Publicado em 29/05/2014 às 15h10
Rebatizada,
passou a se chamar Lei Menino Bernardo, em homenagem ao garoto morto no Rio
Grande do Sul, e cujos principais suspeitos são o pai e a madrasta. Daí já dá
pra perceber como nossos deputados são oportunistas e se aproveitam, sem nenhum
escrúpulo, da comoção nacional que essa tragédia causou.
Com
todo respeito, desconsiderando qualquer boa intenção, é muita demagogia. A Lei
da Palmada não tem nada a ver com aquele crime hediondo. E, se tivesse,
mostraria o quanto essa proposta é descabida e desnecessária, tanto que os
principais envolvidos estão devidamente presos e, com certeza, serão julgados e
condenados com rigor, tamanha a repercussão. Já existem leis suficientes para
inibir e punir qualquer violência contra crianças, adolescentes, adultos ou
velhinhos. É mais do mesmo.
O único
efeito real será alimentar ainda mais a intervenção do Estado em nossas vidas
privadas. Qualquer pirralho insuportável vai poder infernizar a vida dos pais
toda vez que esses tentarem impor algum limite às suas travessuras. Basta
ameaçar chamar a polícia diante da ameaça de levar um puxão de orelha, por
exemplo.
Alguém
me diga o que a sociedade tem a ver com a forma como uma família responsável e
equilibrada vai educar seus filhos. Todos sabem o que é um castigo abusivo,
violento ou cruel. Não precisamos de mais uma lei para nos ensinar isso. Nosso
Parlamento deveria estar mais preocupado em promover uma reforma política ou
econômica. Como são incapazes de implantar mudanças de verdade, ficam por aí,
inventando bobagens.
Já
afirmei aqui neste blog que só falta aos legisladores brasileiros
regulamentarem a Lei da Gravidade ou proibirem o efeito estufa. Porque todas as
outras inutilidades já estão sendo feitas. A Lei da Palmada é só mais um tapa
na cara que levamos daqueles que deveriam estar fazendo algo de útil para a
sociedade. Bando de desocupados.
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