verá nos exemplos a seguir, a profissão mudou bastante ao longo da História e, em alguns casos, as profissionais do sexo chegaram a ser incrivelmente influentes e respeitadas. Confira:


1 – As Auletrides da Grécia Antiga

Embora muitas mulheres tenham se dedicado à prostituição ao longo da história grega, entre as mais ilustres, sem dúvida, estavam as Auletrides. Elas exerciam suas atividades e pagavam impostos ao
Estado como qualquer trabalhador, e sua profissão envolvia muito mais do que apenas oferecer sexo aos seus clientes.
Muitas Auletrides eram talentosas ginastas, acrobatas, cantoras e até esgrimistas; portanto, além de serem contratadas para “agradar” aos homens, era comum que elas fossem chamadas para realizar apresentações em festivais públicos e inclusive cerimônias religiosas. Essas mulheres podiam receber pequenas fortunas por seus trabalhos e, no geral, eram respeitadas em sua época — tanto que muitas foram imortalizadas pela arte e pela literatura.

2 – Os Tellaks do Império Otomano

Como você sabe, a prostituição não é uma atividade exclusivamente feminina, e ao longo da História existiram exemplos de rapazes que também se dedicaram à profissão, como é o caso dos Tellaks do
Império Otomano. Eles surgiram com a popularização dos banhos turcos durante o século 15 e eram jovens garotos empregados para ajudar a banhar e massagear os frequentadores — e, às vezes, agradá-los sexualmente.
Os meninos eram bem pagos pelos seus serviços e podiam guardar todo o dinheiro que ganhavam. Como a sodomia era proibida na época, os tellaks encontravam formas alternativas de satisfazer os clientes, e muitos inclusive acabavam se envolvendo emocionalmente com os frequentadores dos banhos turcos.
Com a queda do Império Otomano, os jovens tellaks foram substituídos por atendentes adultos — e as atividades de cunho sexual desapareceram por completo. No entanto, até hoje o termo “hamam oglani” (ou algo como “menino do banho”) é usado pejorativamente na Turquia em referência aos homossexuais.

3 – As cortesãs da Itália renascentista

Durante o período renascentista, as cortesãs italianas desfrutaram de uma liberdade e de um estilo de
vida aos quais poucas mulheres da 
mesma época puderam aspirar. Ao contrário da maioria, que só tinha acesso à educação se fosse enviada a conventos pela família, as cortesãs podiam estudar livremente e ainda conseguiam conquistar o mesmo tipo de estabilidade e segurança que as mulheres casadas — enquanto exploravam a própria sexualidade.

Não é à toa que as cortesãs eram consideradas por muitos como as mulheres mais bem educadas de sua época, e sabe-se que, além de oferecer sexo, elas podiam discutir temas como diplomacia, poesia e filosofia com seus clientes e amantes. Aliás, algumas delas se tornaram tão influentes que chegaram a afetar a política ao compartilhar suas opiniões com homens poderosos.

4 – As Oiran do período Edo no Japão

As gueixas, ao contrário do que muita gente pensa, não eram prostitutas, mas sim mulheres treinadas especialmente para entreter o público masculino. Na verdade, não é segredo que algumas gueixas faziam sexo com seus clientes — e que diversas acabaram se tornando amantes e protegidas de figurões poderosos —, mas a função de agradar aos homens sexualmente era mesmo das Oiran.

As Oiran eram as prostitutas mais requintadas do período Edo — que se estendeu entre os séculos 17 e 19 —, quando a atividade ainda não era considerada ilegal no Japão. Essas mulheres eram respeitadas, geralmente se vestiam com uma elaborada vestimenta e se comunicavam de maneira extremamente formal; portanto, era comum que elas fossem chamadas para “agradar” aos homens da nobreza.

5 – As Ganika da Índia

Ao longo de sua História, a Índia reconheceu nove classes diferentes de prostitutas, que incluíam Kumbhadasi, Paricharika, Kulata, Sawirini, Nati, Shilpakarika, Prakashavinashta, Rupajiva e Ganika — sendo que as que pertenciam a esse último tipo estavam no topo da hierarquia da profissão.

Isso porque, enquanto muitas das mulheres que pertenciam às demais classes praticavam a prostituição por pertencerem a determinadas castas ou por serem forçadas pelos próprios maridos para conseguir uma renda extra, as Ganika precisavam dominar 64 modalidades diferentes de artes — como pintura, música, poesia e artes teatrais — antes de exercerem suas atividades sexuais.

Além disso, ao contrário de prostitutas de classes inferiores, que muitas vezes eram obrigadas a viver em bordéis, as Ganika podiam conquistar posições de destaque em cortes reais e residir em confortáveis casas — e até contar com serventes à sua disposição. Ademais, além de serem apreciadas por sua beleza, seus talentos e seu conhecimento refinado as tornavam respeitadas o suficiente para acompanhar seus amantes em festas e eventos públicos.


Se violência é epidemia, solução está na saúde?


Escócia tem a única força policial do mundo que adotou formalmente um modelo de saúde pública. Após 13 anos, homicídios em Glasgow caíram 60%

Reportagem original de Samira Shackle no Mosaic Science. Tradução e adaptação de Raquel Torres
Suas ideias sobre como lidar com esse problema começaram como um projeto nerd, nascido da obsessão por gráficos e tabelas que ele havia desenvolvido no exterior. Ele reuniu mapas e dados sobre a violência armada em Chicago e, ao fazê-lo, viu que os paralelos com os mapas de surtos de doenças aos quais ele estava acostumado eram inevitáveis. “As curvas epidêmicas são as mesmas, o agrupamento. De fato, um evento leva a outro, que é diagnóstico de um processo contagioso. A gripe causa mais gripe, os resfriados causam mais resfriados e a violência causa mais violência ”.



Alunos da FCRB criou este abaixo-assinado para pressionar Leticia Dornelles (Presidente)



CARTA ABERTA EM DEFESA DA FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA


Nós, alunos e ex-alunos do mestrado da Fundação Casa de Rui Barbosa, colaboradores, frequentadores e amigos da instituição, repudiamos veementemente qualquer tentativa de desmonte do Centro de Pesquisas e do Centro de Memória e Informação através da destituição de seus chefes de setores, que são hoje, além de dedicados pesquisadores, profissionais de referência em suas áreas.

As pesquisas realizadas na Casa de Rui Barbosa, que reverberam em diversos cursos, seminários, artigos, livros, ações ligadas ao museu e ao arquivo, na biblioteca, no próprio mestrado e em inúmeras atividades oferecidas gratuitamente à população, concretizam-se graças ao trabalho sério realizado pelos pesquisadores dessa instituição e, essencialmente, pelos chefes de pesquisas que foram arbitrariamente destituídos.

A exoneração desse corpo de profissionais demonstra que a atual presidente não está preocupada com a continuidade do trabalho sério voltado à população, deixando claro seu despreparo para assumir tal cargo de altíssima importância. Além disso, revela seu desprezo pela pesquisa científica e pela preservação e organização de documentos históricos. Esse posicionamento ameaça a integridade, a estabilidade e o desenvolvimento das atividades da Casa de Rui Barbosa e o seu acervo de conhecimentos construído ao longo de décadas.

O que estamos presenciando constitui ato grave de desrespeito à história da Casa de Rui Barbosa, assim como enfraquecimento significante no campo da cultura e da educação no Brasil. Não vamos nos calar nem permitir que destruam um patrimônio cultural como a Fundação Casa de Rui Barbosa.

Nós, como cidadãos, beneficiários e amigos da Casa de Rui Barbosa, exigimos o retorno imediato de Antônio Herculano Lopes ao cargo de diretor do Centro de Pesquisa e a recondução de Flora Sussekind, Charles Gomes, Joelle Rouchou e José Almino de Alencar às chefias dos seus respectivos setores para o desenvolvimento de suas atividades.


Filosofia


Retirar a disciplina da grade escolar sugere vê-la como inferior à Ciência. 

Tal discurso implica, paradoxalmente, reduzir Ciência a magia e religião


Você veio no meu país, você destruiu minha casa, veja as nossas crianças, você destruiu esperança. Não respeitar Jesus, não respeitar Maomé. Agora eu venho com ódio...




hoje



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m.í.o.p.e







Madredeus - a andorinha da primavera . não muito distante . alma (letra)




11 de jan. de 2020

'A terra é o teu barco, não a tua morada' T.L.

coresterra.blog




"El crédito ha dejado de fluir libremente y ya no podemos
“comprar con dinero que no tenemos cosas que no necesitamos 
para impresionar a gente que no nos cae bien”,
Álex Rovira."


Durante décadas fomos incitados ao consumo, habilmente convencidos pelas artes publicitárias que aí residia a nossa felicidade.

Durante décadas deixámo-nos arrastar por um modo de vida cada vez mais alienante, apesar de cada vez mais conscientes de que esse modo de vida era ecologicamente insustentável. Agora, graças às trapalhadas da engenharia financeira, somos finalmente confrontados com uma realidade à qual não poderíamos fugir eternamente. 

Temos que aprender a viver com menos. Infelizmente para algumas pessoas essa adaptação está a ser cruelmente injusta. A não adaptação, a continuação da fuga para a frente, insistindo num modelo ecológico e socialmente insustentável, poderá ter consequências trágicas para todos. 

Viver com menos não significa necessariamente viver mal. Nem tão pouco voltar ao passado. Uma gestão adequada dos recursos existentes, uma clarificação das prioridades e das reais necessidades dos indivíduos e da sociedade, poderia proporcionar uma vida digna e confortável a todos. Provavelmente mais feliz. 

Poderia. Mas isso significa questionar todos os pressupostos atuais do modelo de desenvolvimento. Mais do que isso, dos objetivos de vida de cada um. Do conceito de felicidade. 


E terá que ser feito por todos. Estamos todos no mesmo barco. Partilhamos a mesma casa. A Terra pertence a todos, e estamos de tal forma interligados que não poderemos continuar a puxar o barco em direções opostas. Podemos estar perante uma destruição colectiva sem precedentes.


Seremos capazes?

5 de jan. de 2020

PRENDA

Ilustração: Vânia Medeiros
Eu era uma menina inquieta que sonhava
em ter os peitos grandes,
um homem belo para viver e amar,
um casal de filhos vibrantes
e um trabalho com que arar no mundo
qualquer tanto a mais de justiça.
O tempo meteu-me os peitos no colo
e disse, "toma, minha filha, é o que posso
te dar. O resto você vá inventando a ferro
e verso".

1


Um dia, um escorpião queria atravessar um rio. Porque é que queira atravessar o rio, ninguém sabe. Houve quem inventasse que era por curiosidade. As montanhas do outro lado pareciam-lhe imensamente mais interessantes que as planícies monótonas onde até então tinha arrastado a sua existência. As montanhas seriam um desafio. Um objetivo sem sentido, mas que seria um objetivo. E para quem não tem objetivos ou não reconheça imediatamente os que tem, qualquer objetivo parece bom. Mas há quem discorde. E tal discórdia não é inocente perante os factos que se seguem e que são do conhecimento geral, principalmente desde que a história foi contada num filme onde uma mulher foi nomeada para Óscar de melhor ator secundário. A história não é velha, mas é mais conhecida do que se fosse.

Há quem diga que o escorpião queria fugir de um incêndio. Portanto, e não tendo eu paciência para procurar mais razões que tenham levado a tão desmesurado desejo de ultrapassar um acidente geográfico, posso apenas
acrescentar que o escorpião podia, simplesmente, querer fazer o que fez a seguir. Mas não quero com isso chegar a qualquer conclusão sobre a natureza humana.

Querendo o escorpião atravessar o rio, pediu a uma rã que o ajudasse. A rã desconfiou, mas, pouco interessa qual o motivo, lá aceitou carregar com um bicho que, em princípio, jamais deixaria aproximar-se. O escorpião usou os seus dons de retórica ou aproveitou-se da inocência da rã. Na verdade, se tudo aconteceu por uma razão ou por outra é indiferente. Ou ambas as razões são uma só. Não interessa, por agora. As motivações pessoais contam pouco nesta história e, talvez tenha sido mesmo por isso que se tornou numa história que, mal tendo aparecido, logo pareceu que já existia há mais tempo, como aquelas músicas que, sendo ouvidas pela primeira vez, parecem já ter sido ouvidas noutro sítio.

Cada pessoa acredita saber a razão porque é que o escorpião queria atravessar o rio, da mesma maneira que acredita conhecer a razão que terá levado a rã a aceitar dar boleia, não a um estranho mas a um conhecido inimigo.

A verdade é que o escorpião, a meio do caminho, ferrou as costas da rã e deu cabo da vida aos dois. A rã envenenada, ele afogado. A rã ainda pergunta: mas porquê? E o escorpião diz que era a natureza dele.

E ficam as pessoas muito satisfeitas com a justificação. Gente má é má e pronto. O resto são histórias.
publicado por Manuel Anastácio às 07:11


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Mosaico, 
Biblioteca Demonstrativa,  
quadras 506/507, 
na W 3 Sul, 
Brasília.