Sinto cheiro de vida. Morrem as pessoas e
ficam as paredes, e podem contar como estas pessoas viveram, o que faziam e como
se organizavam. Não podemos ressuscitar nossos mortos, mas podemos “conhecer os
acertos e erros cometidos no passado”, e errar menos no presente. Presente
este, uma realidade ainda bastante lamentável.
1 de fev. de 2015
Sei que ainda sou uma garotinha
Estreia, em circuito nacional o
documentário Cássia, do diretor Paulo Henrique Fontenelle o
mesmo que fez filme “Loki” sobre o fundador dos Mutantes, o
guitarrista Arnaldo Baptista. Após a exibição no Festival de Cinema
do Rio, o ano passado, onde Cássia provocou risos e lágrimas em
sessões esgotadas, o grande público agora terá a oportunidade conhecer ou rever
situações não apenas do lado amalucado de um sapatão que berra e cospe no chão,
mas o seu lado doce de uma mulher sensível, mãe, companheira, irmã.
Para isto, o diretor contou com a
cumplicidade de sua companheira por 14 anos, Eugênia Martins, que abriu seus
arquivos pessoais e seu coração para falar de Cássia Eller, confiando no
tratamento honesto que seria dado a figura maravilhosa de uma cantora original
e única. Nada foi escondido, como o sensacionalismo da imprensa quanto a sua
possível morte vítima de drogas, o que nunca foi comprovado. Fato que tanto
incomoda a sua família e que é uma incógnita para o próprio Paulo
Fontenelle que teve acesso a informações nunca disponíveis ao
público.
A imagem de Cássia sempre
despertará admiração de muitos, principalmente pela precocidade de sua morte e
pelo caráter transgressor de sua carreira diante da caretice
institucionalizada. É esperar pra ver. por Bazo Borges
16 de jan. de 2015
'Se xingar minha mãe, espere um soco', diz Papa sobre ataque em Paris
Pontífice disse que não se pode "provocar ou
insultar" a religião dos outros.
O Papa Francisco defendeu o direito de
expressão, mas disse ser errado provocar os outros ao insultar a religião
alheia. Veja o vídeo.
Os comentários do pontíficie foram
feitos após o ataque à revista satírica Charlie Hebdo em Paris na semana
passada.
Para ilustrar seu ponto, Francisco
disse a jornalistas no avião papal que seu assistente poderia esperar um soco
se ele xingar sua mãe.
"É normal. Você não pode provocar,
não pode insultar a religião dos outros", disse ele.
14 de jan. de 2015
PILHÉRIA - uma carta ao amigo
Meu
caro.
O selo inglês é só passar a língua nele e logo gruda. Aliás, a única coisa que funciona mal aqui em Londres, pelo que vi, são os relógios públicos: cada um marca uma hora diferente, e tem até os que não marcam hora nenhuma. A proverbial pontualidade britânica é uma pilhéria: ou então cada um é pontual, mas dentro do seu próprio horário, e todos os horários são válidos. Meu pobre relógio brasileiro já ficou maluco.
O
londrino, tirante os teenagers, que não tem graça nenhuma, é em geral
engraçadíssimo. Apieda-se pelo fato de você não ter agasalho próprio para o
frio glacial que está fazendo. Perto dos franceses, são educadíssimos (o que
não é nenhuma vantagem), mas também ignoram a sua existência, a menos que você
se ponha a gritar no meio da rua Help! Help! – o que estou sempre fazendo. As
mulheres são bonitas, surpreendentemente bonitas, mas todas iguais; já os
homens não me agradam, e espero que eu lhes agrade ainda muito menos. Até os
cachorros fumam cachimbo e trazem o olhar perdido no horizonte; educadíssimos:
ainda não vi um cachorro sequer olhando para um poste.
Londres,
pode escrever, é a cidade mais limpa do mundo: até os lixeiros aqui são
impecavelmente limpos. Se você joga um pedaço de papel na rua, logo vem o
guarda e o admoesta num perfeito inglês de Oxford; depois vêm os repórteres de
tudo quanto é jornal e da televisão para entrevistá-lo e saber a que tribo
selvagem você pertence; e depois finalmente vem o exército da salvação e se põe
a entoar cânticos pela redenção de sua alma. Antes de sair de casa já cuspo 20
vezes seguida por medida de precaução – e se me acontece ficar com um pedaço de
papel na mão em plena rua, entro simplesmente na primeira agência do correio e
despacho-o para uma das ilhas Malvinas, com o selo da rainha e tudo. As casas,
aqui, de tão limpas parecem até feitas de porcelana: não sei se o mesmo
acontecerá no sonho ou nos bairros ainda mais pobres: suponho que não. A
verdade é que não existe a menor relação entre o mendigo londrino e um mendigo
digamos do Rio de Janeiro; o mendigo aí londrino passaria por lorde e seria
recebido com um five o’ clock tea pela academia brasileira de letras: muito
mais justo, aliás, do que muitos outros chás de que já tenho ouvido falar.
Comprar
cigarros em Londres é um drama: você tem que ir à Escócia. Tem casa de tudo
aqui perto do meu hotel, até de incenso indiano ou de figas da Guiné: só não
tem tabacaria. Parece que o puritanismo inglês se fixou todo no combate ao fumo
e ao tabagismo, e até já me explicaram algo parecido com isso; os poucos cigarros
que lhe vendem são todos fraquíssimos e é preciso você fumar o maço inteiro,
inclusive o próprio maço, para ter a leve sensação de que algum dia alguém
passou fumando por você. O que salvam os mendigos londrinos são os turistas,
sobretudo norte-americanos, que sempre jogam disfarçadamente uma guimba ou
outra no meio-fio, longe dos olhares inquisidores e cobiçosos do guarda na
esquina. Dizem que o fog londrino desapareceu de uns tempos pra cá, por motivos
meteorológicos e outros que ninguém sabe ainda explicar: a verdade verdadeira é
que o que desapareceu mesmo foi a fumaça dos cigarros e dos charutos, a minha
inclusive, para total desespero dos cancerologistas ingleses do pulmão.
O
londrino tem em média dois metros de altura, do que resultam sérios problemas
para quem, como eu, tem pouco mais da metade: isto porque as coisas aqui foram
feitas para ele e não para mim, evidentemente. Assim por exemplo, para apertar
o botão do elevador tenho que me colocar na ponta dos pés e depois de alguns
minutos pedir o auxílio de alguém por perto, alegando naturalmente que pertenço
à troupe de anões do circo. Os mictórios públicos batem exatamente na altura do
meu queixo e assim acabo urinando é mesmo no chão, onde pelo visto já andaram
urinando antes de mim outros brasileiros, ou pelo menos algum cearense. Uma
mulher londrina dá para dois homens brasileiros tranquilamente e ainda sobra um
pouquinho para o dia seguinte: mas nem por isso deixam de ser lindas, assim
como é lindo o Everest. Agora é que eu compreendo por que o inglês (a inglesa)
tem fama de ser uma criatura distante, quase inacessível.
O abraço do
O abraço do
Campos
de Carvalho
12 de jan. de 2015
Desejo de ser infeliz
“Mas eu não quero conforto. Quero
Deus, quero a poesia, quero o perigo autêntico, quero a liberdade, quero a
bondade. Quero o pecado.
Em suma – disse Mustafá Mond -, o
senhor reclama o direito de ser infeliz.
- Pois bem, seja – retrucou o
Selvagem em tom de desafio. – Eu reclamo o desejo de ser infeliz.”
Aldous Huxley, in Admirável
mundo novo
27 de dez. de 2014
24 de dez. de 2014
SONETO DE NATAL – Machado de Assis
Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, -
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, -
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
Escolheu o soneto… A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”
12 de dez. de 2014
Dedicação e "Medalha de Ouro"
Minha filha, com amigos, amigas, professores e parentes, na Missa de entrega do Certificado de Conclusão do Ensino Médio, "Escola Senador Antônio Carlos" - Dr. Sá Fortes.
Após a Missa, todos para a Escola, onde aconteceu a entrega dos Certificados.
Este o momento da grande surpresa, Iris foi
escolhida para receber a "Medalha de Ouro" por “Empenho e Aproveitamento”.
Iris e Professora Meire, Diretora da "EESAC" |
10 de dez. de 2014
A COMISSÃO DA VERDADE entregou à presidente, na manhã desta última quarta (10/12), o relatório final sobre as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, especialmente na ditadura militar, de 1964 a 1985. A divulgação ocorre na data em que se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
A presidente Dilma Rousseff se
emocionou e chorou nesta quarta-feira (10), durante a cerimônia de entrega do relatório final da Comissão
Nacional da Verdade, ao fazer referência aos brasileiros que
perderam parentes e amigos no combate à ditadura.
Ex-presa política, a presidente afirmou
em seu discurso que o documento elaborado ao longo de dois anos e sete meses (consulte a íntegra)
ajuda o Brasil a “se reconciliar consigo mesmo” após as duas décadas de regime
militar.
“Estou certa de que os trabalhos
produzidos pela comissão resultam do esforço pela procura da verdade, respeito
da verdade histórica e estímulo da reconciliação do país consigo mesmo, por
meio da verdade e do conhecimento”, declarou Dilma.
A presidente reeleita disse ainda que
ter acesso à verdade não “significa revanchismo”. “A verdade faz com que agora
tudo possa ser dito, explicado e sabido. A verdade significa a oportunidade de
fazer o encontro de nós mesmos com nossa história e do povo com a sua
história”, disse.
8 de dez. de 2014
Casa do Papai Noel 2014
A Casa do
Papai Noel é toda ornamentada pela Associação dos “Amigos do Pequeno Hospital
Santa Maria” e toda a arrecadação ( entrada e Lanchonete) será aplicada em vários setores do “Pequeno
Hospital Santa Maria”.
A
Casa do Papai Noel estará aberta para visitação até o próximo dia 02 de
Janeiro, sextas e sábados de 19:00h às 16:00h, e aos domingos a partir das 16:00h.
3 de dez. de 2014
OPÇÃO PARA O FIM DE SEMANA
![]() |
Locomotiva 66 (Primeiros dias de exposição em Antônio Carlos, 84) |
A tradicional Maria-Fumaça que circula
entre São João del-Rei e Tiradentes (Muito conhecida por todos os antônio-carlenses)
normalmente funciona com duas saídas diárias em cada estação às sextas-feiras,
sábados e domingos.
A Maria-Fumaça é uma das poucas
locomotivas a vapor no mundo que ainda rodam em bitola de 76 cm. No passeio de
12 quilômetros, a composição pode levar até 280 passageiros, foi inaugurada em
1881 por D. Pedro II.
As tarifas do passeio custam R$ 40
somente ida e R$ 56 para ida e volta. Mais informações sobre a Maria-Fumaça em
São João del-Rei/Tiradentes: tel. (32) 3371- 8485/www.trilhosdeminas.com
1 de dez. de 2014
Quem inventou que a imprensa há de ser imparcial?
![]() |
Neste quadro do holandês Jan
Lievens ( 1607-1674)
Pilatos num gesto de
"imparcialidade" lava as mãos. |
Cobra-se, e muito, a imparcialidade da Imprensa.
Gostaria eu de saber quem inventou o termo "imparcial" para o ofício da comunicação?
Até quando narramos a um amigo um simples acidente damos a nossa versão, a visão da nossa parte.
Imparcialidade. Um sofisma nascido talvez de alguma simulada mente que levou a mão a escrevê-lo, tornando-o ilusório axioma.
Na data de hoje nascia o primeiro jornal brasileiro : "Correio Braziliense", lançado em Londres pelo jornalista Hipólito da Costa que lá estava, exilado.
Exilado porque Hipólito defendia ideias liberais como a de uma monarquia constitucional e o fim da escravidão, dando ampla cobertura à Revolução Pernambucana de 1817 e aos acontecimentos de 1821 e de 1822 que conduziriam à Independência do Brasil.
Em um Brasil de 1808, ainda Reino Unido, não poderia pois tal fruto da prensa deixar de ser parcial na defesa da nossa independência e dos interesses econômicos e ideológicos aí em jogo.
Em contrapartida à influência do jornal a Coroa Portuguesa lançou em Londres um jornal "O Investigador Portuguêz em Londres". Ora pois, assim o tal "investigador portuguêz" já nascia parcializado a contrapor os valores do Reino.
O "Correio" continuou circulando de forma ininterrupta até a nossa Independência , em 1822, quando então deixou de existir, pois sua luta houvera conseguido seu objetivo.
Todos os jornais e periódicos lançados na Europa, do "Times" (em 1785) ao "Journal officiel de la République Française" , órgão governamental da Comuna de Paris (em 1871) , tinham seu lado, sua parte (parcial vem daí), seus ideais ( vem de "ideia") a defender, para isso eram criados. Não podiam, por origem do nascedouro, ser imparciais.
Na mesma data de hoje em 1902 era lançado em São Paulo o jornal anarquista "O Amigo do Povo". Ora, apregoando ser ele "amigo do povo" não haveria de ser um parcial porta-voz das elites.
Em 1911, também nesta mesma data de 01 de junho, era lançado em Santos "O Proletário" que pelo próprio nome de sua origem servia a uma classe, uma causa e a singulares opiniões, portanto não imparciais.
Nos dias de hoje até mesmo um "inocente" blog diário de uma colegial traz em si a sua parcialidade, pois será sempre a visão da sua autora sobre o mundo, sobre os fatos, sobre os gostos e os costumes.
Então não é de causar espanto a "parcialidade" de cada órgão de imprensa. Cada um foi criado exatamente para exprimir o interesse, pensamento e a visão de mundo de uma categoria, facção, ou segmento ideológico e econômico.
Deixemos pois de ingenuidade, ganhemos tempo, e vamos à frente com as nossas parcialidades, contrapondo-as a outras com as quais discordemos.
A mesma lógica que levou a Coroa Portuguesa a lançar o tal pasquim, com um título que na minha óptica parcializada pelo meu humor lembra-me mais uma piada que algo sério: "O Investigador Portuguêz".
Gostaria eu de saber quem inventou o termo "imparcial" para o ofício da comunicação?
Até quando narramos a um amigo um simples acidente damos a nossa versão, a visão da nossa parte.
Imparcialidade. Um sofisma nascido talvez de alguma simulada mente que levou a mão a escrevê-lo, tornando-o ilusório axioma.
Na data de hoje nascia o primeiro jornal brasileiro : "Correio Braziliense", lançado em Londres pelo jornalista Hipólito da Costa que lá estava, exilado.
Exilado porque Hipólito defendia ideias liberais como a de uma monarquia constitucional e o fim da escravidão, dando ampla cobertura à Revolução Pernambucana de 1817 e aos acontecimentos de 1821 e de 1822 que conduziriam à Independência do Brasil.
Em um Brasil de 1808, ainda Reino Unido, não poderia pois tal fruto da prensa deixar de ser parcial na defesa da nossa independência e dos interesses econômicos e ideológicos aí em jogo.
Em contrapartida à influência do jornal a Coroa Portuguesa lançou em Londres um jornal "O Investigador Portuguêz em Londres". Ora pois, assim o tal "investigador portuguêz" já nascia parcializado a contrapor os valores do Reino.
O "Correio" continuou circulando de forma ininterrupta até a nossa Independência , em 1822, quando então deixou de existir, pois sua luta houvera conseguido seu objetivo.
Todos os jornais e periódicos lançados na Europa, do "Times" (em 1785) ao "Journal officiel de la République Française" , órgão governamental da Comuna de Paris (em 1871) , tinham seu lado, sua parte (parcial vem daí), seus ideais ( vem de "ideia") a defender, para isso eram criados. Não podiam, por origem do nascedouro, ser imparciais.
Na mesma data de hoje em 1902 era lançado em São Paulo o jornal anarquista "O Amigo do Povo". Ora, apregoando ser ele "amigo do povo" não haveria de ser um parcial porta-voz das elites.
Em 1911, também nesta mesma data de 01 de junho, era lançado em Santos "O Proletário" que pelo próprio nome de sua origem servia a uma classe, uma causa e a singulares opiniões, portanto não imparciais.
Nos dias de hoje até mesmo um "inocente" blog diário de uma colegial traz em si a sua parcialidade, pois será sempre a visão da sua autora sobre o mundo, sobre os fatos, sobre os gostos e os costumes.
Então não é de causar espanto a "parcialidade" de cada órgão de imprensa. Cada um foi criado exatamente para exprimir o interesse, pensamento e a visão de mundo de uma categoria, facção, ou segmento ideológico e econômico.
Deixemos pois de ingenuidade, ganhemos tempo, e vamos à frente com as nossas parcialidades, contrapondo-as a outras com as quais discordemos.
A mesma lógica que levou a Coroa Portuguesa a lançar o tal pasquim, com um título que na minha óptica parcializada pelo meu humor lembra-me mais uma piada que algo sério: "O Investigador Portuguêz".
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