Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

30 de nov. de 2020

Quem conta um conto, aumenta um ponto

 Cultura e sociedade


Esopo, La Fontaine e Monteiro Lobato sobre “A cigarra e a formiga”


A cigarra e a formiga 


  Esopo (versão Ruth Rocha)

A cigarra passou o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus grãos.

Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe desse o que comer.

A formiga então perguntou a ela:
— E o que é que você fez durante todo o verão?
— Durante o verão eu cantei — disse a cigarra.
E a formiga respondeu:— Muito bem, pois agora dance!

“MORAL DA HISTÓRIA: Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos a zombaria das formigas.”

– Esopo, em “Fábulas de Esopo”. [tradução Ruth Rocha]. São Paulo: Salamandra, 2010.


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La Fontaine  (versão Bocage*)


Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o Verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso Estio.

«Amiga, diz a cigarra,
Prometo, à fé d’animal,
Pagar-vos antes d’Agosto
Os juros e o principal.»

A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
«No Verão em que lidavas?»
À pedinte ela pergunta.

Responde a outra: «Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.»
«Oh! bravo!», torna a formiga.
– Cantavas? Pois dança agora!»

“LIÇÃO DE VIDA: Os que não pensam no dia de amanhã, pagam sempre um alto preço por sua imprevidência.”

– La Fontaine em “Fábulas de La Fontaine”. 
[tradução Bocage, Rio de Janeiro: Editora Brasil- América, 1985.

*Bocage
Manuel Maria de Barbosa l’Hedois du Bocage (Setúbal, 15 de Setembro de 1765 — Lisboa, 21 de Dezembro de 1805), Poeta português, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Árcade e pré-romântico, sonetista notável, um dos precursores da modernidade em seu país.


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– Monteiro Lobato

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.

Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.

A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.

Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.

Bateu – tique, tique, tique…

Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.

– Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.

– Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu…

A formiga olhou-a de alto a baixo.

– E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.

– Eu cantava, bem sabe…

– Ah! … exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?

– Isso mesmo, era eu…

– Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho.

Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.

A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

“Moral da História: Os artistas: poetas, pintores, músicos, são as cigarras da humanidade.”


– Monteiro Lobato, em “Fábulas”. São Paulo: Brasiliense, 1995.


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Sem barra – (versão poética de José Paulo Paes)

Enquanto a formiga
Carrega a comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta,
Canta o dia inteiro.

A formiga é só trabalho.
A cigarra é só cantiga.

Mas sem a cantiga
da cigarra
que distrai da fadiga,
seria uma barra
o trabalho da formiga.


– José Paulo Paes, em “Poemas para brincar”. São Paulo: Ática, 1989.


8 de nov. de 2020

 

Cuidado! Bolsonaro confunde tudo. Pátria amada ele entende como Pátria armada. Não é coraçãozinho, é bala, mano!


5 de nov. de 2020

Chapa Bolsonaro-Mourão: julgamento no TSE


BRASÍLIA — O ministro Luis Felipe Salomão liberou para julgamento do plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ação que pede a cassação da chapa presidencial Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. A data de julgamento ainda deverá ser agendada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso.

A ação de investigação judicial eleitoral (Aije), movida pela coligação Brasil Soberano (PDT/Avante), cujo candidato era Ciro Gomes (PDT), pediu a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por supostas irregularidades em disparos de mensagens em massa por meio do WhatsApps durante a campanha de 2018.

Corregedor-geral eleitoral, Salomão rejeitou o pedido do PDT/Avante para coleta de novas provas em uma das ações. Porém, na segunda Aije apresentada pela mesma coligação, Salomão considerou o processo concluído e pediu inclusão na pauta de julgamentos da corte eleitoral.

Bolsonaro e Mourão são alvos de quatro ações que apontam supostas irregularidades na contratação dos serviços de disparos em massa de mensagens. Essas ações apontam a possibilidade de que apoiadores dos então candidatos teriam contratado tais serviços para beneficiar a chapa.

As mensagens teriam sido usadas, inclusive, para atacar adversários do presidente com informações falsas, as conhecidas fakenews. Há ainda a suspeita do uso fraudulento de CPFs no disparo maciço de mensagens e da contratação de agências estrangeiras para este fim.

As quatro ações corriam conjuntamente, mas Salomão considerou mais adequado dar andamento às duas apresentadas pela coligação Brasil Soberano (PDT/Avante), uma vez que as outras duas ações protocoladas pela coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/PROS), cujo candidato à Presidência era


o petista Fernando Haddad, aguardam definição sobre compartilhamento de dados de inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal e apura ofensas a ministros daquela Corte.

Nas duas ações da coligação do candidato petista, a alegação é de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Elas dependem da liberação de informações do relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, e por ora não têm previsão de prosseguimento. Após perícia de material relativo ao inquérito no STF, Moraes deve decidir se algo tem relação com as Eleições de 2018 e, se tiver, mandará os dados ao TSE.



Fonte: yahoo

Curiosidades budeguísticas

 Conhecer o universo. Uma referência do tamanho da Terra em relação a outros corpos celestiais. 


20 de out. de 2020

Um presidente "B" no Brasil

 CHICO BUARQUE RECEBE O PRÊMIO CAMÕES DE LITERATURA MESMO QUE BOLSONARO NÃO ASSINE O DIPLOMA


A data não está definida. Sabe-se apenas que não será neste ano. Mas o local está. Será em Lisboa que Chico Buarque de Hollanda vai receber o Prêmio Camões de Literatura 2019 pelo conjunto de sua obra, tanto na música como no terreno das letras. A premiação, anual e considerada a mais importante da língua portuguesa em todo o mundo, contempla autores de Brasil, Portugal, Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Guiné-Bissau ou Timor Oriental, escolhidos por uma comissão julgadora composta por representantes do Brasil, Portugal e de países africanos que têm a língua portuguesa como oficial. Foi criada em 1988 com o objetivo de consagrar um autor que tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural de nossa língua comum.




Chico Buarque de Hollanda – Foto: Divulgação

Neste ano, participaram do júri: Antonio Carlos Hohlfeld e Antonio Cícero Correia Lima pelo Brasil; Manuel Frias Martins por Portugal; Nataniel Ngomane por Moçambique; e Ana Paula Tavares por Angola. Eles chegaram ao nome de Chico Buarque numa reunião realizada no dia 21 de maio, na sede da Fundação Biblioteca Nacional, na cidade do Rio de Janeiro.

Divulgação inesperada

A presente edição do prêmio ganha maior notoriedade mundial por algo que nada tem a ver com a produção literária do compositor e escritor brasileiro, de inquestionável qualidade.

Além dos 100 mil euros (cerca de 450 mil reais), Chico Buarque também receberá, na cerimônia, um diploma assinado pelos governos português e brasileiro, criadores da láurea. O dinheiro já está reservado. O governo português também já assinou o diploma, mas o brasileiro, não. Bolsonaro mostra-se disposto a não assiná-lo e faz chacota. Em recente fala, adiantou que teria até 31 de dezembro de 2026 para assinar (último dia de um hipotético segundo mandato).

Feita a declaração, diplomaticamente, o ministério da Cultura de Portugal emitiu nota lembrando que “a cerimônia de entrega acontece em 2020, em Portugal”. Por seu turno, Chico Buarque, manifesto opositor ao atual presidente do Brasil e seu modo de governar o país, declarou que, ao não assinar, Bolsonaro estaria dando a ele um segundo prêmio.

O fato é que, com isso, a premiação entra para a história de um modo inusitado e vergonhoso para o Brasil porque, com ou sem a assinatura de Bolsonaro, a cerimônia vai acontecer, garantem os portugueses.


Sexto romance de Chico chega às livrarias em novembro

Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 1944. Compositor, cantor e ficcionista, além das peças Roda Viva (1968), Calabar, escrita em parceria com Ruy Guerra (1973), Gota d’Água, com Paulo Pontes (1975), e Ópera do Malandro (1979), publicou a novela Fazenda Modelo (1974) e os romances Estorvo (1991), Benjamim (1995), Budapeste (2003), Leite Derramado (2009) e O Irmão Alemão (2014). Seu próximo livro – Essa Gente – chega no mercado nacional em 14 de novembro deste ano.


Um escritor decadente passa por um deserto criativo e emocional enquanto o Rio de Janeiro colapsa ao seu redor. Em seu sexto romance, Chico Buarque constrói uma engenhosa trama em cujas entrelinhas se revelam as contradições do Brasil de agora.

Ao menos por ora, STF mantém censura para divulgação no caso Flávio Bolsonaro




Proibir a divulgação de qualquer documento ou peça do processo contra o senador Flávio Bolsonaro relativos à investigação sobre o esquema de “rachadinhas” na Alerj, atendendo a um pedido da defesa do senador e filho de Jair Bolsonaro, foi a decisão da juíza Cristina Serra Feijo, 33ª Vara Cível do TJ-RJ. 

A divulgação causaria "dano" à imagem  de Flávio.

Mujica encerra vida politica


Mujica, senador e ex-presidente uruguaio renunciou à sua cadeira no Senado nesta terça-feira (20) e retirou-se da política ativa.

"Não tenho ódio a ninguém" 

Suas últimas palavras foram dirigidas aos jovens:

"Triunfar na vida não é ganhar. 
Triunfar na vida é se levantar e começar de novo
 cada vez que se cai". 


Geraldo Vandré

 


Maracanãzinho 68




19 de out. de 2020

Perenes


Rios perenes são aqueles em que há sempre água fluindo em seu leito, em contraste com os rios intermitentes, nos quais a água desaparece nos períodos de estiagem

A maioria dos rios é perene, e os temporários  
estão em zonas de clima árido e clima semiárido, como nos desertos do SaaraAustraliano ou no sertão nordestino do Brasil.

wikipedia


PRINT SUMMIT 2020: UM EVENTO GRÁTIS E DE ALTO NÍVEL PARA QUEM BUSCA OPORTUNIDADES COM A FOTO NO PAPEL

Evento digital será de 26 a 30 de outubro e é indicado para quem busca tendências e novos caminhos para ganhar dinheiro com foto no papel. Primeira iniciativa online desse tipo no Brasil com pauta completa sobre diversos temas







O primeiro Print Summit 2020 é um evento online com foco em oportunidades com impressão para empreendedores, lojas de foto e negócios de fotografia. O grande olhar dessa iniciativa é mostrar as possibilidades e transformações desse mercado de impressão de fotos. Um segmento que se transformou muito nos últimos anos e que caminha cada vez mais para soluções online e novos formatos e comportamentos de compra. (Leia mais: agenda/print-summit-2020/)

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A GENIALIDADE DE NOEL ROSA NO RÁDIO E EM LIVRO


O programa Olhar Brasileiro, transmitido pela Rádio USP (93,7 MHz) sempre aos domingos, às 10 horas, fez uma série com quatro episódios sobre a vida e a obra do sambista carioca Noel Rosa (1910-1937), um dos maiores gênios da história da música popular brasileira. A série busca mostrar a “polivalência em vários aspectos” de Noel Rosa, que viveu apenas 26 anos, mas deixou como legado cerca de 250 composições, a maioria delas “de uma originalidade sem precedentes”, como afirma, na abertura do primeiro programa da série, o produtor e apresentador do Olhar Brasileiro, o pesquisador musical Omar Jubran.

Jubran destaca que Noel Rosa fez composições em vários gêneros, desde a toada, o samba e o samba-canção até a rumba. “Ele utilizou a linguagem e a gíria como poucos modernistas fizeram”, disse o pesquisador. “Em suas músicas, ele colocou humor, nonsense, absurdo e crítica social e foi repórter cronista digno dos mais hábeis jornalistas contemporâneos.”

Ouça nos links abaixo o primeiro programa da série sobre Noel Rosa produzida e apresentada por Omar Jubran no programa Olhar Brasileiro, transmitido no dia 8 de março de 2020 pela Rádio USP.


Outro excelente trabalho sobre a vida e a obra do sambista carioca é o livro 
que sugerimos como leitura.

Fonte /mardelivros.com/