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Patrimônio Histórico - Conjunto Ferroviário - RMV - EFOM |
As terras
que atualmente constituem o município de Antônio Carlos tinham como primitivos
habitantes os índios Puris, reunidos em um pequeno povoado localizado nas
cabeceiras do Rio das Mortes, região a que chamavam de Borda do Campo. Os
bandeirantes paulistas coronel Domingos Rodrigues da Fonseca Leme e seu cunhado
capitão Garcia Rodrigues Paes Leme vieram para esta região, onde permaneceram
por algum tempo. Mais tarde deslocando-se rumo ao nordeste, fundaram, por volta
de 1728 o arraial da Igreja Nova da Borda do Campo, hoje Barbacena, que naquele
tempo enquadrava o município de Antônio Carlos. Como a atividade econômica
principal era a agricultura, assim se explica a existência de inúmeras
fazendas. E delas, duas pertencem a figuras ligadas à Inconfidência Mineira: a
Fazenda do Registro Velho e Fazenda da Borda do Campo que pertencia ao Coronel
Domingos Rodrigues da Fonseca Leme, que a transferiu mais tarde a José A. Gomes
que se tornou célebre pelas conversações que ali se realizaram ao tempo da
conjuração. O povoado, em volta da estação ferroviária do Sítio fazia parte do
distrito de Bias Fortes, município de Barbacena. Em 10 de outubro de 1910 a
capela do Sítio foi elevada a curato, desmembrada da Matriz de Barbacena. Em 17
de dezembro de 1938 o distrito de Bias Fortes recebeu o nome do povoado que lhe
pertencia, passando a chamar-se Sítio. Em 30 de abril de 1941 por provisão foi
criado a freguesia. Em 27 de dezembro 1948 é elevado a categoria de município,
com a denominação de Antônio Carlos (filho ilustre da cidade), desmembrado de
Barbacena.
É formado por três
distritos: Curral Novo, Campolide e Dr. Sá Fortes. Início do século XVI – Minas
Gerais fervilhava com a descoberta das minas de ouro, diamantes, esmeraldas...
Necessário se fazia conduzir estas riquezas com maior segurança até à maior Coroa
Portuguesa que se estabelecera no Rio de Janeiro. Abrindo trilhas nas matas,
atravessando rios, enfrentando índios, animais selvagens, chuva, frio e calor,
intrépidos bandeirantes liderados pelo Cel. Domingos Rodrigues da Fonseca Lemos
e seu cunhado Garcia Rodrigues Paes descobriram um“Caminho Novo” que se
iniciava na raiz da serra da Mantiqueira e ligava a Capitania de Minas Gerais
ao Rio de Janeiro. Na Capitania das Minas, o Caminho Novo passava por Vila
Real, Raposos, Itatiaia, Vila Rica, Vila do Carmo, Carijós, Carandaí, Registro
Velho (Barbacena), Borda do Campo (Antônio Carlos), Juiz de Fora, Matias
Barbosa, Simão Pereira. O Rio Paraibuna separava as duas capitanias, (RJ) e
(MG) e nele fora instalado o “Primeiro Posto Fiscal”. Pela sua localização o
arraial da Igreja Nova da Borda do Campo, Fundado em 1728, servia de ponto de
encontro das riquezas que eram encaminhadas à coroa Portuguesa. Riquezas estas,
que passaram a atrair salteadores e bandoleiros, tais como: “Montanha e Mão de
luva” que roubavam o ouro, estupravam e matavam, assustando viajantes e os
comerciantes. Por isso muitos desses comerciantes e viajantes arranchavam-se na
Borda do Campo (Antônio Carlos), tornando-a um local fervilhante de novas
notícias, tradições e conspirações: A partir da borda do campo foram surgindo
pequenos burgos com a lavoura e criação de gado leiteiro, destacando -se a vila
“Sitio” (como passou a chamar-se em 1º de Janeiro de 1939),a qual,em dezembro
de 1948 foi elevado a categoria de município de “Antonio Carlos".
O Município de Antônio Carlos, situado
na serra da Mantiqueira, abrigou pessoas ilustres, com o passado rico de
valores culturais, como Dr.Antônio Carlos Ribeiro De Andrada, Marechal Henrique
Dufles Teixeira Lott ,General José Maria de Andrada Serpa, General Antônio
Carlos de Andrada Serpa e Manoel Carlos De Andrade,Carlos Pereira de Sá Fortes,
(Primeiro Imperador de Gado Holandês do Brasil e fundador da primeira escola de
laticínios do Brasil),etc...