Não é de hoje que a jurista Eliana Calmon, de 72
anos, polemiza com seus pares da magistratura. Em 2011, quando ocupava o cargo
de corregedora nacional de Justiça, ela afirmou que “bandidos de toga” estavam
infiltrados no Judiciário. A declaração a colocou em rota de colisão com
associações de juízes e magistrados, e posteriormente ela disse ter sido mal
interpretada: "Eu sei que é uma minoria. A grande maioria da magistratura
brasileira é de juiz correto". Seis anos depois, com o país mergulhado no
escândalo de corrupção da Petrobras, que mobiliza juízes de diversas instâncias
com processos da Operação Lava Jato, Calmon volta à carga, e afirma que é
preciso apurar a responsabilidade do Judiciário no caso.
Pergunta. Como você avalia a Lava Jato até o
momento?
Resposta. A Lava Jato foi um divisor de águas para
o país. A partir dela vieram à tona as entranhas do poder brasileiro, e sua
relação com a corrupção em todos os níveis de Governo. Mas para que tudo isso
fique muito claro, seja passado a limpo de fato, precisa se estender para todos
os poderes. Muitos fatos envolvendo o Executivo e o Legislativo vieram à tona,
mas o Judiciário ficou na sombra, é o único poder que se safou até agora.
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