Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

10 de mai. de 2020

Requiem para um sonho!


Há mais de mil anos que os europeus exploram a África. Primeiro foram os ikos, um povo grego que em muitas e variadas ocasiões devastou o delta do Nilo. Depois vieram os romanos que, com a sua avidez, conquistaram o Egipto por causa da abundância de trigo. A seguir e por outros motivos conquistaram a Líbia, ocuparam a Tunísia e a Argélia, fixando-se finalmente numa parte do que é hoje Marrocos. Tudo para, diziam eles, evitar o domínio do Mediterrâneo pelos Cartagineses, um povo fenício que se fixou onde é hoje Túnis. Este domínio e exploração só terminam quando os árabes diante da fraqueza e contradições do Império Bizantino, conquistam o que é hoje a Síria, o Líbano, a Jordânia, Israel, o Egipto e tudo o mais até Marrocos. Mais tarde chegaram à Península ibérica onde ficarão por mais de 700 anos. A conquista de Ceuta, pelos portugueses marca, porém, a reconquista da África pelos europeus, reconquista essa que se faz ao longo de toda a costa africana e chega até ao Golfo Pérsico. Tudo o que era riqueza, como o ouro e pedras preciosas abundantes em África, vai chegando à Europa. Mas a necessidade de mão de obra na América inicia o trágico período da Escravatura. Segundo Davidson, historiador do assunto, mais de 150 milhões de africanos foram arrancados da África e levados para as Américas.

Com o início da industrialização da Europa exigem-se matérias-primas abundantes. A África é então objeto de novas explorações que já não se limitam à costa mas entram dentro, dando origem ao tratado de Berlim que acomodou os interesses da Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, deixando a Portugal Moçambique, Guiné e Angola. Desta vez, já não era a escravatura o principal interesse, até porque no mundo industrializado, um operário ficava mais barato, mais em conta, do que um escravo. Mas todas as outras riquezas, como o ouro, a prata os diamantes, as madeiras, os minérios como o cobre, os produtos agrícolas continuaram a fluir para a Europa. Por incrível que pareça em consequência são agora os europeus sob as mais diversas denominações e profissões que emigram para África.

No final da segunda guerra mundial, sob pressão dos EUA que também havia sido uma colónia inglesa, dá-se início à descolonização transformando-se as antigas colónias em novos países independentes. Só que os ex-colonizadores esqueceram-se de que a África foi divida a lápis e esquadro, separando povos e regiões que jamais se encontrariam num novo país. Também os líderes africanos foram escolhidos a dedo para que permitissem e favorecessem a exploração dos seus países. Os que se opuseram ou resistiram foram assassinados ou depostos. Todavia, as riquezas de que necessitava a Europa continuaram a fluir para cá. Depois criou-se a teoria de que a África e os africanos não só não se sabiam governar como também não tinham condições de se sustentar, esquecendo-se os teóricos de que a África é um continente que dispõem de recursos suficientes para proporcionar bem-estar ao triplo da sua população. Recursos que vão da água potável, ao petróleo, ao gás natural, às terras férteis, às madeiras, ao ouro, à platina, aos diamantes…

Como a exploração continua, a miséria se tornou endémica e instabilidade política é permanente, criou-se nos africanos a miragem da vinda para a Europa, onde todos são felizes, onde o bem – estar é geral e a riqueza um património comum. Por isso eles arriscam tudo para chegar a esse “El Dorado”, entregando-se a todo o tipo de traficantes para morrerem depois na sua maioria afogados no Mediterrâneo. E o que fazem os europeus? Reuniões e mais reuniões, mas nada de concreto para parar esse fluxo migratório.
Não sei, mas talvez chegue o dia em que os europeus entendam que a terra e as suas riquezas são um bem comum do qual todos os homens e mulheres têm o direito de usufruir.


Até o mês de janeiro de 2020, para incriminar os Ex-presidentes Lula e Dilma, esta direita que agora se mostra corrupta dizia que o Brasil estava quebrado. Novos corruptos apareceram e a máscara dos pilantras caiu. O brasil é um país rico. Somando todos os valores apurados provenientes de corrupção, e poderíamos ter apurado anos anteriores, assim ainda não seria o fim do Brasil como foi anunciado. O que vai quebrar o país, e todos sabemos, são estas disputas pelo poder entre direita e esquerda, que custam o olho da cara. Há, mais aí, para todos os corruptos, vale a pena. Nada se fala.



Um vídeo, sobre um tema que nos foi evitado, que vale ver:

Entrevista com o príncipe imperial Dom Bertrand | The Noite (22/09/17)

1.965.027 visualizações










9 de maio - Brasil passa de 10 mil mortes por coronavírus com 730 novos registros nas últimas 24 h


Bolsonaro, impedido de fazer churrasco no Alvorada, pega moto aquática e, como criança
 fujona, vai ao encontro de Bolsonaristas que preparavam um churrasquinho no meio do Lago Paranoá .

E daí!! 


https://twitter.com/i/status/1259231862498701313






Pergunta idiota

"Vivemos dentro de uma sociedade estranha. 
Sofremos demasiadamente, simplesmente para obtermos recursos e 
pagar para nascer, viver e  morre."

 - Gastamos o necessário para salvar o homem da miséria econômica, em projetos que dão o statos de:  "Pisamos na Lua!"


 - Gastamos o necessário para a formação de três jovens, em vaidades como a de possuir: "O Carro dos Sonhos!"

"Uma cultura milenar nos leva a optar pelo que nos destrói."


"O que, longe de nossos olhos, vai nos escravizando?"


7 de mai. de 2020

Se meter a bom entendedor tomando partido nesta briga suja que virou a política brasileira, não é uma boa. Informações falsas de todos os lados? Não se iluda, profissionais competentes são pagos para fazerem um trabalho sujo: Convencer você! Veja o corona vírus, é um bom exemplo: Sem você eles não prosperam. Não se meta, fique fora! Fique sim, de olho no seu bolso. Sua certeza é reflexo do seu bolso. Ai sim, chute o balde.





A palavra de pesquisa foi veit.


Encontrei Veit Stoss. Escultor do estilo gótico tardio da Alemanha. 
Aí, encontrei o detalhe (foto) a baixo - lindo detalhe com uma descrição
 - Pensei usar Gadget/abertura do blog. Fui pesquisar, mas não
 encontre outra informação sobre o detalhe (*não sei se é do retábulo citado), 
mas encontrei muito sobre a Basílica de Santa Maria, Cracóvia, Polônia. 
Sobre a construção das torres, não resisti e trouxe para o blog. 


*Veit Stoss, o maior retábulo de madeira gótico



Renovação do altar de Veit Stoss em Cracóvia, Polônia em 31 de maio de 2017. O retábulo de Veit Stoss é o maior retábulo de madeira gótico do mundo e um tesouro nacional da Polônia localizado na Basílica de Santa Maria, Cracóvia. O retábulo foi esculpido entre 1477 e 1484 pelo escultor alemão Veit Stoss (conhecido em polonês como Wit Stwosz). (Foto por Beata Zawrzel / NurPhoto via Getty Images)



CATEDRAIS CATÓLICAS: a Basílica de Santa Maria de Cracóvia, Polônia

motivações da diferente estrutura das duas torres.
 
A tradição fornece as motivações da diferente estrutura das duas torres. Narra-se que a construção delas foi deixada ao cargo de dois irmãos, cada um erigiria uma. Os irmãos eram célebres arquitetos e verdadeiros mestres na profissão. Logo, porém, surgiu uma rivalidade entre eles, e cada um tentou construir uma torre mais alta do que o outro. O irmão mais novo foi vencido e, cegado pela inveja, golpeou de morte o irmão mais velho e, para esconder seu crime, jogou o corpo no rio Vístula, que banha a cidade. Após o desaparecimento do arquiteto, a construção da Torre Norte (ou do Sino) ficou interrompida. A cidade decidiu interromper os trabalhos, e a torre inconclusa foi recoberta com uma espécie de elmo e ficou menor. O arcebispo fixou a data da consagração da igreja. Tomado pelo remorso, no mesmo dia em que o arcebispo consagrou a igreja restaurada, o irmão assassino confessou seu pecado a Deus e a todos os fiéis e se jogou desde o alto da torre feita pelo irmão, segundo uns; segundo outros, ele se suicidou com o mesmo facão com que matou o irmão, fendendo o próprio coração. Em lembrança desse triste evento, o facão é guardado e exposto na entrada oriental do Palácio do Tecido (ou Pavilhão dos Panos), está preso sob um arco por um anel de ferro, para lembrar aos passantes todo o mal que o orgulho e a inveja podem causar. Segundo outra versão, o facão serve como advertência aos comerciantes, desde a Idade Média, sobre as penas em que eles podiam incorrer caso praticassem preços injustos ou adulterassem as mercadorias


Basílica de Santa Maria (em polonês Kościół Mariacki) surge no centro histórico (Stare Miasto, ou "cidade velha") de Cracóvia, na Polônia


















Sonho Impossivel (Live 1975) · Chico Buarque · Maria Bethânia



Quarentena Geral

Direto do 


O despudor não está num cabaré




Jota Rê-Mê


O Coronavírus veio
Pra tudo desmantelar
Inverter certos conceitos
E o mundo todo mudar
Pois você preste atenção
Na seguinte narração
Que eu agora vou contar.

Em tempos de se isolar
Da gente toda afastada
Do povo preso em casa
Sem sair nem na calçada
Veio lá de Caicó
No Sertão do Seridó
Uma notícia arretada.

Uma live foi mostrada
Domingo à noite passou
No canal do YouTube
Que muita gente acessou
Do Cabaré Sol & Lua
Mas não teve mulher nua
E todo mundo gostou.

O que a live mostrou
Foi muita educação
Respeito pelo cliente
Não teve baixo calão
Que as meninas de Lilia
Promoveram a alegria
Causando admiração.

Ainda teve a compaixão
De Lilia e suas guerreiras
Juntando mais que queria
Repartiu sem mais besteiras
Pois, pedaço do apurado
Foi prontamente doado
A um mosteiro de freiras.

As "moças" foram as primeiras
Nos dando grande lição
Mostrando a todo o Brasil
Que não é a profissão
Que mostra a caridade
Ou o tamanho da bondade
Presente num coração.

Lilia com a sua ação
Mostrou o real valor
Da bondade em sua gênese
E que o maior despudor
Não está num cabaré
Mas, se é nua a sua fé
Incapaz de ver o amor.

Pois, o pior pecador
Juntando os pecados seus
Se fizer a caridade
Amando os irmãos seus
Terá leve o coração
E receberá o perdão
Vindo da parte de Deus.

Por isso nos versos meus
Escritos sem pretensão
Bato palmas pra Lilia
Pelo seu bom coração
E para as suas meninas
Invoco bênçãos divinas
E de Deus a proteção.


Poeta popular


Live Solidária - Cabaré Sol e Lua


6 de mai. de 2020

Aton, o grande deus do sol


O faraó Ekhnaton e sua família adorando Aton


Na história das religiões e da filosofia, a luz é o símbolo da positividade, em  dois significados diferentes: a luz como princípio da vida e do conhecimento.
Na religião egípcia antiga , o sol é a fonte de luz. O faraó Ekhnaton  coloca os deuses tradicionais sob o de Aton (ou Ra ), o deus do sol.

O Grande Hino de Aton  sugere que Ekhnaton considera Aton como o único deus e criador do universo:



Quão múltiplo é o que você fez!
Eles estão escondidos do rosto (do homem).
Ó único deus, como quem não há outro!
Tu criaste o mundo de acordo com o teu desejo,
Enquanto tu estavas sozinho: Todos os homens, gado e animais selvagens,
O que quer que esteja na terra, andando sobre seus pés,
E o que está lá no alto, voando com suas asas.
[...]


Pesquisa Google: "ATEN" 

Thomas Jefferson.






Quando o governo teme o povo, 
há liberdade;

Quando o povo teme o governo, 
há tirania.




ao vivo

Moro na PF: Um rato ridículo

JOÃO BATISTA DE CASTRO JÚNIOR. PROFESSOR
 DO CURSO DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO 
ESTADO DA BAHIA, CAMPUS BRUMADO.


No dia 23 de junho de 2019, quando do vazamento das mensagens entre ele e procuradores pelo The Intercept, que devassou a urdidura ilegal e imoral para condenar Lula e atirá-lo ao calabouço, Moro soltou um tweet: “Um pouco de cultura. Do latim, direto de Horácio, ‘parturiunt montes, nascetur ridiculus mus’”. A expressão horaciana, livremente traduzível como “as montanhas estão em trabalho de parto, nascerá um rato ridículo”, é muito utilizada para significar algo parecido ao que Shakespeare pretendeu ao intitular sua famosa comédia “Much ado about nothing”, ou seja, “Muito barulho por nada”.

Particularmente, duvido que Moro tivesse lido essa expressão horaciana direto da literatura clássica, já que nunca foi capaz de lembrar nem de títulos mais conhecidos contemporaneamente. É mais provável que, naquele instante, a frase em latim, transmitida por alguém, lhe tenha caído nas graças por atuação preditiva do inconsciente acerca da assimetria entre o que excepcionalmente o julgaram ser e o que seria chamado no futuro a revelar sobre o que de fato sempre foi.

É que, em realidade, mesmo alçado ao estrelato pela mídia corporativa, Moro nunca efetivamente conseguiu desasnar-se de sua crassa ignorância jurídica e de sua péssima formação intelectual, que jamais permitiriam que ele fosse posto em comparação com o histórico e quase extinto bacharel beletrista, que manejava com mestria uma retórica rica de floreios e se agigantava na tribuna forense com oratória um tanto barroca à imitação do Padre Vieira, recheada do que se conhece como conceitos predicáveis.

Esse tipo, que cientistas sociais nativos desprezaram com o argumento de que serviam apenas à alienação pretendida pelo modo burguês de apropriação econômica, desapareceu para dar lugar à busca pelo estilo mais enxuto, mas mais cheio de técnica, por aqui pregado pelo jurista americano David Trubek ao tempo do MEC-USAID da Ditadura Militar.

Contudo, apesar dessa pedagogia ianque no âmbito de uma propaganda ideológica mais extensa, foi o fascínio com o germanismo jurídico que seduziu muito mais os novos candidatos brasileiros ao posto de juristas germanófonos, ainda que a teoria alemã do Direito esteja cheia daqueles misticismos estéreis incapazes de traduzir-se em correspondências socialmente empíricas ou mesmo em gestão eficiente de processos judiciais.

Bem, Moro não consegue ser enquadrado em nenhum desses modelos. Ele apenas ouvia ecos dessa nova cultura jurídica e se esforçava mal e mal para estar à altura dela. No fundo, sua aparente notabilidade intelectual foi promovida por uma mídia corporativamente mais interessada em destruir as fundações políticas do PT. Apesar disso tudo, quando abalou as estruturas do establishment político ao se divorciar de Bolsonaro, surgiu a expectativa de que finalmente pudesse se redimir de parte de suas barbaridades na Lava Jato, passando a ter finalmente alguma prestança forense.

Pessoalmente, nunca acreditei que Sérgio Moro conseguiria produzir um libelo acusatório contra Bolsonaro sem conseguir deixar de ser corréu. A chance de isso acontecer seria apenas se ele fosse tecnicamente preparado para bem angariar provas de mão única. Mas, sem habilidade com provas de qualquer espécie, acostumado, como juiz, a condenar sem se valer delas e sim somente de ficções indiciárias mal alinhavadas, foi à Polícia Federal depor sem saber como previamente montar um bom plano jurídico.

A PF, talvez até sem querer, terminou, com a demora do depoimento, produzindo um resultado similar aos da temida polícia política da extinta Alemanha Oriental, a STASI, que conseguia fazer aflorar a falsidade dos depoimentos obrigando o depoente a repeti-los várias vezes e até de trás pra frente. Parece que o inexplicável tempo de mais de 7 horas para uma narrativa ao fim e ao cabo tão lacônica tenha cumprido esse papel nas declarações do ex-Ministro da Justiça, que tropeça em contradições que só fazem ajudar a incriminá-lo.

A cada passo, em verdade, Moro trai sua conivência, a exemplo de quando nega adesão às interferências de Bolsonaro na PF mas não consegue explicar por que consentiu com a substituição de Ricardo Saad da Superintendência do Rio. Num primeiro momento diz que aceitou porque o próprio Saad queria sair por razões familiares. Linhas à frente – que podem significar horas depois –, afirma que ele e Valeixo concordaram somente “após muita resistência”. Ou bem uma coisa ou bem outra, em nome do princípio do terceiro excluído (tertium non datur).

Digno ainda de nota é quando tenta atirar somente seu ex-chefe às teias do crime e termina tropeçando nos fatos. Assim é que, depois de insinuar que Bolsonaro queria a todo custo ter acesso a relatórios de inteligência da PF, acaba por dizer, por duas vezes, que “o Presidente nunca lhe pediu isso”, até porque nem ele nem Valeixo “jamais violariam o sigilo de investigação”.

Na mesma linha é seu plano da montagem de um aparato probatório que possa lhe ajudar nos desdobramentos investigatórios que virão, quando então faz uma jogada no mínimo arriscada e que pode vir a ser reduzida a zero: afirma que o general Augusto Heleno, conhecido aliado de primeira hora de Bolsonaro, o apoiou na reclamação de que o Presidente queria relatórios de inteligência da PF. Porém, basta o macróbio Heleno sair-se com o velho ardil do “não me lembro” e esse ponto da acusação de Moro rui. 

Igualmente frágil é a informação de que começou a apagar mensagens depois da Vaza-Jato, sem explicar por que razão conservou algumas antigas que não parecem sustentar a suposta interferência política.

Sem muito esforço, percebe-se que o depoimento de Moro é um edifício de incoerências cimentadas aqui e ali pela vã tentativa de se desenvencilhar dos crimes. Esse talvez seja o mal do juiz acostumado ao excesso de confiança em seu próprio poder e que, como criticava Piero Calamandrei – notável jurista e jornalista italiano, que, diferentemente de Moro, se recusou corajosamente a servir ao Fascismo –, se habituou, sem prestar atenção aos detalhes das contradições, a fazer “de albo nigrum et de quadratum rotundum”, ou seja, “do preto branco e do quadrado redondo”.

Se um juiz em tese raramente é responsabilizável por isso, Moro parece ter esquecido que não mais enverga a toga. Seu depoimento agora, em realidade, pode ser categorizado como confissão por deixar à mostra as ligações ilícitas com Bolsonaro, até porque sempre foi seu avalista nos tempos em que era um “conge” feliz, a ponto de tentar manobras tortuosas, como no caso Marielle, em relação ao qual advogou, sem qualquer base constitucional, uma estranha e inexplicável federalização quando o porteiro começou a falar.

Nessa qualidade jurídica de confissão, portanto, Moro, pelo que disse à PF, não tem como se furtar à incidência da primeira parte do art. 395, do Código de Processo Civil, aplicável ao processo penal (art. 3º, do CPP): “Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável”.

A rigor, ele e seu ex-chefe teriam que ser responsabilizados. Mas, pela falsa expectativa e pela inconclusividade produzidas, é provável que Augusto Aras, bem a seu feitio acomodatício, ao fim inocente os dois e seja referendado pelo Supremo Tribunal, passando a figurar como o terceiro elemento na parição da trama fascista vigente neste País graças à ação de Moro e à omissão do STF durante a Lava-Jato.

Vitória da Conquista, Bahia, 5 de maio de 2.020, 21h30min.