Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

18 de abr. de 2021

"O mal não tem miolo"


(Guimarães Rosa)

Vinicius de Moraes — A última entrevista



Alguns meses antes de morrer, em 9 de julho de 1980, Vinicius de Moraes conversou longamente no Rio de Janeiro com o jornalista Narceu de Almeida Filho. O poeta falou sobre livros, escritores, música, mulheres e muitas outras histórias. Vale a pena conferir.


E os baianos, Caetano e Gil?


 Os baianos já são outro esquema, um negócio mais próximo da geração dos Beatles. Eles quiseram misturar esse troço todo, fizeram o tropicalismo, rock e samba. Acho que os dois são compositores muito bons. Talvez eu goste mais das coisas iniciais deles, embora ache que até hoje continuam a fazer bons trabalhos.


E o Chico Buarque?


 O Chico eu acho fora de série, realmente. Esse tem aquela estrela, um talento que não pode ter mais tamanho. E o Chico é bom de letra, é bom de música, sabe cantar. Tem tudo, o cara. São uns poucos casos isolados que existem na música brasileira — um Noel, um Caymmi, um Chico, que se distinguem muito.


O que você acha desse debate que tem havido atualmente nos meios artísticos brasileiros, com a cobrança de definições políticas por parte de artistas pelas chamadas patrulhas ideológicas?


 São pequenas desavenças ideológicas para as quais eu não dou a menor importância. Acho uma burrice o artista ser engajado politicamente e fazer uma música ruim — isso não tem o menor valor. O que adianta você ser o maior comuna e fazer sambas ruins? Aí eu acho que seria preferível ser alienado e fazer música boa. Acho que o engajamento político o cara só deve ter quando aquilo é tão importante para ele que passa a ser sua própria razão de existir, ele não pode viver fora daquilo. É um compromisso que assume consigo mesmo e com a sociedade, e ponto. Eu tenho um envolvimento político bastante grande, mas nunca o expressei em minha poesia, exceto quando surgiu como uma coisa válida, como em “Operário em construção”, “Os barões da terra” e “Mensagem à poesia”. Mas são bons poemas. Eu fiz também muita coisa política que era uma merda e joguei fora.


Como foi seu encontro com Deus e depois seu desencontro, seu desencanto?


 Bom, o encontro foi normal: família católica, colégio de padres, aquele negócio de confessar aos domingos, de comungar. Mas acho que a vocação para o pecado era maior. As confissões eram sempre as mesmas: “Bati três esta semana, bati quatro”. Os castigos também eram os mesmos, de modo que aquilo acabou me cansando, me aporrinhando. Mas eu me meti a católico porque toda aquela fase de direita era muito ligada ao problema de Deus, principalmente por causa da influência do Otávio de Faria. Ele era aquele cristão dramático, lia muito Pascal, Claudel, os filósofos sofredores, me deu os primeiros livros para ler. Até hoje eu tenho uma grande admiração e estima por ele, embora as divergências ocorridas fossem graves demais para permitir que mantivéssemos um relacionamento estável. Mas gosto muito dele, quero um grande bem a ele. Depois a vida foi em frente, me liguei muito ao Bandeira, Dru­mmond, Pedro Nava e outros, que tinham uma consciência cristã, mas não levavam aquilo como um cartaz na testa. Alguns eram francamente agnósticos. De toda essa mistura nasceu um desencanto, um desinteresse que acabou sendo total. Eu não acreditava mais.


Hoje você não tem mais qualquer preocupação com o problema de Deus ou de religião?


 Num plano assim de vida, não. Restou talvez certa religiosidade, própria de meu temperamento. Por exemplo, eu me interesso por candomblé, certas superstições. Isso é sinal de que tem algum fogo na cinza. Mas aqui, na cuca, não tenho mais grandes indagações. Ao mesmo tempo, me recuso a elas um pouco. Não me interesso mais por coisas que não sei explicar.



https://blognoticiasdapauliceia

Banhos de mar


CLARICE LISPECTOR - por Maria Bethânia



 

14 de abr. de 2021

Ação de improbidade administrativa contra o General

 

O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas ajuizou, nesta quarta-feira (14), ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, por omissão no combate à pandemia entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, quando o Amazonas registrou colapso de oxigênio nas unidades de saúde e aumento de mortes por covid-19.

Entre 14 e 15 de janeiro, falta de oxigênio nos hospitais de Manaus levou a cidade de Manaus a um cenário de caos. Com recordes nos casos de Covid, a capital precisou enviar pacientes que dependiam do insumo para outros estados.


Brasil - covid-19 - 3.462 mortes nas últimas 24 horas.

27 de mar. de 2021

Justiça!!!!!

 

Brasil tem 
novo recorde 
3.600 mortes por 
Covid em 24 horas


Triplica mortalidade de
pessoas até 45 anos nas
UTIs brasileiras




Justiça condena Bolsonaro a
indenizar repórter da Folha
por danos morais






................

Alto ritmo de contágio, recordes nas mortes diárias, sistemas de saúde colapsando e lenta vacinação dão perspectiva pessimista diante da triste marca. Governadores e prefeitos anunciam medidas mais duras de restrição, mas falta direcionamento nacional para mudar números.















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24 de mar. de 2021

“Suspeição de Moro é também a suspeição da imprensa”, diz Jessé Souza

Segundo o sociólogo, 

Folha de S. Paulo, Rede Globo, Uol, Estado de S. Paulo, Bandeirantes, Record e outros veículos da mídia corporativa "estão suspeitos moralmente" após o STF declarar que Moro agiu com parcialidade contra Lula.




- Após o ex-juiz Sergio Moro ter sido declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o sociólogo Jessé Souza afirmou à TV 247 nesta quarta-feira (24) que todos os veículos da grande imprensa que compraram a narrativa da Lava Jato foram também declarados suspeitos "moralmente".

Para ele, este é o motivo para a Folha de S. Paulo, por exemplo, dias atrás, ter publicado uma pesquisa Datafolha tendenciosa tentando abrir caminho para um novo golpe para retirar o ex-presidente Lula das próximas eleições presidenciais.

"Essa imprensa está sendo julgada. Muitos que dirigem têm um mau-caratismo, estão enganando o público e sabem que estão enganando. Esses caras não são burros. Eles sabem que esse julgamento da suspeição de Moro não está ligado só à pessoa de Moro, é um julgamento da suspeição da grande imprensa brasileira como um todo, obviamente. Então a Folha de S. Paulo está sendo julgada, a Rede Globo idem, o Uol, Estado de S. Paulo, Bandeirantes, Record... Todas esses órgãos foram declarados suspeitos. Isto é extremamente importante. Eles estão suspeitos moralmente. Para o público, eles têm o dever, como o juiz, de ser imparcial. A imprensa tem o dever de ser imparcial, isso é constitucional e moral. Todas as pessoas esperam isso do órgão de imprensa", afirmou Jessé Souza.


27,8 milhões de doses da Coronavac entregues à Saúde

Butantan totaliza 27,8 milhões de doses da Coronavac 



Com a liberação de mais 2,2 milhões de doses da vacina Coronavac do Instituto Butantan entregues nesta quarta-feira (24) ao Ministério da Saúde, o governo do Estado de São Paulo já entregou 27,8 milhões de doses do imunizante contra a covid-19 para o Programa Nacional de Imunização (PNI).

 “O volume de vacinas já distribuído é quatro vezes mais vacinas do que a Espanha aplicou e o dobro de vacinas que a Alemanha aplicou. Hoje o Butantan é um orgulho para o Brasil.

 https://istoe.com

Grupo de empresários tomou vacina escondido

Revista Piauí publicada na quinta afirma que um grupo de políticos e empresários, além de seus familiares, tomou a primeira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19. A revista diz que eles teriam comprado sem repassar ao SUS. (duas doses R$ 600).

O grupo é formado principalmente por pessoas ligadas ao setor de transporte de Minas Gerais. Ainda de acordo com a reportagem, pessoas que foram vacinadas afirmaram que os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da viação Saritur, organizaram a imunização do grupo. Uma garagem de uma empresa do grupo foi improvisada como posto de vacinação.

9 de mar. de 2021

Caipira!

Depois de provar uma suculenta picanha, coisa boa, estamos de volta com a criação de galinhas em terreiros. Tem que ser caipira! Com inflação em alta, ovo ganha status de prato principal. O que não é ruim! Mas 'aqueles  emergentes’ piram.



5 de mar. de 2021

Ministro envia à Câmara queixa-crime de Dino contra Bolsonaro por calúnia

Do UOL, em São Paulo 04/03/2021 22h24A

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu enviar à Câmara dos Deputados uma queixa-crime apresentada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Dino acusa Bolsonaro de calúnia por dizer que o governador negou um pedido para que a Polícia Militar fizesse a segurança do presidente durante visita ao estado, no ano passado.

A declaração de Bolsonaro foi feita em 21 de outubro, em entrevista à rádio Jovem Pan. Na ocasião, o presidente disse ter desistido de uma viagem que faria à cidade de Balsas para participar de um suposto suposto evento evangélico porque o governo do Maranhão "resolveu não ceder a Polícia Militar para fazer a segurança mais aberta"

No mesmo dia, Dino negou a acusação, que chamou de "fantasiosa versão". "Alguns irresponsáveis estão mentindo à população de Balsas sobre o cancelamento de uma suposta visita de Bolsonaro à cidade. Não houve nenhuma negativa de segurança a ele", escreveu o governador em uma rede social

Flávio Dino

Alguns irresponsáveis estão mentindo à população de Balsas sobre o cancelamento de uma suposta visita de Bolsonaro à cidade. Não houve nenhuma negativa de segurança a ele. Gostaria que mostrassem o documento que provaria a fantasiosa versão.



Na ação protocolada no STF, Dino alegou não ter recebido os ofícios, nem negado qualquer pedido do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) por maior efetivo de segurança durante a visita a Balsas. O governador também mencionou uma nota divulgada pela Aliança de Pastores Evangélicos da cidade (APEB), que revela a inexistência do evento de que Bolsonaro participaria.

Segundo a Constituição, cabe à Câmara autorizar a instauração de um processo contra o presidente da República, como lembrou Marco Aurélio em sua decisão. Se dois terços dos deputados votarem favoráveis ao prosseguimento do caso e a queixa-crime foi recebida pelo STF, Bolsonaro será afastado de suas funções.

"O juízo político de admissibilidade, por dois terços da Câmara dos Deputados, considerada acusação contra o presidente da República, precede ao técnico-jurídico, pelo Supremo, concernente ao recebimento da queixa-crime. Somente após autorização da Câmara dos Deputados é adequado dar sequência à persecução penal no âmbito do Tribunal", escreveu o ministro.