Solte primeiro uma
Borboleta.
De vez em quando, faça partir um
barco. Veja aonde vai. Se for difícil, suprime o mar e lance uma planície.
Mande um esboço de rochedo, o resto
de uma floresta.
Jogue as iniciais do lenço. Faça
descer algumas ilhas.
Mande a fotografia do lugar, com as
curvas capitais e a copia dos seios.
Atire um planisfério. Um zodíaco.
Uma fachada de igreja. E os livros fundamentais.
Sirva-se do vento, se achar
difícil.
Eles estão perdidos. Mas nem tudo o
que fizeram está perdido.
Separe o que possa ser aproveitado
e mande. Sobretudo, as formas em que o sonho de alguns cristalizou.
Remeta a melação dos encontros, se
possível. E o horário dos ventos.
Mande uma manhã de sol, na integra.
Faça subir a caixa de musica com o
barulho dos canaviais e o apito da locomotiva.
Veja se consegui o mapa dos
caminhos.
Mande o resumo dos melhores
momentos.
As amostras de outra raça.
Afonso Romano de Sant’Ana–jornal
Estado de Minas–01 de abril de 2007.
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