Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

30 de mar. de 2023

 


Aconteceu nesta quarta-feira (29) o julgamento de Helio Garcia, no Tribuna do Júri da Comarca de Barbacena. O réu foi condenado a 13 anos de prisão, em regime fechado, podendo recorrer em liberdade.



19 de mar. de 2023

Simbolismo no Brasil

Tudo o que sabemos sobre os últimos dias de Cruz e Sousa, três deles em nossa terra, é que ele chegou na Estação de Sitio, em 17 de março de 1898, acompanhado de sua esposa, Gavita Rosa e, que não conseguindo se internar para o tratamento de sua tuberculose, com sua saúde bastante debilitada, faleceu no terceiro dia, 19/03/1898. Hoje completam 125 anos.  

Anjos caídos


Nephilim, anjos caídos


Publicado por Lifarnur


Quando eu estava no colégio, e passava tardes inteiras traduzindo versões do grego e do latim, xingando o "consecutio temporum" e os verbos em "mi", não pude deixar de dar asas à minha imaginação e como não havia internet ainda assim, vasculhei a biblioteca de minha casa em busca dos mitos gregos que tanto me faziam companhia naquelas longas tardes de estudo. Folheando aqui e ali parei um dia para ler sobre os Titãs, e folheando as anotações de uma antiga cristandade de minha mãe encontrei uma referência aos Nephilim . Obviamente me agarrei ao livro, negligenciando meus deveres e foi isso que encontrei.

Eles estão de acordo com a tradição bíblica de anjos caídos na terra e não são mais puros. Uma vez na terra eles teriam se unido aos homens e assim teriam dado origem a uma nova raça: a raça das cobras civilização dos Nefilim. Os gigantes e os heróis. Eles eram filhos de anjos caídos? Sim, basta pensar na mitologia clássica: o filho de um deus e de um homem é geralmente um ser extraordinário dotado de força sobre-humana (Héracles) ou imortal (Aquiles) ou de conhecimento superior ao homem (Prometeu era um titã); em suma, eram gigantes, ou seja, maiores que os homens onde, portanto, o termo gigante não significa homens de dimensões desproporcionais, mas homens com qualidades superiores às dos homens. Então, aqui estão os gigantes e heróis mencionados nessa passagem do Gênesis: "híbridos" nascidos da união de homens e Nefilim, a raça das cobras. Gigantes viviam na terra antes da vinda dos filhos de Deus, o fato é que não foi a única vez que os filhos de Deus se uniram com as "filhas dos homens". Desde a sua criação, o homem tem relações com os Nephilim. Esta raça não surgiu de surpresa na vida da nossa civilização, mas parece que sempre nos acompanhou. Mas antes de entrar nisso, vamos tentar dar uma descrição hipotética desses Nefilms.

A literatura judaica antiga atribui aos Vigilantes (Nefilim, Jedi, Annunaki, todos sinônimos da mesma civilização) traços somáticos específicos: são descritos como seres muito altos, de pele branca, cabelos brancos como lã, tez avermelhada, olhos e rostos penetrantes de cobra; Textos mesopotâmicos e outras histórias do Oriente Médio também parecem confirmar essa descrição, enriquecendo-a com outros detalhes como "raças de gigantes" e confirmando que as divindades, ancestrais da civilização, também eram "gigantes" em estatura. Pela descrição que os povos antigos nos fazem desses homens estranhos, podemos arriscar a hipótese de que não são seres desumanos. A descrição parece corresponder à de um ocidental, que em média é superior a um asiático ou do Oriente Médio (pensando no 11º milênio aC). É, portanto, uma civilização diferente daquelas que habitaram o crescente fértil, uma civilização da qual não há vestígios exceto nas histórias desses povos, senão nos mitos e lendas que contam sobre esses Nefilim. As características físicas foram acentuadas para destacar a importância desses homens.
O Livro de Enoch relata que os Anjos Caídos revelaram ao homem os segredos proibidos do Céu. Azazel "ensinou os homens a fazer espadas, facas, escudos e couraças, e deu a conhecer ao homem a arte da metalurgia". Outros Vigilantes são acusados ​​de terem treinado mortais em campos científicos, como astronomia e geografia, a arte de embelezar o corpo, até ensinado o homem a "fazer um aborto".

Penemu finalmente instruiu o homem sobre o uso de "tinta e papel". Portanto, mais do que uma raça vinda do céu, os Annunaki (como eram conhecidos entre os sumérios) parecem ser uma civilização evoluída que exporta seus conhecimentos para povos menos evoluídos, civilizando-os e criando assim uma relação de subordinação entre os dois povos. . Prometeu é um exemplo dessa relação que existia entre as duas civilizações diferentes movido pela compaixão pela condição primitiva das populações crescentes, ele decide revelar certos conhecimentos a alguns povos (representados pelo fogo, ) Foi então punido por seu povo. Alguns estudiosos, como Zecharia Sitchin, acreditam que a natureza dos Annunaki não é terrestre e que eles são alienígenas de um décimo planeta, que cai periodicamente entre Marte e Júpiter: Nibiru. Podemos definir os Nefilim, aquela civilização que civilizou os povos africanos e do crescente fértil (não só esses povos, os Annunaki chegaram para civilizar as civilizações pré-colombianas e os povos asiáticos), ensinando-lhes a arte do conhecimento. Osiris era um Nefilim, assim como Isis, Thoth e Set. Assim, os Annunaki foram os colonizadores que a Atlântida enviou ao mundo para civilizar aquela parte da humanidade que estava no alvorecer da civilização.

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17 de mar. de 2023

REVOGA!!!

 


Acesso universal à água potável


ONU: metade das vendas de água engarrafada cobriria acesso universal à água potável
Michel COMTE

Metade do dinheiro gasto em todo o mundo em água engarrafada, cujas vendas dispararam nas últimas décadas, seria suficiente para garantir o acesso universal à água potável – segundo um estudo da ONU publicado nesta quinta-feira (16).

Parar de consumir água engarrafada também reduziria efetivamente a poluição plástica, já que se estima que 85% das garrafas acabam em aterros sanitários, diz o relatório do Instituto da Água, Meio Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas em Hamilton, Canadá.

Mas as preferências do consumidor são influenciadas por equívocos sobre a segurança da água da torneira e da água engarrafada.


“A percepção é que a água engarrafada é a opção mais saudável”, disse à AFP o principal autor do estudo, Zeineb Bouhlel.

"Mas nós mostramos que isso não é necessariamente o caso, e as pessoas estão pagando muito mais pela água engarrafada, de 150 a 1.000 vezes mais do que por um litro de água da torneira", disse ele.

De acordo com o estudo, foram encontrados contaminantes em centenas de marcas de água engarrafada em mais de 40 países, muitas vezes excedendo os padrões locais, ou globais.

Na última década, as vendas mundiais de água engarrafada aumentaram 73%, chegando a quase US$ 270 bilhões e 350 bilhões de litros.

Cerca de 600 bilhões de garrafas plásticas são produzidas a cada ano, representando aproximadamente 25 milhões de toneladas de resíduos plásticos.

No Hemisfério Norte, os consumidores tendem a comprar água engarrafada, devido à sua portabilidade e à percepção de que é mais saudável e saborosa do que a água da torneira. Já no Hemisfério Sul, as vendas são, geralmente, impulsionadas pela falta de abastecimento público confiável de água.

- "Extração descontrolada" -

O relatório também alerta para a falta de regulamentação do setor de água engarrafada, destacando a incapacidade dos governos de acompanhar a expansão desse setor.

Isso trouxe riscos, como "a extração descontrolada de água subterrânea para o engarrafamento", algo que pode levar ao esgotamento, ou à escassez, de água subterrânea, acrescenta o documento.

Vladimir Smakhtin, coautor do estudo, alertou que 2 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável de qualidade.

A situação é pior na África subsaariana e, globalmente, é agravada pela contínua expansão dos mercados de água engarrafada, que, segundo ele, desviam a atenção e os recursos do desenvolvimento de sistemas públicos de água.

Algum progresso foi feito, porém, argumenta o estudo. Em 2020, 74% da população mundial tinha acesso à água potável, em comparação com 62% há duas décadas.

Mas "estamos muito longe" de atingir a meta da ONU de tornar a água potável universalmente disponível até 2030, frisou Smakhtin, acrescentando que "a tendência atual não é sustentável".

"Devemos tentar investir mais no abastecimento público de água para fornecer água estável e confiável às pessoas, em vez de água engarrafada", disse ele.

Os autores do relatório pedem ainda uma maior transparência e o estabelecimento de medidas legais que obriguem as empresas a divulgarem publicamente os volumes de água captados e avaliar as consequências de suas atividades no meio ambiente.

amc/des/ad/dg/aa

Fonte: https://br.noticias.yahoo.

18 de fev. de 2023

Fascismo no Brasil



SEU  DINHEIRO




Documentos mostram que custo para a fuga do Capitão Fascista Bolsonaro e equipe, pago pelo Governo Brasileiro já atingiu cerca de 

R$ 795.000,00.

 



NO   ESGOTO


Fonte: CGU


12 de fev. de 2023

Carlos Drummond de Andrade


Carlos Drummond de Andrade, 
1936, Portinari

Um homem e seu Carnaval.


Deus me abandonou
no meio da orgia
entre uma baiana e uma egípcia.
Estou perdido.
Sem olhos, sem boca
sem dimensões.
As fitas, as cores, os barulhos
passam por mim de raspão.
Pobre poesia.

O pandeiro bate
é dentro do peito
mas ninguém percebe.
Estou lívido, gago.
Eternas namoradas
riem para mim
demonstrando os corpos,
os dentes.
Impossível perdoá-las,
sequer esquecê-las.

Deus me abandonou
no meio do rio.
Estou me afogando
peixes sulfúreos
ondas de éter
curvas curvas curvas
bandeiras de préstitos
pneus silenciosos
grandes abraços largos espaços
eternamente.


Bactérias comumente encontradas nos intestinos de seres humanos e animais.


Peidos são gases produzidos dentro do tubo digestivo.




Um peido médio é feito de:



59% de Nitrogênio
21% de hidrogénio
9% de dióxido de carbono
7% de metano
4% de oxigénio
1% de sulfeto de hidrogénio,

Um peido é produzido principalmente por E.coli, que são bactérias comumente encontradas nos intestinos de seres humanos e animais. Existem diferentes tipos de E. coli. Estas bactérias não causam danos ao organismo e a função delas é somente fazerem as pessoas peidarem. A maioria dos peidos são inflamáveis, por causa do gás metano e hidrogênio que eles contêm. No momento do peido a temperatura média dele é de 37 graus Celsius. Uma pessoa em média peida 14 vezes ao dia.



Fonte: facebook/Desconhecidos.Fatos/

                           ................

                                                      rrr


5 de fev. de 2023

Segredos do Alvorada

 

  • AS PROVAS QUE LIGAM MICHELLE BOLSONARO AO CAIXA 2 DA PRESIDÊNCIA

  • EX-PRIMEIRA-DAMA É SUSPEITA DE SE BENEFICIAR DE “RACHADINHA”

  • AS CONFUSÕES QUE FIZERAM FILHOS DE BOLSONARO SEREM EXPULSOS DO PALÁCIO

  • O MISTERIOSO SUMIÇO DAS PICANHAS E DAS “MOEDAS DA SORTE” DA RESIDÊNCIA OFICIAL

  • FUNCIONÁRIOS DENUNCIAM ASSÉDIO E PERSEGUIÇÃO COM AVAL DOS BOLSONARO


    03/02/2023 17:15



  • As infiltrações no teto, os móveis terrivelmente deteriorados e o piso de jacarandá esburacado e sem manutenção são só a face aparente de uma fase do Palácio da Alvorada que, embora não tenha nada de áurea ou épica, a história não poderá jamais esquecer.

    Leia na íntegra:  

20 de jan. de 2023

twitter.com




https://twitter.com/i/status/1616194674800136192

 


Trump é condenado a pagar US$ 1 milhão para Hillary Clinton - Segundo juiz federal, processo em que o ex-presidente dos EUA acusou a democrata de extorsão era 'frívolo'

Leia  na íntegra: https://veja.abril.com.br/mundo/trump-e-condenado-a-pagar-us-1-milhao-para-hillary-clinton/


- Vice - > Por LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO - A serrote 29 (Tweet )

A serrote 29 apresenta uma seção especial em que 
seis intelectuais brasileiros refletem sobre figuras 
centrais da política nacional, o “Pequeno dicionário 
de grandes personagens da República”, com verbetes 
escritos por Renato Lessa (Candidato), Noemi Jaffe
 (Eleitora), Heloisa M. Starling (General), Mário 
Magalhães (Jornalista), Conrado Hübner Mendes 
(Juiz) e Luiz Felipe de Alencastro (Vice).

No verbete “Vice”, Luiz Felipe de Alencastro 
defende que “os cargos de vice devem ser extintos”.
 Para o historiador, o passado brasileiro mostra que
 “os vices falseiam os mandatos eleitorais e que a 
vice-presidência desestabiliza o Executivo e toda a 
política nacional”. Leia abaixo o verbete completo



A Constituição de 1988 instaurou um regime presidencialista que guardou uma característica política americana previamente adaptada ao Brasil, o cargo de vice-presidente, e introduziu uma regra eleitoral cuja matriz é francesa, a eleição em dois turnos. Nessa combinação franco-americana, o posto de vice-presidente no Brasil foi radicalmente alterado e se tornou disfuncional.

Nos Estados Unidos, com o bipartidarismo e a eleição em um só turno, as primárias estabelecem a complementaridade política entre o vice e o presidente na mesma chapa partidária. A prática política e eleitoral faz com que o presidente e o vice venham de estados diferentes. O vice assume a presidência do Senado quando há empate nos votos dos senadores, exercendo o voto de minerva para definir a decisão. Mas em geral a vice-presidência tem pouco peso. John N. Garner, vice nos dois primeiros mandatos de Roosevelt, marcou a história com a frase vulgar em que definiu a inutilidade do cargo: não vale uma mijadela morna (“The job is not worth a bucket of warm piss”).

De todo modo, o vice só assume a presidência nos casos radicais de impeachment, morte ou doença grave do presidente, nunca quando este viaja para o exterior. Trump, em visita à China ou ao Canadá, continua presidente em exercício. Nas últimas décadas, só houve três casos em que o vice assumiu, sendo acting president por algumas horas apenas, enquanto os presidentes estavam hospitalizados: Bush pai, durante uma operação de Reagan em 1985, e Cheney em 2002 e 2007, quando Bush filho fez exames de colonoscopia. No Brasil, o vice, com toda a sua pomposa inutilidade, assume o executivo federal cada vez que o presidente se ausenta do país.

O cargo de vice sempre causou problemas no Brasil. A Carta de 1946 pautava a eleição simultânea, mas separada, de um presidente e de um vice, criando um descompasso político-partidário. Em 1961, o descompasso se transformou em crise, com a renúncia de Jânio e o veto dos militares à posse do vice João Goulart, herdeiro do varguismo. Três anos depois, a crise deu início a duas décadas de ditadura.

Para evitar novos desastres, a Constituição de 1988 subordinou e restringiu as funções de vice. Em primeiro lugar, retirou-lhe a função de presidente do Senado com direito ao voto de minerva, que a Constituição de 1946 copiara da americana. Mais ainda, o parágrafo 1° do artigo 77 explicitou a de- pendência do vice ao presidente: “A eleição do presidente da República importará a do vice-presidente com ele registrado”. “Importar” significa, neste caso, “ter como consequência ou resultado”. Ou seja, o posto de vice é tributário da eleição presidencial. Ao seu turno, o artigo 79 definiu o vice como um eventual auxiliar do chefe do executivo: o “vice-presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais”. O vice é um auxiliar subordinado à presidência. Sua legitimidade é derivada da legitimidade originária conferida ao presidente pelo sufrágio universal. Com a introdução da votação em dois turnos, essa subordinação foi reiterada nas duas etapas da eleição.

Neste modelo franco-americano de presidencialismo, a vice-presidência funcionou a contento nos governos FHC e Lula, os quais escolheram vices discretos e republicanos. Com Temer, a vice-presidência gerou um desastre político. Ao inverso de seus predecessores, Temer complotou contra a presidente. Em dezembro de 2015, em plena manigância para derrubar Dilma, ele reclamou de ser tratado como um “vice-presidente decorativo”. Já na presidência, por duas vezes, em setembro de 2016 e em fevereiro de 2018, reiterou que havia sido apenas um “vice decorativo”, justificando assim a manobra que o levou do Jaburu ao Planalto. A insistência em desculpar sua artimanha política ilustra, na hipótese mais generosa, um desconhecimento da sua job description: nos termos da Constituição, o cargo que ele ocupou é mesmo “decorativo”.

Tal entendimento foi recentemente explicitado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em pleno naufrágio do governo Temer, numa entrevista publicada em 22 de abril de 2017 pelo jornal lisboeta Público, FHC sublinhou a legitimidade restrita do atual presidente. Respondendo a uma pergunta sobre a baixa taxa de popularidade de Temer, FHC disse: “Ele não foi eleito pelo voto popular, então perguntar a popularidade dele é uma inconsequência”. Embora FHC não tenha explicado mais em detalhe tal “inconsequência” – e a mídia brasileira não tenha repercutido nem comentado sua declaração –, a definição do ex-presidente é certeira: Temer não tira sua legitimidade do sufrágio direto, mas dos votos que Dilma recebeu e do programa que ela defendeu perante os eleitores.

Agindo contra o espírito e a letra da Constituição, Temer arvorou-se o direito de permanecer na vice-presidência depois que seu partido rompeu com o governo federal. Perpetrado o impeachment, ele demonstrou a nocividade do vice-presidencialismo: exorbitando os limites de seu mandato, afrontou a soberania popular ao implementar um programa de governo oposto ao escolhido pela maioria dos eleitores. No meu entender, essa dupla traição, configurada pela derrubada da presidente e, na sequência, pela introdução de reformas políticas e econômicas contrárias ao programa votado pelos eleitores em 2014, caracteriza o impeachment e seus desdobramentos como um golpe parlamentar.

Nas esferas municipais ou estaduais, o cargo de vice também contribui para burlar as regras democráticas. Em São Paulo, João Doria renovou a tramoia inaugurada por José Serra em 2006, saindo da prefeitura para concorrer ao palácio dos Bandeirantes. Doria se engajara a cumprir a íntegra de seu mandato para dar vigência ao programa que defendeu perante os eleitores. Não há ilegalidade, mas há quebra do contrato eleitoral: os eleitores haviam escolhido Doria, e não Bruno Covas, para ser prefeito. No Paraná, numa manobra similar, o governador Beto Richa entregou o cargo a seu vice para se candidatar ao Senado. Tanto Doria quanto Richa cumpririam seus mandatos até o fim se não tivessem vices para garantir sua retaguarda. Tais expedientes desmoralizam as eleições, os mandatos políticos e a democracia. A história mostrou que os vices falseiam os mandatos eleitorais e que a vice-presidência desestabiliza o Executivo e toda a política nacional.

Como fazer então quando o presidente, o governador ou o prefeito sofrerem impeachment ou morrerem no exercício do cargo? Algumas constituições europeias podem servir de exemplo. Na França, quando há vacância da presidência por impeachment, desistência (como De Gaulle em 1969) ou morte (como Georges Pompidou em 1974), assume uma autoridade de um dos três poderes com um mandato restrito, mantendo-se os ministros e convocando-se nova eleição presidencial num prazo de 35 dias. Assume como presidente interino o presidente no Senado, órgão de pouco peso na França, porque os senadores são eleitos pelo voto indireto. No Brasil, a presidência interina de 35 dias poderia ser exercida pelo presidente do STF, que não representa nenhum partido político. Há um precedente, em 1945, quando o presidente do STF, José Linhares, assumiu a presidência de outubro daquele ano a janeiro de 1946, depois da queda de Getúlio e antes de eleição de Dutra. No caso dos prefeitos e dos governadores, buscaria-se solução análoga na esfera municipal e estadual.

A evolução recente das instituições brasileiras demonstrou a nocividade dos vices e do vice-presidencialismo. Os cargos de vice devem ser extintos.



Luiz Felipe de Alencastro(1946) é professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas e professor emérito da Sorbonne. Historiador e cientista político, é autor de O trato dos viventes: Formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII (Companhia das Letras, 2000).