Nunca se esqueça de que
a vida e o que há de melhor
na VIDA é tudo de graça.
A
física e astronomia falam hoje de dois impulsos principais no Universo:
... o de expansão (que, segundo a
teoria predominante, teria vindo do big bang), pelo qual tudo tende a se
separar e a se espalhar pelo universo – até quem sabe sumir de tão rarefeito na
infinitude do infinito...
... e o gravitacional, pelo qual
as coisas tendem a se unir... se apertar umas nas outras... até que fiquem tão
apertadas que toda diferenciação seja esmagada, e tão presas umas nas outras
que nem a luz escape mais desse lugar: o buraco negro, que, ao contrário do que
o nome sugere, é um lugar de excesso e não de falta.
E no entanto existem galáxias, sóis,
planetas, vida...
Um pouquinho mais de gravidade, e tudo
se acabava numa união tão densa que nenhum ser teria chance de existir.
Um pouquinho mais de expansão e, tudo
se afastaria tanto que só restaria um vazio...
E se expansão e gravidade estivessem
equilibradas com exatidão?... Então não teríamos um mundo equilibrado:
teríamos nada.
Existir é gingar permanentemente entre
duas possibilidades de desequilíbrio.
Existimos enquanto dura a dança. Somos
a dança.
Mas a dança só existe se houver dois
impulsos opostos brincando de acabar um com o outro, e nunca acabando de fato.
Não estou falando "do bem e do
mal". Nenhum deles é o bom. De cada um deles sozinho se pode dizer que é
mau: um destrói a vida e a existência em vazio e abandono. A outro a sufoca em
excesso de união e de substância.
E a união dos dois deixando de lado
suas diferenças seria o suicídio universal.
Convívio de diferentes enquanto
diferentes – sem se afastarem demais um do outro, sem se unirem ao ponto de
anular as diferenças. Convívio inclusive dessas duas possibilidades de mal...
pois a supressão de qualquer uma delas seria a efetivação do outro mal. O bem
não está nunca em uma parte nem em outra: o bem está no convívio.
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