Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

22 de abr. de 2021

STF confirma que Moro é suspeito

 

‘Vossa Excelência

perdeu’



.

 


Tudo pelos lucros do Pré-sal

 


Escreveu no TIMES

 

Minha filha e eu estamos presos na tragédia do Brasil

Passamos nossos dias vigiando ambulâncias, enquanto a Covid-19 percorre o país.




Christina Hägerfors


SÃO PAULO, Brasil - Da varanda do meu apartamento vejo um estacionamento de ambulâncias. Há mais de um ano, minha filha de 2 anos e meio e eu acompanhamos - avidamente, ansiosamente - os movimentos das 10 ambulâncias estacionadas ali. Esse é o tipo de entretenimento que temos agora.

“Olha, outro está voltando!” diz ela, apontando para uma ambulância que para e apaga as luzes vermelhas e brancas. Não é exatamente uma análise rigorosa, eu sei, mas julgo a gravidade da pandemia olhando para este estacionamento. Desde o início do ano, cada vez menos ambulâncias ficam paradas. Agora, durante o dia, é comum ver apenas um ou dois veículos no estacionamento - e nunca por muito tempo. Espere um pouco e eles vão embora, com as sirenes tocando, para atender o chamado de alguém.

As estatísticas oficiais confirmam nossas observações. No estado de São Paulo, onde moro com 46 milhões de outras pessoas, a taxa de hospitalizações da Covid-19 mais que dobrou nas quatro semanas de 21 de fevereiro a 21 de março. No início de abril , uma média de 3.025 pessoas estavam sendo admitido diariamente em um hospital - um aumento de 58 por cento desde o início do mês anterior. Tento explicar para minha filha, de uma forma despreocupada, que essas ambulâncias estão transportando enfermos para o hospital, onde vão tomar um remédio com sabor de frutas e melhorar muito rapidamente.

Olhando para aquele desfile incessante de ambulâncias, tento não parecer desesperada. Tento esconder da minha voz que 543 pessoas morreram esperando por uma cama de hospital desde o final de fevereiro só em São Paulo, que em todo o país mais de 370 mil pessoas perderam a vida - e que o pior ainda está por vir . (Afinal, no hemisfério sul, o inverno está chegando.) Mas não posso esconder a impotência e a raiva que sinto, presa em um pequeno apartamento por sabe-se lá quanto mais tempo, vendo o desenrolar da tragédia.

Houve um intervalo glorioso, no entanto. No início de fevereiro, meu marido e eu matriculamos nossa filha em uma escola particular com muitas árvores e ar fresco. As salas de aula são espaçosas e arejadas, e muitas aulas são ministradas ao ar livre. Nunca a vi tão feliz. Seu desenvolvimento social e emocional disparou. Ela cantou aleatoriamente e conversou sobre seus novos amigos.

Mas, no início de março, ela testou positivo para o coronavírus. Ela tinha sintomas leves: febre baixa, coriza, tosse. Demos a ela 14 gotas de paracetamol, que ela não gosta, uma vez a cada seis horas, durante três dias. Ela obedeceu obedientemente. Seus colegas de classe e professores também entraram em um isolamento de 14 dias, embora ninguém mais tenha testado positivo. Ela se recuperou rapidamente; meu marido e eu testamos negativo. Não conseguimos rastrear a origem de sua doença, embora presumamos que deve ter sido alguém da escola. “Uma infecção imaculada!” meu marido brincou.

Quando nossa quarentena acabou, em meados de março, o governador de São Paulo havia declarado estado de emergência, fechando todas as escolas. O vírus estava se espalhando pelo país, ceifando um número recorde de vidas. Uma amiga minha que trabalha como enfermeira disse que agora era comum ver um engarrafamento de ambulâncias em frente a hospitais. Fora do nosso apartamento, o estacionamento estava movimentado.

Foi uma escalada totalmente previsível. Desde que o vírus chegou ao Brasil em março do ano passado, nunca tivemos um bloqueio adequado, regional ou nacionalmente. Enquanto governadores de estados e prefeitos de cidades tentaram instituir algumas restrições, o presidente Jair Bolsonaro defendeu consistentemente a livre circulação de pessoas - e, conseqüentemente, o vírus.

Os resultados não poderiam ser mais evidentes: há em média cerca de 3.000 mortes por dia , um número impressionante estimulado por uma nova variante mais contagiosa do coronavírus. Das mortes diárias de Covid-19 em todo o mundo, o Brasil atualmente é responsável por quase um terço. Em dezenas de estados , as UTIs estão 90% ou mais lotadas. A calamidade não começa a cobri-lo.

A implantação da vacinação, caótica a princípio, ainda é lenta. Meu pai de 72 anos finalmente recebeu sua segunda dose há 10 dias; minha mãe de 67 anos acabou de receber sua primeira injeção na semana passada. Apenas 4,5% da população está totalmente imunizada, em comparação com 25% nos Estados Unidos. Nosso sistema de saúde pública é capaz de fazer muito mais, mas simplesmente não temos vacinas suficientes . Nunca devemos esquecer que no ano passado o governo de Bolsonaro recusou uma oferta de 70 milhões de doses de vacina da Pfizer.

Muitos outros países estão começando a emergir da crise, enquanto o nosso mergulha cada vez mais fundo na catástrofe. Mas Bolsonaro - que tem desencorajado ativamente o distanciamento social, testes e vacinas - não dá a mínima. “Chega de reclamação e reclamação” , disse ele em março . "Por quanto tempo mais o choro vai continuar?"

Sem as vacinas ou vontade política para conter o vírus, não temos muitas opções restantes. Não podemos sair às ruas para protestar - pelo menos não sem um alto risco de infecção - e a próxima eleição é daqui a um ano e meio. Mais de 370.000 brasileiros morreram para sempre. Quanto ao resto de nós, continuamos a viver como prisioneiros em nossas próprias casas, vendo as ambulâncias passarem.


18 de abr. de 2021

Pfizer acredita que “provavelmente” será necessária uma terceira dose da vacina contra a covid-19

 


Executivo-chefe do laboratório diz que a injeção de reforço seria aplicada entre 6 e 12 meses depois da segunda. Governo brasileiro aguarda 15,5 milhões de doses do imunizante a partir deste mês



Operário da construção civil recebe a vacina da Pfizer
em Nova York.MARY ALTAFFER / AP


O executivo-chefe da Pfizer, Albert Bourla, deixou entrever a necessidade de uma terceira dose da vacina contra o coronavírus, em vez de duas. “Provavelmente será necessária em algum ponto entre 6 e 12 meses [depois da segunda dose]. E, a partir daí, haverá uma vacinação anual, mas tudo isto terá que ser confirmado”, afirmou o principal executivo do laboratório farmacêutico em uma conversa com a rede de farmácias CVS, gravada no começo de abril, mas exibida apenas nesta quinta-feira. Segundo Bourla, o cenário pode mudar dependendo da eficácia dos medicamentos contra novas variantes. Os cientistas temem que as novas mutações do coronavírus sejam resistentes às imunizações.

A vacina da Pfizer ―da qual o Governo brasileiro aguarda 15,5 milhões de doses a partir deste mês― tem eficácia de 92% para prevenir os casos mais graves de contágio pelo coronavírus, segundo um dos maiores estudos realizados até o momento, pela empresa de planos de saúde Clalit, a maior de Israel. A companhia vacinou metade de seus 1,2 milhão de segurados e constatou a eficácia da proteção entre esses 600.000 imunizados, em comparação com a outra metade não vacinada, que serviu como grupo de controle.

A Pfizer tinha anunciado que a imunidade tinha uma janela de seis meses depois da administração da segunda dose. A terceira injeção deveria vir no semestre que vem. O laboratório Moderna, que utiliza em sua vacina uma tecnologia similar à da Pfizer-BioNTech, também tem uma alta eficácia durante esse período, conforme publicou a revista The New England Journal of Medicine.

David Kessler, encarregado da gestão da pandemia no Governo de Joe Biden, também advertiu na quinta-feira que a população norte-americana deve se preparar para receber uma terceira dose da vacina. “Neste momento não sabemos tudo (...). Estamos estudando a duração da reação dos anticorpos”, afirmou o médico pediatra durante uma reunião com legisladores. No encontro, o funcionário fez um apelo a todos os norte-americanos para que continuem se vacinando. “Nada deve distraí-los do fato de que vocês precisam ser vacinados e que temos as doses suficientes”, afirmou Kessler, em referência à suspensão das injeções do imunizante do laboratório Janssen por seus possíveis vínculos com casos de trombose.

Os Estados Unidos também estão monitorando infecções em pessoas que completaram as duas doses da vacina, segundo Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). De 77 milhões de pessoas imunizadas nos Estados Unidos, 5.800 foram infectadas, das quais 396 tiveram que ser internadas e 74 morreram, disse Walensky em depoimento a uma subcomissão da Câmara de Representantes (deputados).

O executivo-chefe da Pfizer disse que a vacinação é uma ferramenta importante para enfrentar as variantes da covid-19 que já demonstraram ser mais contagiosas. O laboratório divulgou em um de seus estudos que seu medicamento é menos potente contra a mutação do vírus surgida na África do Sul, que já soma mais de 300 casos em 25 Estados norte-americanos. A empresa anunciou em 26 de fevereiro que estudaria a possibilidade de injetar uma terceira dose nas pessoas vacinadas para tentar reforçar a proteção contra estas variantes. Bourla disse na ocasião que com esta dose seria possível melhorar entre 10 e 20 vezes a reação dos anticorpos e salientou que essa vacina poderia chegar a ser tão comum como a imunização anual contra a gripe.

"O mal não tem miolo"


(Guimarães Rosa)

Vinicius de Moraes — A última entrevista



Alguns meses antes de morrer, em 9 de julho de 1980, Vinicius de Moraes conversou longamente no Rio de Janeiro com o jornalista Narceu de Almeida Filho. O poeta falou sobre livros, escritores, música, mulheres e muitas outras histórias. Vale a pena conferir.


E os baianos, Caetano e Gil?


 Os baianos já são outro esquema, um negócio mais próximo da geração dos Beatles. Eles quiseram misturar esse troço todo, fizeram o tropicalismo, rock e samba. Acho que os dois são compositores muito bons. Talvez eu goste mais das coisas iniciais deles, embora ache que até hoje continuam a fazer bons trabalhos.


E o Chico Buarque?


 O Chico eu acho fora de série, realmente. Esse tem aquela estrela, um talento que não pode ter mais tamanho. E o Chico é bom de letra, é bom de música, sabe cantar. Tem tudo, o cara. São uns poucos casos isolados que existem na música brasileira — um Noel, um Caymmi, um Chico, que se distinguem muito.


O que você acha desse debate que tem havido atualmente nos meios artísticos brasileiros, com a cobrança de definições políticas por parte de artistas pelas chamadas patrulhas ideológicas?


 São pequenas desavenças ideológicas para as quais eu não dou a menor importância. Acho uma burrice o artista ser engajado politicamente e fazer uma música ruim — isso não tem o menor valor. O que adianta você ser o maior comuna e fazer sambas ruins? Aí eu acho que seria preferível ser alienado e fazer música boa. Acho que o engajamento político o cara só deve ter quando aquilo é tão importante para ele que passa a ser sua própria razão de existir, ele não pode viver fora daquilo. É um compromisso que assume consigo mesmo e com a sociedade, e ponto. Eu tenho um envolvimento político bastante grande, mas nunca o expressei em minha poesia, exceto quando surgiu como uma coisa válida, como em “Operário em construção”, “Os barões da terra” e “Mensagem à poesia”. Mas são bons poemas. Eu fiz também muita coisa política que era uma merda e joguei fora.


Como foi seu encontro com Deus e depois seu desencontro, seu desencanto?


 Bom, o encontro foi normal: família católica, colégio de padres, aquele negócio de confessar aos domingos, de comungar. Mas acho que a vocação para o pecado era maior. As confissões eram sempre as mesmas: “Bati três esta semana, bati quatro”. Os castigos também eram os mesmos, de modo que aquilo acabou me cansando, me aporrinhando. Mas eu me meti a católico porque toda aquela fase de direita era muito ligada ao problema de Deus, principalmente por causa da influência do Otávio de Faria. Ele era aquele cristão dramático, lia muito Pascal, Claudel, os filósofos sofredores, me deu os primeiros livros para ler. Até hoje eu tenho uma grande admiração e estima por ele, embora as divergências ocorridas fossem graves demais para permitir que mantivéssemos um relacionamento estável. Mas gosto muito dele, quero um grande bem a ele. Depois a vida foi em frente, me liguei muito ao Bandeira, Dru­mmond, Pedro Nava e outros, que tinham uma consciência cristã, mas não levavam aquilo como um cartaz na testa. Alguns eram francamente agnósticos. De toda essa mistura nasceu um desencanto, um desinteresse que acabou sendo total. Eu não acreditava mais.


Hoje você não tem mais qualquer preocupação com o problema de Deus ou de religião?


 Num plano assim de vida, não. Restou talvez certa religiosidade, própria de meu temperamento. Por exemplo, eu me interesso por candomblé, certas superstições. Isso é sinal de que tem algum fogo na cinza. Mas aqui, na cuca, não tenho mais grandes indagações. Ao mesmo tempo, me recuso a elas um pouco. Não me interesso mais por coisas que não sei explicar.



https://blognoticiasdapauliceia

Banhos de mar


CLARICE LISPECTOR - por Maria Bethânia



 

14 de abr. de 2021

Ação de improbidade administrativa contra o General

 

O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas ajuizou, nesta quarta-feira (14), ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, por omissão no combate à pandemia entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, quando o Amazonas registrou colapso de oxigênio nas unidades de saúde e aumento de mortes por covid-19.

Entre 14 e 15 de janeiro, falta de oxigênio nos hospitais de Manaus levou a cidade de Manaus a um cenário de caos. Com recordes nos casos de Covid, a capital precisou enviar pacientes que dependiam do insumo para outros estados.


Brasil - covid-19 - 3.462 mortes nas últimas 24 horas.

27 de mar. de 2021

Justiça!!!!!

 

Brasil tem 
novo recorde 
3.600 mortes por 
Covid em 24 horas


Triplica mortalidade de
pessoas até 45 anos nas
UTIs brasileiras




Justiça condena Bolsonaro a
indenizar repórter da Folha
por danos morais






................

Alto ritmo de contágio, recordes nas mortes diárias, sistemas de saúde colapsando e lenta vacinação dão perspectiva pessimista diante da triste marca. Governadores e prefeitos anunciam medidas mais duras de restrição, mas falta direcionamento nacional para mudar números.















  • SALVAR ARTIGOS

    Recurso exclusivo para assinantes

    ASSINE ou FAÇA LOGIN

24 de mar. de 2021

“Suspeição de Moro é também a suspeição da imprensa”, diz Jessé Souza

Segundo o sociólogo, 

Folha de S. Paulo, Rede Globo, Uol, Estado de S. Paulo, Bandeirantes, Record e outros veículos da mídia corporativa "estão suspeitos moralmente" após o STF declarar que Moro agiu com parcialidade contra Lula.




- Após o ex-juiz Sergio Moro ter sido declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o sociólogo Jessé Souza afirmou à TV 247 nesta quarta-feira (24) que todos os veículos da grande imprensa que compraram a narrativa da Lava Jato foram também declarados suspeitos "moralmente".

Para ele, este é o motivo para a Folha de S. Paulo, por exemplo, dias atrás, ter publicado uma pesquisa Datafolha tendenciosa tentando abrir caminho para um novo golpe para retirar o ex-presidente Lula das próximas eleições presidenciais.

"Essa imprensa está sendo julgada. Muitos que dirigem têm um mau-caratismo, estão enganando o público e sabem que estão enganando. Esses caras não são burros. Eles sabem que esse julgamento da suspeição de Moro não está ligado só à pessoa de Moro, é um julgamento da suspeição da grande imprensa brasileira como um todo, obviamente. Então a Folha de S. Paulo está sendo julgada, a Rede Globo idem, o Uol, Estado de S. Paulo, Bandeirantes, Record... Todas esses órgãos foram declarados suspeitos. Isto é extremamente importante. Eles estão suspeitos moralmente. Para o público, eles têm o dever, como o juiz, de ser imparcial. A imprensa tem o dever de ser imparcial, isso é constitucional e moral. Todas as pessoas esperam isso do órgão de imprensa", afirmou Jessé Souza.


27,8 milhões de doses da Coronavac entregues à Saúde

Butantan totaliza 27,8 milhões de doses da Coronavac 



Com a liberação de mais 2,2 milhões de doses da vacina Coronavac do Instituto Butantan entregues nesta quarta-feira (24) ao Ministério da Saúde, o governo do Estado de São Paulo já entregou 27,8 milhões de doses do imunizante contra a covid-19 para o Programa Nacional de Imunização (PNI).

 “O volume de vacinas já distribuído é quatro vezes mais vacinas do que a Espanha aplicou e o dobro de vacinas que a Alemanha aplicou. Hoje o Butantan é um orgulho para o Brasil.

 https://istoe.com