Publicado em 30/05/2014 às 10h38
Enquanto
o Brasil perde energia e tempo preciosos discutindo se autoriza o uso medicinal
da maconha (cujo "sim" deveria ser uma resposta óbvia), o mundo
desenvolvido, galáxias adiante, debate o retumbante fracasso internacional da
guerra ao narcotráfico e a consequente liberalização do consumo de drogas em
geral. Pois é.
Já
externei meu ponto de vista sobre o assunto, em post que se intitulava
"Brasil avança na guerra burra ao narcotráfico". Ainda surta por aí
um projeto de lei, do deputado Osmar Terra (PMDB), que sugere aumentar a pena
para os pequenos traficantes, os pés-de-chinelo que já lotam nossas cadeias.
Não duvido das boas intenções do deputado, só acho que ele deveria se informar
melhor sobre o tema.
Sob
qualquer ângulo que se analise, a repressão ao consumo de substâncias
psicoativas é um equívoco. Custa bilhões em dinheiro, fora a incalculável perda
de vidas humanas obrigadas a se mover pelo submundo da sociedade. Os mais
modernos e conceituados estudos econômicos, sociológicos e psiquiátricos
demonstram que o proibicionismo culminou em escalada de violência, corrupção e
encarceramento sem precedentes, com retorno baixíssimo, sob qualquer ponto de
vista.
Os EUA
investem estimados US$ 10 bilhões anuais no combate sangrento ao narcotráfico,
com um aparato policial de repressão incomparável. Ao final, continuam sendo os
maiores consumidores de drogas ilícitas do mundo. Só isso já seria suficiente
para demonstrar que a tática não está funcionando. Insistir nela passou a ser
sinal de estupidez.
Manter
essa guerra só interessa ao crime organizado. Enquanto o Brasil anda a reboque,
discutindo maconha com argumentos enterrados no século passado, o narcotráfico
se aproveita das leis de mercado e continua intocado, graças ao seu poder de
corrupção e, principalmente, à ignorância de seus inimigos.
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