Abril chega ao fim com uma péssima notícia para a
maior emissora do País: sua audiência geral continua a cair. Apesar de ter
estreado a nova programação, a Globo não conseguiu reverter a crise de Ibope. O
faturamento sobe a cada ano: foram quase 12 bilhões em 2013. Porém nada parece
ser capaz de impedir a fuga de telespectadores. O canal tem perdido, em média,
10% de seu público a cada ano.
A teledramaturgia, antes imbatível, vive um momento
delicado. As três novelas do horário nobre - Meu Pedacinho de Chão (18h), Além
do Horizonte (19h) e Em Família (21h) - registram índices muito inferiores ao
ideal. Os números do Jornal Nacional são igualmente insatisfatórios.
Apresentadores que antes eram sinônimo de audiência, como Xuxa e Renato Aragão,
estão fora do ar. Apesar disso, a Globo ainda é líder absoluta. Contudo, nunca
esteve tão suscetível ao poder de escolha do telespectador.
Antigamente, ao ligar a TV, sintonizava-se a Globo
e, quase invariavelmente, lá se permanecia. Hoje há opção de bons programas nos
outros canais do sinal aberto — e dezenas de canais pagos, com uma oferta
praticamente inesgotável de atrações nos mais variados estilos. A mudança de
hábito do telespectador e o crescimento da concorrência tiraram boa parte da
hegemonia da Globo.
A expectativa da cúpula global é reverter - ou pelo
menos controlar - o esvaziamento de Ibope com a transmissão da Copa do Mundo.
Os jogos poderão aumentar o interesse pelos programas esportivos e telejornais
da emissora. Consequentemente, atrações coladas a eles, como as novelas, têm
chance de herdar alguns pontos de audiência. A emissora tem pressa em evaporar
essa nuvem de instabilidade por um motivo especial: a comemoração de seus 50
anos, em 2015. Se a audiência continuar a cair, o brilho da festa não será o
mesmo.
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