Logo após a partida entre o Barcelona e o Villareal, quando o lateral-direito brasileiro Daniel Alves foi alvo de um ato racista, a
rápida e irônica reação do jogador ganhou as redes sociais a partir de uma foto do Neymar Jr., na
qual este aparecia com uma banana descascada e com a hastag #SomosTodosMacacos
em alusão à atitude do colega de time.
Não demorou muito e a hashtag #SomosTodosMacacos ganhou a rede e milhares
de apoiadores, entre eles, Luciano Huck, Angélica, Ana Maria Braga, Reinaldo
Azevedo e outras celebridades, o que acabou por causar forte estranhamento e
rejeição por muita gente e principalmente por ativistas ligados ao movimento
negro. Primeiro questionou-se a utilização do termo “macaco” e de que este
poderia, ao invés de se tornar um instrumento político, reforçar antigos
preconceitos e estereótipos contra a população negra, que historicamente é
difamada a partir da palavra em questão. Mas, o outro lado do debate
argumentava que não, que se poderia ressignificar o termo e desconstruir o seu
cunho preconceituoso.
O alcance da campanha foi tamanho que gerou manifestação de apoio da presidenta Dilma Rousseff,
que utilizou o seu perfil no Twitter para declarar o seu apoio a Daniel Alves e
dizer que o jogador “deu uma resposta ousada e forte diante do racismo no
esporte (…). Diante de uma atitude que infelizmente tem se tornado comum nos
estádios”.
Mas, quando todos imaginavam se tratar de uma campanha de fato
contra o racismo, eis que vem à tona a verdadeira origem da hashtag
#SomosTodosMacacos: uma campanha idealizada pela agência Loducca
em parceria com o jogador Neymar. E, como se não bastasse, um dia depois da
polêmica, descobriu-se que a grife do apresentador Luciano Huck, USEHUCK, já
tinha uma coleção pronta de camisetas que traziam a chamada #SomosTodosMacacos
e, pasmem, com dois modelos brancos. A partir daí, toda a campanha perdeu a sua
credibilidade e foi tachada de racista por seus críticos.
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