Nigel Amon - Cubisme Africain

Nigel Amon   -   Cubisme Africain

22 de ago. de 2014


Nunca se esqueça de que

a vida e o que há de melhor

na VIDA é tudo de graça.

 

 

 A física e astronomia falam hoje de dois impulsos principais no Universo:

... o de expansão (que, segundo a teoria predominante, teria vindo do big bang), pelo qual tudo tende a se separar e a se espalhar pelo universo – até quem sabe sumir de tão rarefeito na infinitude do infinito...

... e o gravitacional, pelo qual as coisas tendem a se unir... se apertar umas nas outras... até que fiquem tão apertadas que toda diferenciação seja esmagada, e tão presas umas nas outras que nem a luz escape mais desse lugar: o buraco negro, que, ao contrário do que o nome sugere, é um lugar de excesso e não de falta.

E no entanto existem galáxias, sóis, planetas, vida...

Um pouquinho mais de gravidade, e tudo se acabava numa união tão densa que nenhum ser teria chance de existir.

Um pouquinho mais de expansão e, tudo se afastaria tanto que só restaria um vazio...

E se expansão e gravidade estivessem equilibradas com exatidão?... Então não teríamos um mundo equilibrado: teríamos nada.

Existir é gingar permanentemente entre duas possibilidades de desequilíbrio.

Existimos enquanto dura a dança. Somos a dança.

Mas a dança só existe se houver dois impulsos opostos brincando de acabar um com o outro, e nunca acabando de fato.

Não estou falando "do bem e do mal". Nenhum deles é o bom. De cada um deles sozinho se pode dizer que é mau: um destrói a vida e a existência em vazio e abandono. A outro a sufoca em excesso de união e de substância.

E a união dos dois deixando de lado suas diferenças seria o suicídio universal.

Convívio de diferentes enquanto diferentes – sem se afastarem demais um do outro, sem se unirem ao ponto de anular as diferenças. Convívio inclusive dessas duas possibilidades de mal... pois a supressão de qualquer uma delas seria a efetivação do outro mal. O bem não está nunca em uma parte nem em outra: o bem está no convívio.

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